Sunday, December 26, 2010

Grandes gestos em pequenas ações

Pedi autorização para a amiga da minha irmã que, como vocês verão, já é uma amiga da família para publicar o seu texto aqui, pois ficamos muito felizes com a maneira como ela nos percebe. Tomara que outras pessoas tenham a mesma impressão, pois é muito bom saber que "sem querer" a gente pode influenciar pessoas de alguma maneira.

Grandes gestos em pequenas ações

Aprender é pra quem quer. Absorvo de amigos, desconhecidos e ilustres conhecidos o que minha família tem de menos, positividade. Sobra-nos afetuosidade, humildade, honestidade, transparência e cooperatividade. Características intríscicas do dia a dia sempre lembradas até virarem marcas feitas a ferro e fogo. Temos também traços familiares, melancolia e a hipertensão arterial. Me livrei de uma mas, carrego a herança do deprimido.

Criatura deprimida... tão mal compreendida e indesejada por todos. Com o consagrado psiquiatra, Augusto Cury tive o grande bum da minha virada pessoal: virar atleta de emoções. Explico, ele me trouxe o que para alguns parece óbvio, a pessoa com excesso de sensibilidade para a vida é mais frágil e precisa saber se proteger. Essa é a descrição mais simples que vi do deprimido. Bom, o que faz um atleta, hum?? Treina! Pois bem, quero ficar saradona com a inteligência emocional, para isso ando com os sentidos bem alerta. Olhos e ouvidos, os mais solicitados, são meus alvos de absorção para meu treino diário. Nada que envolva alegria, perseverança, disposição, positividade me devem passar desapercebido. Olho, escuto, registro e elaboro meus próprios treinos personalizados. E agradeço a minha amiga intima que me apresentou sua família, Ana Maria Mello. Esse povo é minha fonte, posso dizer até meu tônico energético para meus exercícios diários. É dai que muitas das minhas grandes ideias pessoais saem, do dia a dia desta família. Gestos e ações familiares assistidos com lupa por mim. Quero deles o que lhes sobra: positividade.

Em público escrevo:

sei que não deixarei de ser deprimida mas, renovo assim o contrato com a academia da vida, o compromisso comigo de viver melhor, treinando duro diariamente com minhas emoções e ações. Sei que serei melhor para todos me conhecendo melhor, depois terei o olhar de compreensão com os outros para ter de verdade compaixão.

Agradeço a Deus minha maturidade e as pessoas que tenho a sorte de conviver.

E vamos lá para mais um ano,

grande abraço a todos, sigamos o dito: ser para ter!


Andréa Longaray

Que venha 2011

Sou dessas pessoas que gosto de Natal e ano-novo e penso que isso se deve as minhas memórias de outros tempos. Quando pequena, passava o Natal na Colônia de Férias da UFRGS em Tramandaí, longe de várias pessoas da família, mas rodeada de outras que todos os anos tinham apenas aquele período de férias como meus pais. Eram festas simples, mas bem organizadas e preparadas com bastante antecedência. Isso incluía colar algodão nas janelas, ensaiar um coral, montar um presépio vivo. Até chegar a noite em que corríamos pela área aberta tentando descobrir de onde vinha o papai-noel. Ainda me lembro de estar rodeada de crianças espionando o nosso “suspeito”. A entrega de presentes era longa devido ao número de pessoas, mas divertida assim mesmo. Invejava meus irmãos que depois podiam ir assistir a missa do galo enquanto íamos para cama.

Já dia 31, era o aniversário do meu avô que também era comemorado com fartura. Gulosa, desde pequena, lembro de caixas inteiras de quindins, entre outras coisas gostosas que chegavam para fazer parte da mesa. Além disso, uma tia organizava brincadeiras para as crianças. Entre estas, a famosa pescaria. Os brindes eram coisas pequenas, sem muito valor, mas era razão para uma grande folia.

Claro que lá se vão muitos anos e que na adolescência já não era tão bom assim ir para praia enquanto meu namorado ficava na cidade. Por isso, ainda recordo quando ele apareceu por lá. Não faço a menor idéia de que ano era isso. Devo ter registrado em um dos meus diários, mas não saberia nem em qual procurar. Mas a surpresa ficou eterna.

Hoje, estas festas são na minha casa. O grupo de pessoas já há alguns anos vem diminuindo. Porém, ainda é com entusiasmo que começo a comprar os presentes. Sem nunca me meter na correria do comércio, sem ter que empurrar gente pelos corredores das lojas. Compro com certa antecipação. Nada de presentes caros. Nunca teve verba para isso. Entretanto, são coisas que me parecem ter a ver com a pessoa em questão. O cardápio também é pensado dias antes. Tento descobrir novas receitas, harmonizar os pratos e pensar na decoração. Toalhas, velas, flores. Facilita que minha cor preferida seja o vermelho. E mesmo esse pequeno grupo acaba enchendo a casa de sorrisos, de vozes e de afeto. Termino a noite exausta. Ainda mais quando o dia é de muito calor. Mas acordo feliz, tranquila, satisfeita por ter ajudado a criar um ambiente tão gostoso e isso inclui meus próprios quitutes que são sempre elogiados. Este ano, enquanto terminava de ajeitar o peru lembrei do meu irmão que já se foi pois era ele o encarregado por este prato que fazia com perfeição. Relembrei as muitas vezes que ele entrou pela porta trazendo uma grande bandeja com uma cara imensa de satisfação. Faz falta também meu pai que, apesar de não gostar muito de festas, também apreciava as comidas e ficava surpreso por ser chamado tantas vezes pelo “Papai Noel”. Ah, e minha madrinha, que caprichava nos presentes nesta época.

No ano-novo, depois que meu avô se foi, ficou sempre mais difícil reunir as pessoas. Meu irmão passava com a família da minha cunhada. Vários amigos iam para a praia. Assim mesmo eu sempre achei que tinha motivos para comemorar. Em alguns anos mais do que outros. Porém, nada me tirava a expectativa de que o ano que estava por vir ia ser ainda melhor. Mesmo sabendo que os fatos poderiam não confirmar, a simples expectativa de uma nova chance, de novas oportunidades, de novas amizades, trabalhos, amores me deixava entusiasmada. Um banho de sal grosso, uma vela de desejos e agradecimentos e lá estou eu pronta para um recomeço. Que traz todas estas lembranças do passado, todos os amigos que já tive e os que sigo fazendo. Aliás, este é um dos meus itens da lista para 2011: fazer novos amigos. Nem quero que tudo que eu desejo se transforme em realidade. Gosto de sonhar, de ter algo que ainda não conquistei. Mas é claro que quero ter menos motivos para chorar, menos razões para brigar. Quero pessoas ao meu lado que me ajudem a passar os maus momentos e quero estar ao lado delas quando isso acontecer também. No entanto, mais do que pedir, tenho convicção de que devo agradecer pelo que eu tenho que não é pouco e inclui cada um de vocês.

Tuesday, December 21, 2010

Eu recomendo


Mini Theatro Móvel na Feira de Natal do Brique da Redenção - do dia 20 ao dia 24 de dezembro de 2010, ali no brique (José Bonifácio), das 19 até as 22Hs. Entrada franca.


