Tuesday, May 28, 2013

Uma mistura de arte e jornalismo na denúncia do descaso e da indiferença

Sair da minha casa no Cristal, devido às obras do novo viaduto e do meu time, tornou-se um desafio. Não importa o dia e nem o horário. E eu ainda não acertei o cálculo do tempo para chegar a qualquer lugar desde então. Não foi diferente no Domingo quando saí para ver Bodas de Papelão. Todo mundo sabe que eu gosto de teatro, mas, às vezes, vai além da vontade de assistir a alguma coisa. É também um compromisso assumido com os amigos.
O Gasômetro é um lugar querido para mim desde a primeira Bienal quando  fui mediadora e passei três meses andando todos os dias por aqueles corredores. Podia ter implicância, mas foi o contrário. Tenho afeto até mesmo por aquelas salinhas transformadas em teatro por algumas horas. Ainda mais quando, depois de dizer o meu nome, sinto um tom de reconhecimento de uma menina que não identifico. Preciso de alguns minutos para ver que era o “Mágico de Oz” do último espetáculo que assisti do grupo Leva Eu. E sorrio pensando que coisa boa que eles conseguiram assumir seus personagens e serem diferentes de si mesmos. Também acho graça ao me dar conta de que, desde o primeiro momento, simpatizei com o nome do grupo. Logo eu que costumo corrigir todos os erros de português que identifico. E é com essa vontade de gostar que entro no espaço que já não é uma sala escura, mas tem elementos suficientes para que a gente identifique as ruas de uma cidade qualquer.
Logo no começo, porém, os atores, no texto do jornalista Renato Mendonça, especificam que se trata das ruas de Porto Alegre. E o espetáculo traz elementos dessa mistura entre jornalismo e teatro que, depois de quase dez anos no Departamento de Artes Dramáticas, já não me surpreende.  Isso não quer dizer que o espetáculo é previsível. Não é. Trata de um assunto cotidiano. Mostra as pessoas que “vemos” todos os dias: os moradores de rua, mas com uma delicadeza e, ao mesmo tempo, com uma intensidade que não tem como não me sensibilizar e, nesse momento, eu desejo que isso aconteça com toda a plateia. O que acho que faz parte da linguagem que, nós jornalistas, aprendemos a explorar são as imagens projetadas de locais reais da cidade. Soma-se a isso uma escolha de músicas que sublinham a falta de identidade daqueles dois que, além de cantar, chegam a dançar um tango. É essa mistura entre a arte e a vida que os comunicadores da área da cultura tentam elaborar e que nesse espetáculo acabou resultando nessa dramaturgia tão relevante para os nossos dias.

Mas quem é essa atriz que brilha naquele “palco” desde o primeiro instante? Ela é tão radiante que, em alguns momentos, apesar de sua ótima interpretação, fica difícil ver alguém debilitado pela falta de atenção, de cuidados, de tudo que é básico para a sobrevivência de um ser humano. Ela se chama Marjorie Moreira. E Igor Ramos contracena com ela fazendo um personagem com uma das características mais complicadas: a de bêbado. Todo mundo que conheço já fez a imitação de alguém bêbado um dia, não convincente. Exageram demais, não enrolam a língua direito. Igor é perfeito. Se eu não conhecesse o seu profundo compromisso com o teatro diria que aquelas garrafas continham mesmo cachaça. Mas, ele não se restringe a isso. Ele é o protetor da sua esposa, o que não deixa que ela perca as esperanças, se desanime mesmo diante das agruras da vida da rua, da falta de humanidade dos outros que passam por eles como se fossem invisíveis. Os outros? Eu, tu, nós. E uma fala me chama muito a atenção: eles enfatizam que são moradores de Porto Alegre. É nesse momento, como em tantos outros desse espetáculo, que se quebra a distância que existe de quem tem um teto ou de quem fica ao relento. E o texto é repleto de sutilezas e também de palavrões, de xingamentos e de filosofia: “só viver não basta”, diz um deles. E eles sonham com a neve. Exatamente como eu, que também nunca vi nevar. Mas, não era preciso essa “coincidência” para que eu já me sentisse mexida com o espetáculo e, sem nem tentar fugir do clichê, não sou a mesma quando saio daquela sala menos de uma hora depois. Essa é a força da arte. Esse é poder do teatro que, diferente do que pensam alguns, não raro, pode fazer mais do que uma matéria publicada no jornal, esse que se espalha pelas ruas servindo de leito para tantos seres humanos. 

