Friday, March 16, 2012

Face à face

Depois de vários meses sem publicar nada no meu próprio blog voltei para falar de outro espaço virtual: o Facebook. É ele o maior culpado pela minha ausência. Meus textos aqui eram redigidos a partir de uma necessidade minha de expressar minhas ideias sobre vários assuntos. Mas sabendo que podem ser lidos por qualquer um que tenha acesso à internet exigiam certo cuidado, tempo, envolvimento. Cheguei a fazer um texto inteirinho na praia sobre os filmes concorrentes ao Oscar. Acabei não achando hora para passar a limpo e publicá-lo. Enquanto isso, lá no Face publico coisas todos os dias. Frases, pensamentos, piadas, críticas, comentários e, muitas vezes, nem preciso criar nada. Apenas compartilho o que alguém já publicou. E surgem coisas ótimas. Ideias criativas, jogo de palavras, imagens, vídeos. Muitos apenas para divertir. Outros bem interessantes e, enquanto isso, vou conhecendo um pouco mais das pessoas que são minhas “amigas” virtuais, pois, acabamos sabendo muitas coisas sobre os seus pensamentos, escolhas, gostos, situações profissionais, amorosas, familiares a partir do que elas comentam, compartilham, curtem. Às vezes, me dou conta de que exagerei na dose. Compartilhei coisas demais, linkei com gente que pode não gostar. E, só recentemente, me dei, realmente, conta que o universo que atingimos é infinitamente superior àqueles que curtem, comentam, etc. Com o que publico no meu perfil, posso acabar sendo abordada na rua por um estranho que chegue dizendo coisas muito pessoais e isso, claro, não seria nada agradável. Mas se o Face é esse poderoso e gigantesco meio de comunicação é, também, um dos mais efêmeros. Tudo envelhece em segundos. Os erros e os acertos também. E não posso negar: entro várias vezes. E aprendo coisas, me divirto, me irrito, me acalmo. Em um instantinho, sinto até os amigos mais distantes por perto. Trocamos ideias. Não temo a super exposição, mas também procuro não provocar muito. Acho que não teria escolhido a comunicação como profissão se achasse que tudo deve ser mistério. Compartilhar informações para mim é algo que começou muito antes do surgimento dessa rede. E não sou nada a favor de paranoias mas já me peguei pensando que não temos o menor controle sobre esse sistema que, assim como apareceu, pode desaparecer e não tenho dúvidas de que seria uma grande frustração para a maioria. Sobreviveríamos a ela mas ficaria um vazio. Esse mesmo que acabei deixando aqui no meu blog para usufruir de uma comunicação rápida, imediata mas nem por isso menos contundente ou ampla. No Facebook, as informações vão da área médica, à política, à economia, ao cotidiano, à poesia, às artes, ao dia-a-dia. E, embora, como jornalista, talvez não devesse dizer isso, um espaço muito mais interessante do que qualquer jornal. E é natural que seja assim. Afinal, há muito mais fontes, menos edição, mas também é importante que se diga: menos compromisso com a verdade. Mas ela aparece. Muitas vezes até nas piadinhas e charges. Dito isso, vou publicar o link desse texto lá no meu perfil pois assim me livro da culpa de ter abandonado esse espaço e ainda sigo sendo lida por mais gente. Se o Sr.Face queria todas as atenções, creio que conseguiu.