Sunday, December 19, 2010

Uma festa para nem o avarento botar defeito

A partir de agora só quero ir a casamento de artistas. Bem, melhor não ser tão categórica. Afinal, além de ser uma cerimônia interessante, uma boa festa tem o seu valor. Ainda lembro quando em plena adolescência questionava arduamente esta tradição. Além de não ser educada na igreja católica, era tempo de Malu Mulher, início do divórcio no Brasil...Hoje, vou as lágrimas. Feliz porque tenho amigos que acreditam ter encontrado o amor de suas vidas e querem compartilhar isso comigo. Assim, quando recebi o convite não tive dúvidas de que lá estaria. Não tive preocupações com roupa. Não é todo dia que tenho a chance de usar um modelito mais sofisticado. Não sabia se usaria preto ou vermelho, mas depois de não ter sido aprovada no processo de seleção do doutorado, tive certeza: precisava da cor que contribui para confiança em si mesmo e para uma atitude otimista diante da vida que, aliás, é minha cor favorita. E, embora eu não seja dessas que fiquem falando que existem coisas que são femininas e outras masculinas, me traí perguntando a uma colega a cor da roupa dela. Duvido que algum homem tenha este tipo de curiosidade.

A noite estava quente. Difícil ficar arrumada com uma temperatura daquelas. Ainda mais que eu, que nunca me maquio, resolvi pagar por este serviço. Na igreja, linda por sinal, a temperatura estava bem agradável. Como chegamos cedo, logo estávamos ansiosos. Entre os convidados, vários atores e atrizes. Muitos, inclusive, concorrendo ao Prêmio Açorianos que seria entregue justamente naquela noite. Quando o noivo começou a entrar com os padrinhos foi um festival de gente bem vestida, o que não costuma ser tão comum assim em casamentos. E se vocês pensam que já viram muitas entradas de noivas e que são todas iguais, é porque não viram Ariane Guerra. Tudo bem, o vestido era branco, cauda, ela tinha véu. Mas ao contrário de todas as noivas que já havia visto, ela entrou como uma rainha cumprimentando seus súditos. A cerimônia foi rápida, mas infelizmente pouco escutamos do que o padre dizia. Um sotaque diferente, um problema no som, o eco da igreja e não dava para compreender os “chistes” do padre. No ar, misturadas às músicas tradicionais de casamento, as composições do próprio noivo.

De lá, depois do sim, para o local da festa. As surpresas já começavam na entrada do local. Tenho uma tia que mora em frente há anos. Costumo passar pela casa seguido, mas nunca tinha imaginado que era um ambiente de festa tão incrível. Vários ambientes. Todos decorados. Recebíamos uma definição de que mesa devíamos sentar, com números de cena. Logo começamos a ser atendidos pelos garçons que distribuíam coquetéis e salgadinhos, enquanto conversávamos. Em seguida, fomos chamados para um brinde e a apresentação de um vídeo. Exibição de fotos nos telões não é mais novidade nestes eventos. No entanto, quando estas fotos são de duas pessoas que conhecemos e queremos bem, nunca é demais. Porém, a melhor parte estava por vir. Uma espécie de desenho animado contando como eles se conheceram. Um jeito divertido e criativo de mostrar como o relacionamento começou. Como se já não bastasse, os colegas atores do grupo Farsa ajudaram o recém marido Marcos Chaves a cantar para a sua excelentíssima esposa.

Bem, e agora falta falar da comida. Além de um cardápio variado e delicioso, uma apresentação de encher os olhos. Esbarrei com Daniel Colin, o mais recente diretor gaúcho premiado admirando a mesa de doces antes mesmo de ter jantado. Depois dizem que homens não gostam de doces...Vai ver até se perguntam sobre a cor dos ternos e eu é que não sei! Sai da festa pouco depois de ver o vencedor do prêmio de melhor espetáculo (por Wonderland e o que Michael Jackson encontrou por lá) aceitar o desafio de repetir uma coreografia no telão, enquanto aparecia vários “perfect”, “excellent”. Apesar destes “elogios” imagino que tenha sido difícil para ele tentar estar em dois lugares ao mesmo tempo. Mas se ele queria estar entre gente divertida e fazer a festa no meio de artistas, nenhum lugar seria melhor do que esse casamento. Nisso até o avarento concordaria.

PS: Na saída, a lembrancinha era um doce de pelotas e uma micro-rapadura lembrando que estávamos presenciando a união de um pelotense com uma cearense, com uma mensagem que prova que inteligência e afeto podem estar juntos.

Saturday, December 18, 2010

Prêmio Açorianos 2010

Confira os vencedores por categorias.
Prêmio Açorianos de Teatro 2010
1) Melhor Espetáculo
Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá
2) Melhor Direção
Daniel Colin por Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá
3) Melhor Ator
Marcelo Bulgarelli por Dia desmanchado
4) Melhor Atriz
Vanise Carneiro por Nove mentiras sobre a verdade
5) Melhor Ator Coadjuvante
Eduardo Mendonça por Milkshakespeare
6) Melhor Atriz Coadjuvante
Renata de Lélis por Milkshakespeare
7) Melhor Figurino
Daniel Lion por Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá
8) Melhor Cenografia
Luiz Marasca por Hybris
9) Melhor Iluminação
Bathista Freire por Sobre saltos de scarpin
10) Melhor Trilha
Jackson Zambelli e Sérgio Olivé por Dia desmanchado
11) Melhor Dramaturgia
Patrícia Fagundes e grupo por Clube do fracasso
12) Melhor Produção
Rodrigo Marquez, Fernanda Marques e Palco Aberto por Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá
Prêmio Açorianos de Dança 2010
1) Melhor Espetáculo
Dar Carne à Memória II
2) Melhor Coreografia
Eva Schul – Dar Carne à Memória II
3) Melhor Bailarino
Mariano Neto – Pessoas – as memórias
4) Melhor Bailarina
Didi Pedone – Pessoas – as memórias
5) Melhor Figurino
Ateliê Alfa – Pessoas – as memórias
6) Melhor lIuminação
Lucca Simas – Na Solidão
7) Melhor Trilha Sonora
Ivan Motta – Pessoas –as memórias
8) Melhor Produção
Jerri Dias por Dar Carne à Memória I e II
Prêmio Tibicuera de Teatro Infantil
1)  Melhor Espetáculo
O menino que aprendeu cedo demais
2) Melhor Direção
Adriane Mottola por Ópera monstra
3) Melhor Ator
Pablo Capalonga por O menino que aprendeu cedo demais
4) Melhor Atriz
Fernanda Petit por Ópera monstra
5)   Melhor Ator Coadjuvante
Leonardo Barison por Criança pensa
6) Melhor Atriz Coadjuvante
Janaina Pelizzon por Ópera monstra
7) Melhor Figurino
Cássio Brasil por Ópera monstra
8) Melhor Cenografia
Claudio Benevenga e Marcos Buffon por O menino que aprendeu cedo demais
9) Melhor Iluminação
Nara Maia por O menino que aprendeu cedo demais
10) Melhor Trilha
Arthur Barbosa por O menino que aprendeu cedo demais
11) Melhor Dramaturgia
Roberto Oliveira por A roupa nova do rei
12) Melhor Produção
Airton de Oliveira e Maura Sobrosa por O menino que aprendeu cedo demais

Friday, December 17, 2010

Compartilhando arte e emoção

“Não existem apenas os atores globais. Há pessoas nesta cidade que também fazem teatro”, disse o guia da visita de uma escola no teatro Glênio Peres, na Câmara Municipal. Ótima observação. Afinal, eu estava ali para assistir a uma antiga colega das oficinas com Zé Adão Barbosa. Embora ela não fizesse parte, até pouco tempo, nem do circuito gaúcho de teatro, quem viu Tânia Cavalheiro no palco não pode duvidar que ela mereça estar ali.

Desde que recebi o convite, tive interesse de ir. Lá se vão mais de seis meses. Desta vez, a chamada foi mais forte. Era a última apresentação do ano. Na divulgação do espetáculo A Fuga, a sinopse de uma história impressionante. Uma mulher que no início do século XX abandona o marido e faz uma viagem de 32 dias de carroça com 8 dos seus 11 filhos. Para tornar ainda mais interessante, era uma história verídica e de uma pessoa da família da própria Tânia.