Thursday, May 23, 2013

Aznavour traz à França para Porto Alegre e meus amigos a minha memória


Convites comprados há muito tempo, lá me fui encontrar minha irmã Vera Mello e minha cunhada Vera Beatriz Brasil Mello para ver Charles Aznavour.  De cara, chamou à atenção a quantidade de gente muito mais moça, inclusive, do que os que estavam na plateia do Ney Matogrosso.  Quando esse cantor francês, que faz parte da minha vida desde que me conheço por gente, chega ao palco, não tem como não sentir uma emoção e, enquanto ele canta uma música que fala de Paris no mês de agosto, eu fico pensando que adoro viajar, mas estou pronta para sair agora, já, para poucos lugares, sendo que a capital francesa é o principal deles. E essa noite trouxe a França para Porto Alegre, mais precisamente para o Araújo Viana onde, como fez Bebel Crosseti, é possível brindar o aniversário do cantor.
Claro que queríamos que ele cantasse as músicas que ouvimos sempre, mas ele começa por outras que não reconhecemos. No entanto, não tem como não achar a voz dele linda e ele performático no palco. Seus gestos, seus deslocamentos, sua postura, demonstram um domínio que atrai. Mas, enquanto ele canta, eu me pergunto que “gaiola” é aquela onde está o baterista e logo penso que o Arthur de Faria deveria saber. E, quando Aznavour começa a cantar Que c’est triste Venise vejo que é em italiano e, no mesmo instante, lembro da Paola Morais. Primeiro, brinco com a minha irmã que ele não queria que eu cantasse junto. Depois, me digo que foi para não me fazer chorar pois aquela história de que a cidade é triste quando nossos amores são mortos antes mesmo de existir e que nossos amigos partiram acaba comigo. E a iluminação farta, várias cores fortes usadas no palco, contrastando com o figurino negro do cantor, me fazem pensar no Fernando Uchoa. E a moça que correu feliz ao pegar o lenço usado pelo Aznavour depois que ele cantou La Bohème me traz à cabeça a Fernanda Petit. E enquanto me impressiono com a competência vocal desse homem de 89 anos (completados exatamente nesse dia) recordo das aulas da Gisela Haybeche. Daí, emendo no Rodrigo Scolari que está na cidade luz. Já as músicas que falam da passagem do tempo, da valorização do aqui e agora reverberam com os textos de Clara Corleone e L’amour c´est comme un jour ça s’en va (o amor é como um dia, ele passa) me traz a mente Janaina Kraemer e, depois do arrepio que sinto com Hier Encore, só She, a música escolhida pelo Zé Adão para a minha entrada  na última vez em que pisei em um palco, mexe mais comigo. E junto a todos esses estão também minha mãe, meu irmão que já se foi e meus amigos franceses. Porque a música faz isso com a gente. Mexe profundamente com a memória. E todas essas lembranças só são interrompidas pela maneira interessante que Aznavour conversa com o público, explicando que não sabe falar português, mas que dirá em francês e alguém do lado poderá traduzir, pressupondo que a plateia está cheia de francófonos. E o que ele diz? Que já se perguntou muitas vezes o que é uma canção. Nessa hora, não tenho dúvida de que é por isso que ele domina o que faz. Além de mostrar simplicidade e interesse, ele é capaz de ficar por tanto tempo em pé. Eu mesmo sentada já sinto cansaço por estar na multidão. Porque um show não é uma gravação, não é um vídeo. É energia que vem, mas que também vai. E esse entusiasmo pela vida me faz pensar em alguém especial para mim que preciso tirar para dançar. E mergulhada nesse momento mágico que anuncia que o show está no fim, aproveito para chegar bem pertinho do palco e observar o quanto Aznavour parece frágil há poucos metros, mas que ainda carrega esse negócio que faz parte de todo artista e que surge de um jeito inexplicável diante da plateia que o aplaude com entusiasmo a cada música e é por essas e por outras que a cada uma delas ele impressiona mais e, todo o tempo, eu me pergunto se para os franceses estas palavras, essa poesia que ele declamou sobre a passagem do tempo, a perda da juventude, os amores perdidos causam o mesmo impacto que eu sinto nos meus ouvidos quando ele diz: “Il faut savoir qu’on ne sait pas”, o que eu traduziria por: “é preciso saber que não sabemos”, mas que dito assim parece tão menos intenso do que em francês, essa língua que me transportou para o outro lado do oceano e me trouxe aquela sensação de beleza e de aconchego que, fora da arte,  só um bom vinho pode trazer ou essa sensação de que somos todos aqueles que passam pelo nosso caminho real ou até mesmo virtual como alguns dos que estiveram comigo essa noite no show, ainda que em pensamento.