Sabia que seria algo curto, com menos de uma hora. O fato de ser um monólogo me deixava ainda mais curiosa. Como contar esta história sozinha? Como manter o interesse do público? Bem, mas antes quero dizer que cheguei com o afilhado da minha irmã um pouco antes e não tinha ninguém. Quase na hora e o teatro continuava vazio. Pensava justamente em como é difícil fazer um espetáculo sem plateia. Que, além das outras razões para não querer estar no palco, havia esta dificuldade de encarar de forma tranqüila a ausência de público. Eu, que procuro não inflar meu ego, teria dificuldade de não levar para o lado pessoal um teatro vazio. Porém, poucos minutos depois, chegou a tal turma e quase lotou o espaço. Ufa!

Neste meio tempo já tinha dado para ver que havia uma cadeira e um caixote no palco, um saco e fotos colocadas em cavaletes. Este era o cenário. Quase nada. Em seguida, entra Diamantina. Sim, porque, com certeza, não era a Tânia que estava ali. Minha amiga é uma pessoa charmosa, elegante, que chama atenção assim que chega. Diamantina era uma mulher idosa, meio tímida, com um caminhar limitado e um jeito de falar titubeante. O recurso para começar a contar sua história é imaginar outra pessoa que está lá para ouvi-la e não pensem que é fácil esta história de faz-de-conta. Exige bastante do ator. No caso, da atriz. Mas ela faz as pausas certas. O tempo certo para as respostas. O olhar. Tudo. E assim vai também se dirigindo ao público, transmitindo as emoções daquela mulher que de vítima, se descobre guerreira. Não há necessidade de grandes deslocamentos no palco. Não há trilha sonora. Na cadeira, no caixote, mexendo no saco (de batatas!), Diamantina consegue separar os diferentes tempos e as emoções de cada momento.

Tânia Cavalheiro me faz pensar naquela concepção básica do teatro, de uma história para ser contada. É no seu tom de voz, no seu timbre e no seu olhar ora alegre, ora triste, ora emocionado que ela nos transmite tudo que é preciso saber para compreender o que aconteceu com aquela mulher e admirar a sua força. Passamos por todas as emoções de uma vida que, sem dúvida, é um exemplo para qualquer ser humano e que não tenho dúvidas impressionaria até mesmo autores como Shakespeare. Feliz da Tânia que tinha um tema desses na própria família e que soube levá-lo ao palco com muita competência. Não sem antes pesquisar muito, ensaiar muito e querer mais do que tudo fazer aquilo que ama: compartilhar. Feliz de mim que, mesmo depois de anos sem a ver, a reencontro assim e recebo um abraço que faz o afilhado da minha irmã dizer: foi muito lindo ver vocês assim.

PS: E se ela voltar em cartaz, fuja para ver!

Tuesday, December 14, 2010

PORTO VERÃO ALEGRE

Do dia 12 a 24 de janeiro
12,13 e 14/01 (ter, qua, qui) Dançarei sobre teu Cadáver
12, 13 e 14/01 (ter, qua, qui) A Aurora da MinhaVida 
12, 13 e 14/01 (ter, qua,qui) Renato Pereira 

12 a 21/01 (ter,qua, qui) Pois é, Vizinha... 
12 a 21/01 (ter, qua, qui) O Bordel das Irmãs Metralha  
12 a 21/01 (ter,qua, qui) BarBaridade
12/01 a 11/02 (ter, qua, qui) Apareceu a Margarida

13 a 17/01 (qua a dom) Homens de Perto
15, 16 e 17/01 (sex, sáb, dom) Solteiríssima 
15, 16 e 17/01 (sex, sáb,dom) Há um Incêndio Sob a Chuva Rala
15 a 24/01 (sex, sáb, dom) Como Agarrar um Marido antes dos 40 
15 a 24/01 (sex, sáb, dom) Manual Prático de uma Mulher Moderna  
15/01 a 07/02 (sex, sáb, dom) A Serpente

19, 20 e 21/01 (ter, qua, qui) Woody e as Mulheres Neuróticas 

20 a 24/01 - (qua a dom) Paulinho Mixaria
21 a 24/01(qui a dom) Camade Casal e ¼ de Hóspedes 

22, 23 e24/01 - (sex, sáb, dom) Esta Noite se Improvisa 
22, 23 e 24/01 (sex, sáb, dom) Q os Homens Pensam Q as Mulheres Pensam

23 e 24/01 (sab e dom) Iotti

Do dia 26 a 31 de janeiro
26 e 27/01 (ter,qua) Fora do Ar

26, 27 e 28/01 (ter, qua, qui) Jair Kobe  
26, 27 e 28/01 (ter,qua, qui) A Doce Bárbara 
26, 27 e 28/01 (ter, qua,qui) O Segredo Íntimo dosHomens
26, 27 e 28/01 (ter, qua, qui) The Saga of Jenny
27 a 31/01 (qua a dom) O Avarento

26 a 31/01 (ter a dom) Se Meu Ponto G Falasse
28 a 31/01 (qui a dom) Vermelhos - História e Paixão 

29, 30 e 31/01 (sex, sáb, dom) Fragmentos Rodrigueanos 
29, 30 e 31/01 (sex, sáb,dom) O Grande Truque
29, 30 e 31/01 (sex, sáb, dom) Uma Vovó no Além

Do dia 02 a 11 de fevereiro

02, 03 e 04/02 (ter, qua, qui) Elis - A Dama do Apocalipse 
02, 03 e 04/02 (ter, qua,qui) Adolescer  
02, 03 e 04/02 (ter, qua, qui) Jair Kobe  
02, 03 e 04/02 (ter,qua, qui) O Médico à Força
02, 03 e 04/02 (ter, qua, qui)Vestida do Avesso
02, 03 e 04/02 (ter, qua,qui) Procura-se uma Mona que não Sofra de Estrelismo 
02, 03 e 04/02 (ter, qua, qui) Larissa Não Mora Mais Aqui

02 a 07/02 (ter a dom) A Comédia dos Erros 
12/01 a 11/02 (ter,qua, qui) Apareceu a Margarida

05, 06 e 07/02 (sex, sáb, dom) Uma Vovó no Além
05, 06 e 07/02 (sex, sáb, dom) Monstras S/A 
05, 06 e 07/02 (sex, sáb, dom) Kronnus
05, 06 e 07/02 (sex, sáb, dom) Lipstick Station 
05, 06 e 07/02 (sex, sáb, dom) Goela Abaixo  
05, 06 e 07/02 (sex,sáb, dom) Dez (Quase) Amores 
05, 06 e 07/02 (sex, sáb, dom) Como Emagrecer Fazendo Sexo

15/01 a 07/02 (sex, sáb, dom) A Serpente

05 a 11/02 (sex, sáb, dom, seg, ter, qua, qui) Primeiro as Damas  

09, 10 e 11/02 (ter, qua, qui) Dona Gorda 
09, 10 e 11/02(ter, qua, qui) Como Enlouquecer Sua Alma Gêmea 

09, 10 e 11/02 (ter, qua, qui)  O Urso  
09, 10 e 11/02 (ter,qua, qui) Homens 

10 e 11/02 (qua, qui) Ta e Aí?!

Monday, December 13, 2010

Atirada às traças

Nunca concordei com as pessoas que temem que os dados digitais desapareçam, que acham que os arquivos de papel são mais seguros. Hoje, tive certeza. Encontrei meus diários comidos pelas traças. Várias palavras devoradas. Não é que eu não consiga saber o que estava escrito, mas perde o charme ler um texto que está faltando um pedaço. A não ser que tenham sido lágrimas que o tenha apagado. Além do mais, embora achasse que escrevia bem, encontro coisas como: hora estou triste, hora estou alegre. Adoraria dizer que era um estilo de linguagem e até acho que faz sentido, mas me espanta saber que cometesse tais erros. Quanto ao conteúdo, raramente releio. Meus textos não são ruins. Estão escritos como se alguém um dia ainda pudesse lê-los, mas me incomoda relembrar aquelas angústias, aquelas neuroses. Em raras ocasiões, escrevia porque estava feliz, para contar algo realmente bom. Em geral, são tristezas, frustrações...Deveria ficar alegre, pois se ainda tenho problemas eles são bem mais facilmente resolvidos. E as emoções? Nossa...tragédias gregas. Vai ver foi por isso que acabei me interessando pelo teatro. Não tenho dúvidas de que hoje sou mais leve. Mais confiante. É claro que uma das coisas que ainda me perturba é que o que me incomodava naquela época, continua me incomodando hoje: relacionamentos, trabalhos, família. Mas isso, convenhamos, só não seria assim se estivesse escrevendo do além. E qual a diferença do que eu escrevia lá para o que eu escrevo aqui? Bem, lá tem muito mais informações pessoais, observações que poderiam magoar ou incomodar algumas pessoas. Aqui não tenho a menor intenção de fazer isso. No mais, a razão maior para escrever tanto aqui quanto lá é a mesma: organizar meus pensamentos, colocar para fora minhas emoções. A diferença? Aqui eu compartilho. Lá, só as traças agora sabem os meus segredos.

Tuesday, December 07, 2010

Confira os indicados de 2010 aos Prêmios Açorianos e Tibicuera! De minha parte, estou bem feliz de ver tantos amigos nesta lista e mais uma porção de conhecidos. Tomara que em 2011 eu tenha chance de conhecer os que ainda não conheço. Queria ter visto mais destes espetáculos... Aliás, uma boa meta para 2011.


INDICADOS AO PRÊMIO AÇORIANOS DE DANÇA 2010

1) Melhor Espetáculo

Dar Carne à Memória II

Pessoas – As memórias

Na solidão


2) Melhor Coreografia

Eva Schul – Dar Carne à Memória II

Giuli Lacorte – Na solidão

Ivan Motta – Pessoas – as memórias


3) Melhor Bailarino

Eduardo Severino – Dar Carne à Memória II

Giuli Lacorte – Na solidão

Mariano Neto – Pessoas – as memórias

Tom Nunes – A Primeira Entrega

4) Melhor Bailarina

Cibele Sastre – Dar Carne à Memória II

Didi Pedone – Pessoas – as memórias

Letícia Paranhos – Na solidão

Luciana Paludo – Dar Carne à Memória II

Luiza Moraes – Dar Carne à Memória I

) Melhor Cenografia

Não há indicações.

6) Melhor Figurino

Eva Schul e Luciane Soares - Dar Carne à Memória I

Ateliê Alfa – Pessoas – as memórias


7) Melhor lIuminação

Arco Íris – Pessoas – as memórias

Lucca Simas – Na Solidão

Fernando Ochôa – A Primeira Entrega

Fabrício Simões – O Resto é Perfume


8) Melhor Trilha Sonora

Arthur de Faria – A Primeira Entrega

Carlinhos Hartlieb , Toneco Costa e Celau Moreira – Dar Carne à Memória I

Ivan Motta – Pessoas –as memórias


9) Melhor Produção

Grupo Hybris e Luka Ibarra – Na Solidão

Jerri Dias - Dar Carne à Memória I e II

Luka Ibarra - Pessoas – as memórias

INDICAÇÕES AO PRÊMIO TIBICUERA DE TEATRO INFANTIL 2010

1) Melhor Espetáculo

A roupa nova do rei

Chapeuzinho vermelho de Ronald Radde

O menino que aprendeu cedo demais

Ópera monstra

2) Melhor Direção

Adriane Mottola por Ópera monstra

Airton de Oliveira por O menino que aprendeu cedo demais

Gilberto Fonseca e João Pedro Madureira por A roupa nova do rei

3) Melhor Ator

Marcos Chaves por A roupa nova do rei

Pablo Capalonga por O menino que aprendeu cedo demais

Rodrigo Mello por Ópera monstra


4) Melhor Atriz

Aline Marques por A almofada, o castelo e o dragão

Daiane Oliveira por Chapeuzinho vermelho de Ronald Radde

Fernanda Petit por Ópera monstra

Letícia Paranhos por Chapeuzinho vermelho de Ronald Radde

Simone de Dordi por A almofada, o castelo e o dragão

4) Melhor Ator Coadjuvante

Lauro Ramalho por Ópera monstra

Leonardo Barison por Criança pensa

Plínio Marcos Rodrigues por A roupa nova do rei

Vinícius Meneguzzi por A roupa nova do rei


6) Melhor Atriz Coadjuvante

Ariane Guerra por A roupa nova do rei

Janaína Pelizzon por Ópera monstra

Lúcia Bendati por A roupa nova do rei

7) Melhor Figurino

Cássio Brasil por Ópera monstra

Claudio Benevenga por O menino que aprendeu cedo demais

Daniel Lion por A roupa nova do rei

8) Melhor Cenografia

Claudio Benevenga e Marcos Buffon por O menino que aprendeu cedo demais

Júlio Freitas por Chapeuzinho vermelho de Ronald Radde

Zoé Degani por Ópera monstra

9) Melhor Iluminação

João Acir por Chapeuzinho vermelho de Ronald Radde

João Acir por Criança pensa

João Acir por Ópera monstra

Nara Maia por O menino que aprendeu cedo demais

10) Melhor Trilha

Álvaro RosaCosta por Chapeuzinho vermelho de Ronald Radde

André Trento por Criança pensa

Arthur Barbosa por O menino que aprendeu cedo demais

Ricardo Severo por Ópera monstra

11) Melhor Dramaturgia

Miriam Benigna e Pablo Capalonga por O menino que aprendeu cedo demais

Roberto Oliveira por A roupa nova do rei

12) Melhor Produção

Airton de Oliveira e Maura Sobrosa por O menino que aprendeu cedo demais

André Oliveira e Grupo Farsa por A roupa nova do rei

Cia Teatro de Stravaganza por Ópera Monstra

Ellen D’avila por Chapeuzinho vermelho de Ronald Radde

Makki Produções por Pum – histórias mal cheirosas

INDICADOS AO PRÊMIO AÇORIANOS DE TEATRO 2010

1) Melhor Espetáculo

Bodas de sangue

Clube do fracasso

Dia desmanchado

Milkshakespeare

Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá

2) Melhor Direção

Camilo de Lélis por Milkshakespeare

Daniel Colin por Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá

Luciano Alabarse e Luiz Paulo Vasconcellos por Bodas de sangue

Patrícia Fagundes por Clube do fracasso

Tainah Dadda por Sobre saltos de scarpin


3) Melhor Ator

Felipe de Paula por MIlkshakespeare

Leonardo Barison por Fora do ar

Luiz Paulo Vasconcellos por O animal agonizante

Marcelo Adams por A lição

Marcelo Bulgarelli por Dia desmanchado

4) Melhor Atriz

Áurea Baptista por Stand up drama

Gisele Habeyche por Cinco tempos para a morte

Patrícia Soso por Fora do ar

Sandra Alencar por Adoração

Vanise Carneiro por Nove mentiras sobre a verdade

5) Melhor Ator Coadjuvante

Daniel Colin por Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá

Eduardo Mendonça por Milkshakespeare

Frederico Restori por Hybris

Mauro Soares por Bodas de sangue

Willian Martins por Sobre saltos de scarpin

6)Melhor Atriz Coadjuvante

Luísa Herter por A lição

Patrícia Soso por Parasitas

Renata de Lélis por Milkshakespeare

Sandra Dani por Bodas de sangue

Vika Schabbach por Bodas de sangue

7) Melhor Figurino

Antônio Rabadan por A caravana da ilusão

Daniel Lion por Sobre saltos de scarpin

Daniel Lion por Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá

Juliana Kussler e Renata de Lélis por Milkshakespeare

Rô Cortinhas por Bodas de sangue

8) Melhor Cenografia

Elcio Rossini por Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá

Jessé Oliveira e Grupo por O osso de Mor Lam

Luiz Marasca por Hybris

Sylvia Moreira por Bodas de sangue

Zao Figueiredo por Sobre saltos de scarpin

9) Melhor Iluminação

Bathista Freire por Sobre saltos de scarpin

Carol Zimermman por Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá

João Carlos Dadico por Dia desmanchado

Maurício Moura e Cláudia de Bem por Bodas de Sangue

Maurício Moura por Milkshakespeare


10) Melhor Trilha

4 Nazzo e Cláudio Bonder por Hybris

Arthur de Faria e Adolfo Almeida Jr por Solos trágicos

Arthur de Faria por Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá

Bebeto Alves por Milkshakespeare

Jackson Zambelli e Sérgio Olivé por Dia desmanchado

11) Melhor Dramaturgia

Daniel Colin e Felipe Vieira de Galisteo por Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá

Diones Camargo por Nove mentiras sobre a verdade

Felipe Mônaco e grupo por Fora do ar

Júlio Zanotta Vieira por Milkshaspeare

Patrícia Fagundes e grupo por Clube do fracasso

12) Melhor Produção

Cecília Daudt e Airton de Oliveira por Sobre saltos de scarpin

Elenice Zaltron e Falos & Stercus por Hybris

Fernando Zugno e Miguel Arcanjo Coronel por Bodas de sangue

Morgana Kretzmann e Patrícia Fagundes por Clube do fracasso

Rodrigo Márquez por Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá

Sunday, December 05, 2010

A roupa nova do rei: um espetáculo visivelmente inteligente e divertido

Quando eu era pequena adorava escutar as histórias infantis que vinham gravadas em uns discos coloridos. Lembro que a gente os comprava no aeroporto. Várias eram de Hans Christian Andersen. Além disso, já comentei, que ouvíamos outro que tinha a história da Rapunzel. Registrei o tom da bruxa repetindo que o príncipe só sentiria por ela, após seus cabelos cortados, compaixão. Eu que costumo dizer que minha memória é prejudicada, nunca esqueci a voz da pessoa fazendo propaganda das lavadoras Bendix, patrocinadora das gravações. Ficaram também algumas outras histórias como O Pedro e o Lobo ou o Sapatinho Vermelho. Ah, e A roupa nova do rei também me marcou profundamente. Só isso já seria uma motivação para ir ver o espetáculo do Grupo Farsa. Assim, sabendo que Lúcia Bendati, Ariane Guerra e Marcos Chaves estavam no elenco e que Gilberto Fonseca era um dos diretores, espantei minha preguiça de uma tarde de Domingo e lá me fui.

Último dia desta temporada, o pequeno teatro Álvaro Moreira lotado. Muitas crianças. O que para mim é sempre motivo de satisfação. Mal entram em cena, os atores já dão sinais de que será divertido. O figurino de Daniel Lion muito bem elaborado, colorido, por si só já é engraçado. Junta-se a isso as falas ditas com as pausas certas e fiquei com a impressão de que assistia a personagens de histórias em quadrinhos ao vivo e a cores. Isso sim é que é 3D! É claro que a maquiagem de Elison Couto colabora. Tanto é que nem reconheci minha colega de mestrado Ariane nas primeiras cenas. Bem, não vamos esquecer o talento desta jovem atriz. Afinal, é isso que o teatro permite: ser outro. Já o cenário é simples, mas eficiente. Sei, sei... Muita gente implica com estes adjetivos, mas defendo que são palavras como outras quaisquer. Não vejo por que não fazerem parte de qualquer texto. Mas tudo bem, posso dar um exemplo. Gosto quando há versatilidade. Assim, a cadeira do rei ser virada e transformar-se no atelier de costura representa o que disse antes.

A impressão que tenho é que eles conseguem fazer várias marcações, sem deixar o espetáculo monótono ou previsível. Ao contrário, me dá a ideia de leveza. Revendo esta história tantos anos depois, agora na adaptação de Roberto Oliveira, fica mais fácil entender porque do meu fascínio. Lá mesmo no teatro pensei em como é uma história atual ou alguém acha que vaidade e poder são coisas do passado? Imagino que algo semelhante tenha se passado na cabeça daqueles pais, pois fiz questão de observá-los e ficou claro para mim que eles se divertiam tanto quanto seus filhos. E isso, com certeza, também é mérito dos demais componentes do grupo como Plínio Marcos Rodrigues e Vinícius Meneguzzi. E para usar mais um adjetivo fico feliz em ver que é um elenco tão coeso. Aliás, acho que, se não bastasse todos os outros méritos do Grupo Farsa, esse seria um que já os colocaria em destaque: saber contar histórias para um público que mistura adultos e crianças e entreter a todos. Eles dão motivos para que a história deste rei tão preocupado com a sua aparência fique na memória daquela plateia por tanto tempo quanto aqueles discos ficaram na minha e olha que lá se vai quase meio século.

Tuesday, November 30, 2010

A melhor viagem do mundo

Quando voltei de Buenos Aires em agosto  falei tão bem da cidade que mal tinha colocado o pé em POA, minha mãe disse: vamos comemorar meu aniversário lá? Como que eu ia contrariar esta idéia? Não é que quando a data se aproximou eu já estava louca para ir novamente? E com a tarefa de agendar as atividades dos quatro dias. Como boa libriana, tá aí uma tarefa que eu curto e levo a sério. Consegui passagens direto POA-Buenos Aires, pois acho muita sacanagem ter que ir a São Paulo primeiro. Fomos pela TAM o que nos garantiu um almoço (coisa que na Gol não tinha) e tvs. Ah, eu me divirto muito com imagens mesmo que seja um documentário sobre as ruas da cidade. Nosso hotel era na Carlos Pellegrini e tinha um preço ótimo para um quarto para as três: eu, minha mãe e minha irmã. É a rua do lado da 9 de julho, a rua do obelisco. Sem prédios separando nada. Só uma calçada. Ou seja, melhor localização, impossível. Sabia que podia pegar um taxi no próprio aeroporto e teria o preço certo. Só não imaginava que um dos encarregados sairia correndo na frente com as nossas malas e depois ficaria segurando a porta e pedindo gorjeta. Bem chato.


Instaladas fomos para em direção a Florida para pegar o ônibus turístico. Descobri em minha viagem anterior que era a melhor maneira de ir a todos os lugares principais sem ter que esquentar a cabeça por um único valor, durante dois dias. São 14 paradas, entre elas: Caminito, Porto Madero, Recoleta, Casa Rosada, Palermo, etc. Queria muito levar minha mãe que ama flores ao Rosedal, mas chegamos lá quase às 19h e já estava fechado. Tarde também para pegar o mesmo ônibus de volta. Assim, começava a aventura de ir atrás de um “colectivo” para voltar para o centro. Sem saber nem o preço da passagem, descobrimos que este deve ser pago com moedas, o que não tínhamos. O fiscal acabou deixando que andássemos sem pagar. Algo inusitado para a minha mãe. Pedi informações para descer com as indicações de 9 de julho e Corrientes e rapidamente descemos na região. Só que indiquei o lado oposto e caminhamos na direção contrária. Quando resolvemos perguntar novamente estávamos a sete quadras do nosso hotel. Parece mentira que em uma cidade com tantos pontos de referência isso ainda aconteça. O homem que nos indicou o caminho puxou papo. Disse que era jornalista. Ah...tinha que ser. Perguntou nossos nomes e quando decidiu dar um cartão de visita, olhava para a minha irmã e dizia: “eu vou estar neste número, viu?” (falava o nome dela). Foi uma cantada bem engraçada. Ostensiva e, ao mesmo tempo, não invasiva.

Dia seguinte vamos para o salão do café da manhã. Muitas medialunas de todos os jeitos. Biscoitos e pães com doce de leite. Assim como todo o resto de um hotel 4 estrelas. O interessante é que eles tinham uma bandeja na qual podíamos botar tudo que escolhêssemos, sem ter que ficar indo e voltando como costuma acontecer. Lá nos fomos pegar o ônibus turístico outra vez, pois nosso bilhete era válido por 48 horas. Não tinha mais certeza o que deveríamos ver. Mas queria retornar ao Caminito onde escolhi uma bolsa meses antes, mas a grana curta não me deixou comprar. Encontramos várias outras lembrancinhas bacanas. Perdíamos a noção das horas e quando voltamos ao ônibus achei melhor descer no Porto Madero, mas ir até a praça de maio almoçar em um lugar que já conhecia na esquina do Cabildo, um prédio branco histórico, lindo que fica em frente à Casa Rosada. Não foi exatamente barato, mas o lugar é maravilhoso. Voltamos para o hotel para descansar. Afinal, à noite havíamos feito uma reserva para o show de tango no La Ventana. Não é fácil escolher um desses lugares. Há muitos. Fui pelo preço e pela proposta. Sem jantar, mas com uma garrafa de vinho e alguns quitutes. Além do transporte de ida e volta. Minha mãe desceu sozinha no elevador que abria para os dois lados e não se deu conta de que estava de costas para a porta aberta na recepção. Eu a chamei e ela me respondeu de volta. Ainda olhando a porta fechada. Rimos. Quanto ao show, acertei em cheio. O lugar era lindo. A apresentação maravilhosa. Gente muito boa e muitos números. Um cantor e uma cantora ótimos. Vários casais de bailarinos e diversos figurinos. Só pensava em quantos chutes nas canelas até chegar aquele momento. Era impresionante. Mais uma orquestra e um número de boleadeira daqueles de arrepiar e vinho, muito vinho. Terminada a primeira garrafa, o garçon trouxe outra de cortesia. Isso sem saber que comemorávamos lá o aniversário da minha mãe. Voltamos para o hotel cansadas e felizes e precisando mesmo de um motorista.

Bem, teve a parte das compras na Lavalle e na Florida. Nada muito significativo pois a idéia era passear. Mas uns garfos maravilhosos para churrasco, a mala perfeita para uma viagem internacional e alguns presentinhos de Natal. Um café no Shopping Pacífico. E sem seguir a cronologia exata dos fatos, fomos ao Café Tortoni encontrar a Silvia, minha anfitriã da outra vez em que estive lá. Aliás, rever a cidade só me fez perceber ainda mais como ela havia transformado a minha viagem em algo tão prazeroso. Na praça de maio uma homenagem ao presidente Kischner reunindo diversas entidades do país. No local, uma faixa com uma frase para Cristina: “Te queremos como uma filha, te respeitamos como uma mãe”.

Dia seguinte, o primeiro dia nublado depois de dias esplendorosos de sol e céu azul. Encaramos o passeio até o Delta do tigre com o Trem da Costa. Passamos antes pela praça San Martin que traz fortes recordações das viagens em que meu pai estava presente, tanto para minha mãe, quanto para mim. Uma certa frustração ao rever a estação San Isidro. Na última vez, fervilhante de gente, de lojas e alegria. Dessa vez, com algumas excursões turísticas, muitos locais abandonados e um pequeno restaurante em funcionamento. Ainda há sinais da crise por lá. Na volta, um outdoor dizia: o melhor iogurte do mundo. Tirei até foto. Afinal, já havíamos reparado que para eles tudo é assim: o maior, o melhor, o mais antigo, o mais premiado...Eles adoram os superlativos! Tenho a impressão de que fazem até piadas de si mesmos...ou não.

Em nossas andanças, passando por um dos muitos teatros da Corrientes, um show do Djavan. Uma multidão na calçada para vê-lo. Argentinos. Enquanto descansávamos no hotel, muita programação em espanhol. A série Monk, filmes com Steve Martin e até Caminho das Índias. Tudo muito bem dublado (pelo menos parecia). Ah, não posso esquecer de contar que realizei meu sonho de falar francês na Argentina. No café da manhã, vários franceses conversando. Virava e mexia eu escutava o famoso: “Ah...bom!”

Na última noite, ao voltamos ao hotel, a rua 9 de julho estava fechada. Perguntamos o que haveria e como a resposta foi ballet, achei que o recepcionista tinha dito baile (verbo que eles usam para dança), mas estava errada. O grupo do teatro Colon (que aliás só vi de longe) fez uma apresentação ao ar livre do ballet La Traviata, com orquestra e tudo. Uma multidão na rua de todas as idades. Cadeiras e pais com as crianças nos ombros. Lindo. Os bailarinos víamos mais pelos 3 telões espalhados pela rua. É... o aniversário de “mi madre” não podia deixar por menos. Andamos no meio da rua mais larga do mundo (140 metros) sem pressa. Um jantar com uma porção gigante de batatas fritas e já era meia-noite. Nossa hora de dormir. A cidade segue fervilhante.

Um taxi chamado pelo hotel nos leva até o aeroporto de Ezeiza. Minha mãe é atendida por um rapaz que diz que as mulheres gaúchas são as mais bonitas do mundo. Quando libera o meu bilhete, diz que no mês que vem viria para cá. Esbarro nele novamente quando entro no avião, recolhendo os bilhetes. Brinco com ele que a cidade o espera. Bem, eu não conheço muitos lugares do mundo, mas que os Argentinos são muito lindos, isso são. Minha irmã diz que um terno e um jeito conquistador já faz a diferença.
O fato é que saio de Buenos Aires, pensando outra vez em retornar. Afinal, foi a melhor viagem do mundo!

 
PS: Encontramos também um professor da FAPA que eu e minha irmã reconhecemos de vista. O curioso é que ele viajou conosco na ida de na volta, sem termos combinado absolutamente nada. Só para a gente lembrar que a vida é cheia destes mistérios...

Thursday, November 18, 2010

Pronta para o acaso

Não sou exatamente uma pessoa que goste de surpresas, mas também não preciso de muito planejamento. Ultimamente, porém, ando reticente a convites de última hora. Bate a preguiça, desorganiza a agenda. Apesar disso, não sou de jogar fora oportunidades. Assim, quando minha cunhada ligou no final da tarde e disse que não poderia usar o seu ingresso para o show do Ivan Lins, eu topei. Confesso que não vibrei de cara com a oferta (vou ter que me redimir). Tinha acordado arrumadinha, mesmo achando que não sairia de casa e o urgente, urgentíssimo trabalho que fizera o dia todo bem que podia esperar algumas horas. Afinal, eu nunca tinha entrado no Bourbon. Achava sempre caro. Perdi as chances do POA em cena. Cá entre nós, é lindo.
Só quando cheguei é que vi  no ingresso: R$ 90,00. Ah, não teria pago isso mesmo, embora tenha ficado interessada quando li a notícia no jornal. Sempre gostei de Ivan Lins.  Além da voz, me parecia um cara alto astral, camarada, eu diria. Além disso, várias de suas músicas fizeram parte de momentos significativos da minha vida. Fato é que já tinha escrito até aqui enquanto as pessoas chegavam aos poucos no teatro. Mas chega de blá,blá,blá.  Preciso assistir ao show pra poder comentar.
Primeiro devo dizer que agora é oficial: envelheci. Ivan Lins está com 65 anos e eu o achei um gato. Uns quilos a mais de quando eu o “conheci”, mas ainda assim carismático e interessante. Se bem que tem muita gente nova que considera Sean Connery,  o máximo.  Bem, mas mal ele começa a cantar e voz suave enche o teatro. “O amor é o meu país...” Ele sempre cantou de um jeito que parecia fácil. Só ele para fazer melodia com biri-biri e dadaum. Já na segunda música ele pede para a plateia cantar um trecho.  Logo depois, ele fala que o show é em comemoração aos 40 anos de carreira, o mesmo tempo que tem o seu sucesso Madalena. Ele conversa com o público dizendo que era um compositor universitário quando Nelson Motta o encontrou e que foi Elis Regina quem gravou este seu primeiro sucesso.  Quem diria que ele também tinha tido alguns problemas com a censura? Bem, ele disse que foi chamado no DOPS, mas que no fim era por erros datilográficos que foram considerados um código.  Se bem que naquele contexto uma música que diz: “deixa, deixa, deixa dizer o que penso dessa vida, preciso demais desabafar” pode mesmo ser considerada subversiva. Aos poucos vou me dando conta que conheço mais o seu repertório do que imaginava e mais acho as letras realmente ótimas: “Não corra o risco de ficar alegre para nunca chorar...”, “Não fale do medo que temos da vida” e, realmente, agora  mais do que nunca Deus deve estar conosco até o pescoço.  Quase meio século de atividade e o cantor diz que precisa pegar o andamento de uma música nova, ganhando a simpatia do público. Lá pelas tantas chama Geraldo Flach no palco. Fazia séculos que não o via. De bengala, fragilizado, é aplaudido de pé pelo teatro lotado. O outro convidado foi Leandro Maia. Um novo talento, segundo Lins, garimpado na intrnet. O cantor gaúcho diz que agora só falta acertar na loteria. Entendo. Afinal, dividir o palco com alguém com tamanha experiência deve ser mesmo emocionante. Ele canta Paisagens e mesmo para quem foi assistir apenas a Ivan Lins ouvir este cantor deve ter sido um prazer. Linda voz.  Percebo que o fim se aproxima quando chega a hora de “Começar de novo...”. Eu que pensei que já tinha enjoado de ouvir esta música, me surpreendi.  E as letras fortes e poéticas continuam: “viestes com a cara e a coragem pra dentro de mim...”, “o amor tem feito coisas, que até mesmo Deus duvida”..., “Quero toda a sua vontade de passar dos seus limites e ir além...”Aplaudido de pé, ele volta para o bis. Canta mais uma música com Leandro Maia e ainda me impressiona com sua música: Bilhete. Quem diria...tantos anos depois e minha vida ainda “combina” com sua música...”e por fim nosso caso acabou, está morto”. Encho os olhos de lágrimas, enquanto me sinto aliviada pela capacidade de ainda me emocionar dessa forma. Exatamente como há quase 40 anos atrás.


PS1: Lembrei de Luis Claudio Conceição, meu amigo que era fã de Ivan Lins e que perdi o contato
PS2: Algo em Ivan Lins me lembra Julio Conte (espero que ele não se importe)
PS3: Lembrei de Mirna Spritzer, pois achei que ela gostaria do show

Monday, November 15, 2010

Museu da Língua portuguesa: vale muito a pena se a alma não pequena

Esta não é a primeira vez que falo do Museu da Língua portuguesa de São Paulo e, certamente, não será a última. A ida a este lugar já estava planejada desde que soube que iria estar na cidade. Assim, comecei a falar para outras pessoas que viajaram comigo e planejamos ir. Porém, como minhas colegas pretendiam também fazer compras na José Paulino, uma das ruas mais conhecidas por suas lojas de preços baixos que fica perto, quando chegamos na entrada já passava das 16h.
Sendo uma sexta-feira, véspera de feriado, a ideia era pegarmos o metrô o quanto antes, pois o movimento seria intenso. Resultado: só deu tempo de dar uma espiadinha na exposição temporária sobre Fernando Pessoa e assistir ao vídeo sobre a história da língua. Assim mesmo, minhas impressões favoráveis se mantiveram. Mais uma vez, achei muito instigante a forma que os curadores apresentam as informações, associando tecnologia e conhecimento. Textos “escritos” na areia, livros digitalizados e tantas outras coisas que provam que a cibercultura não só é possível como emocionante. Por falar em emoção, não sei porque ouvir Dorival Caymi cantar “Coqueiro de Itapuã, areia...” faz meus olhos ficarem cheios de lágrimas. Tem uma suavidade em sua voz, uma calma que contrasta com o mundo lá fora. Principalmente, quando se trata das ruas de São Paulo.
No mais, já tinha compreendido porque estar cercada de letras por todos os lados mexia tanto comigo. Inclusive já disse isso antes: visualizo a história da minha vida desde os meus seis anos, quando aprendi a escrever. Aos 10 já estava lá redigindo meus diários, falando de mim e dos meus sentimentos. Como agora. Por tudo isso, o tempo no museu foi pouco e quando surgiu a oportunidade de voltar no dia seguinte, não hesitei. Desta vez sabia que poderia ficar o tempo que quisesse e olhar com calma. Pelas paredes textos de Pessoa que podem ser mudados a partir de um gesto do próprio visitante. Uma mesa e cadeiras penduradas no ar junto a imagem do poeta. Pouco depois, a sala de espelhos onde eu e todos os visitantes podem ver sua imagem multiplicada, fazendo uma analogia aos heterônimos (personagens) de Fernando Pessoa. Sim, porque além de poeta, ele também foi capaz de criar várias personalidades e descrevê-las: suas características físicas, seus gostos, seus pensamentos, alguns muito famosos como: “todas as cartas de amor são ridículas”.
Um corredor inteiro para a sua cronologia. Muitos livros, muitos textos até sua última frase em Inglês: "I don't know what tomorrow will bring… " ("Não sei o que o amanhã trará"). Eu também não sei, mas pelo menos pude voltar ao Museu que tanto me impressionou há anos atrás e continuar achando que “tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

Sunday, November 14, 2010

Vida de mestre

Como recém mestra pensei que seria importante ir a ABRACE e assim que soube que meu trabalho havia sido aceito, comecei as articulações para conseguir um lugar para ficar. Sem isso, as chances de estar em São Paulo por uma semana eram mínimas. Logo lembrei da colega de Artes cênicas que estava morando na cidade e que sempre me escrevia palavras de afeto, que sempre me tratava com uma gentileza que pouco se vê hoje em dia. Assim, alguns emails depois já sabia para onde ir. Quando cheguei em sua casa, aquelas palavras foram se transformando a cada dia em pequenos gestos de acolhimento e de carinho. A partir daquele momento, havia também aquele que ela escolhera para ser seu companheiro na vida e como não podia deixar de ser alguém amável e interessante com  quem a conversa fluiu rapidamente como se fossemos velhos amigos. Desse jeito, apesar do pouco tempo que passamos juntos, devido ao meu envolvimento com o evento, tive a oportunidade de estar próxima de duas pessoas que eu tenho certeza ainda terão muito a contribuir para aquele mundo melhor que todos queremos e, enquanto isso, eu aproveito para viver estes momentos tão especiais que dão a este título recém adquirido o sentido que eu queria: o de pertencer ao grupo de pessoas que amam a arte e a vida.

A Cyntia Muller e a Rodrigo Pessim o meu muito obrigada.

Wednesday, November 10, 2010

Abraçando São Paulo

Primeiro dia do evento da ABRACE - Associação Brasileira de Pesquisa em Artes Cênicas. Primeiro desafio: chegar a Barra Funda. Na véspera, meus amigos diziam que era muito fácil e não tinha erro. Esqueciam que estavam falando de mim que se bobear me perco até na minha cama. Mas, de mapa do metrô na mão, lá me fui rua acima. Dúvidas quando ela bifurcou. Outras, quando parecia distante, mas cheguei. Uma vez lá dentro, é tudo bem indicadinho. Se a gente sabe ler e presta alguma atenção, chega lá, mesmo trocando de linha, como foi o caso. Porém, quando cessam as informações para onde ir? Hora de perguntar e apesar da resposta meio inútil é o tempo de encontrar mais alguém perdido perguntando pela mesma coisa. Um paulistano. Então, melhor segui-lo. Missão 1, cumprida.

O lugar da abertura é muito bonito. Sento logo nas primeiras filas. Uma abertura rápida do pessoal da ABRACE (Maria Lucia Puppo e Luis Fernando Ramos) e sobe a mesa Sábato Magaldi e Jacó Guinsburg. Já tinha reparado no primeiro. Meu objeto de estudo. Fiquei emocionada. Era o encontro do pesquisador com o pesquisado, aplaudido de pé por um teatro lotado.

É Sergio Carvalho quem lê o texto sobre o crítico. Há poucos minutos estava ali do meu lado com umas folhas rasuradas na mão. Agora, está lá na mesa fazendo referência a um texto que Sábato escreveu sobre Décio de Almeida Prado, mas que, sem dúvida, poderia ser sobre ele mesmo. Carvalho obtém o equilíbrio perfeito entre informações histórias, curiosidades e afetividade.

A palestra é em francês, mas assim mesmo pego os fones. Sei bem que muitas vezes não se trata de entender a língua. Se o palestrante falar baixo, enrolado ou qualquer outra coisa, a tradutora tá lá para dar um jeito. Só que neste caso, não teve como. Tentei várias vezes acompanhar a linha de raciocínio do convidado, mas há divagação era grande e eu que amo a língua francesa não estava mais me divertindo com os leeee, laaaa que eles adoram. Jean François Peyret tinha a tarefa de falar sobre “Uma arte exposta a ciências”. Acho que a exposição causou danos porque ficou difícil de entender em françês ou português.

No caminho do almoço, esbarro em Edélcio Mostaço. Corro para abraçá-lo. Só tenho a agradecer a ele, inclusive por estar aqui. Do lado, Faleiro, outro professor que tem sido de uma gentileza quando me vê... Tantas caras conhecidas e importantes no meio da pesquisa teatral que me dou conta que as articulações de nossa coordenadora Marta Isaacsson e do restante do grupo tem sido realmente muito bem sucedidas. Afinal, o programa ainda é muito recente e nestes poucos anos já nos aproximou de outros que pesquisam há muito tempo.

Depois de alguns copos de champagnhe oferecidos pela ABRACE, um rápido almoço rodeada de colegas e professores, vamos para a palestra seguinte. Antônio Araújo diz que está nervoso e que por isso terá que ler. Mas o texto escrito é muito bom. Ele diz que pesquisar é jogar com o desconhecido. Parece bonito, mas dá muito medo. Pesquisar artisticamente é avançar aos tropeções em um interminável looping. É duvidar sempre e acreditar apenas por átimos. Perceber que não sabíamos que sabíamos. Mal-me-quer, bem-me-quer. A aventura do pensar fazer e do fazer pensar.
Sabia que deveria vir embora antes do final da tarde, mas me distrai. Acabei pegando a famosa hora de pique. Algo assustador. A mesma pessoa que está ali do seu lado esperando o metrô quando as portas se abrem, se transforma em um agressor. Não entrei no metrô. Fui empurrada e procurei não resistir. Foi ruim? Claro. Mas, felizmente, no meu caso é ocasional. Já pensou ter que passar todos os dias por isso?

No mais, hospedada na casa de amigos, muito bem acolhida transformando minha viagem em momentos ainda mais agradáveis. Coisa boa poder juntar conhecimento, novas experiências e amigos. É a minha paixão pelo teatro me proporcionando novas oportunidades.

Sunday, October 24, 2010

A boba da corte
De início, o nome Arte na Corte me parecia um pouco arrogante. Vinha a minha mente reis, rainhas e castelos. Algo esnobe. Porém, o lançamento desta proposta, que visa uma integração entre arte, cultura, língua, música veio para me fazer pensar de uma maneira bem diferente. O lugar provisório no Bom Fim é uma casa antiga, salas de pé direito alto, mesas, sofás, bem aconchegante, na verdade. Sabendo que haveria uma certa improvisação no serviço e que o cardápio seria reduzido, fui surpreendida pelo sabor do que era oferecido e pela simpatia das pessoas que se esforçavam para atender de maneira gentil e eficiente. Rapidamente, as pessoas iam se juntando e era visível que as conversas vinham fácil e a integração ocorria rapidamente.
Assim, estavam todos se divertindo quando Vera Mello pegou o microfone para apresentar as pessoas da casa, um lugar agora chamado Passageiro 59 que pretende manter atividades como esta com certa frequência. O assunto divulgado no convite super bem feito era a única coisa que eu, realmente, já sabia: Tour de France. Entretanto, pouco sabia sobre o tema. Assim, toda e qualquer informação recebida foi bem-vinda. Cansada do longo dia de trabalho, imaginava quanto tempo duraria a fala desta professora de francês que sempre pesquisa sobre o que vai dizer para os seus alunos que, nesta noite éramos nós. Porém, ela teve a sensibilidade de não se estender e mais, o jogo de cintura de descobrir naquele momento que a famosa corrida de bicicleta já não era tão importante assim para os franceses e trazer isso à tona pela voz de um francês que compareceu ao encontro. Desta forma, mesmo que ele viesse para contrapor algumas de suas colocações anteriores, sem dúvida, valorizava ainda mais a apresentação.
Como se isso não bastasse ainda escutamos a vencedora do Festival da canção francesa deste ano Luana Pacheco cantar L’amour. Assim, a Arte na Corte cumpriu com sua promessa de um jeito gostoso de fechar a semana e ainda “entregou” algumas surpresas como eu descobrir que minha irmã, que se diz uma rígida virginiana, fala muito bem em público e ainda por cima no microfone! Fiquei boba. E como nenhum evento, por menor que seja, “termina depois que acaba”, este rendeu conversas que me fizeram descobrir que Samuel Beckett escreveu Esperando Godott  justamente por causa de um dos competidores do Tour de France que todos esperavam e que não chegava nunca. Cultura é isso. Algo que cresce e se multiplica. E mesmo que alguns reis e rainhas não soubessem, são mais valiosos do que os bens, pois não acaba nunca e não pode ser roubada. Uma vez que chega até nós, será nossa para sempre.
PS: Por falar em roubar, sai com a caneta que me emprestaram para que eu pudesse fazer as anotações que gerariam este texto. 

Sunday, October 17, 2010






Se você quer cantar, cante.
Bem, se você quer cantar, cante
E se você quer ser livre, seja
Porque existem muitas coisas pra ser
Você sabe que sim
E se você quer viver pra cima, viva
E se você quer viver pra baixo, viva
Poque existem muitos caminhos pra ir
Você sabe que sim
Você pode fazer o que quer
A oportunidade está aí
E você pode encontrar um novo caminhos
Pode fazer isso hoje
Fazer com que tudo seja verdadeiro
Fazer com que seja desfeito
Você vê ah ah ah
É fácil ah ah ah
Você só tem que querer
Bem, se você quer dizer sim, diga
E se você quer dizer não, diga
Porque existem muitos caminhos pra ir
Você sabe que sim
E se você quer ser eu, seja
E se você quer ser você, seja
Porque existem muitas coisas pra se fazer
Você sabe que sim
Bem, se você quer cantar, cante
E se você quer ser livre, seja
Porque existem muitas coisas pra ser
Você sabe que sim
Você sabe que sim
Você sabe que sim
Você sabe que sim

Música de Cat Stevens em Ensina-me a Viver




http://www.youtube.com/watch?v=NDq36YD1ESM