Monday, May 20, 2013

Brecht: o teatro muito além do palco


14º SIMPÓSIO DA INTERNATIONAL BRECHT SOCIETY – 1º DIA

Ano que vem estará completando 30 anos que sou jornalista. Durante esse tempo já participei de muitos eventos, trabalhando ou apenas assistindo e posso dizer que existem coisas extremamente simples que anunciam a qualidade de qualquer congresso, simpósio, jornada. Entre estas estão: a forma como somos recebidos no momento da inscrição e, por incrível que pareça, a beleza e o cuidado com o material impresso, ou seja, o crachá, a programação, a pastinha, o bloco de anotações. Parece bobagem, mas minha experiência diz que não é. Se alguém tiver que escrever o seu nome com uma caneta hidrocor e colar uma etiqueta na sua camisa, desconfie. Outra coisa é o local do evento. Não importa se é no Brasil ou no exterior. Se a gente entra em um prédio bacana, bem cuidado, há uma maior probabilidade da palestra para a qual você se inscreveu valer a pena. Assim, sabendo que a abertura do Simpósio sobre Brecht ia ser na Reitoria já achei que era bom me arrumar um pouco. A prova de que estava certa foi encontrar o coordenador do Programa de Pós-graduação em Artes cênicas, João Pedro Gil, de terno. Ele mesmo, quando eu elogiei a elegância, já me cumprimentou dizendo que não era sempre. No mais, reparei no banner da entrada, nas camisetas daqueles alunos todos que pareciam muito animados em dar informações.
Também acho prenúncio de um bom evento a abertura ser curta, apesar da mesa repleta de nomes importantes da cultura, do teatro, da educação como o Reitor da UFRGS, Carlos Alexandre Neto, do Diretor do Instituto de Artes, Alfredo Nicolaievsky, de Mirna Spritzer que já foi parabenizada no começo por ter aceitado o desafio de fazer parte da organização. E, assim, o tom das palavras iniciais foi de satisfação em estar ali, com a humildade de quem se interessa por arte. Outro detalhe que também faz a diferença para um evento internacional é a quantidade de pessoas na plateia com fones de ouvido. Evidencia de que não se trata de apenas um convidado para garantir o status do encontro, mas de uma presença significativa de pessoas que se comunicam em idiomas diversos. Eu mesma pude ouvir alemão, inglês, espanhol e até auxiliar um dos convidados franceses a pedido de Susi Weber poucos minutos antes de tudo começar.
Com a palavra Miguel Rubio Zapata, do Peru. Diretor e dramaturgo do Grupo Cultural Yuachkani, ele fala sobre a influência de Brecht no teatro da América Latina e vai citando Enrique Buanaventura, Augusto Boal, Atahualpa, entre outros. Comenta sobre como o dramaturgo alemão Bertold Brecht inspirou seu próprio grupo ao propor um teatro que trouxesse à tona as contradições da sociedade, ao levá-los a observar a vida cotidiana e a se surpreender diante dela. Salienta os equívocos iniciais das interpretações da proposta de Brecht que levavam a falar de uma atuação a frio na tentativa de compreender o efeito de distanciamento. Aprofunda-se na busca de uma definição da presença cênica. O ator dirigindo-se aos espectadores com consciência plena de estar diante de uma cena. Enfatiza os elementos utilizados: a iluminação, o cenário, o figurino, os cartazes. Tudo para reforçar o objetivo do estranhamento. Destaca as propostas de Boal do teatro fórum, do invisível, do dramaturgo Brasileiro,  que, segundo ele, não atingiram apenas a América Latina, mas os cinco continentes, como o teatro do oprimido, incorporando a comunidade, fazendo com que o “espectador esteja preparado para ser ator de sua própria vida”. Cita a mensagem desse pela passagem do dia mundial do teatro em 2009, destacando o trecho que diz que “ao ver um mundo de opressores e oprimidos, temos obrigação de reinventar outro mundo. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida”. Toca na questão da teatralidade, o que me faz divagar em uma reflexão que me ocorre seguido: quem sou eu? Essa que senta aqui nessa cadeira escrevendo o que escuto porque sou jornalista? A que repete mantras na aula de yoga? A que ama cozinhar?  Quantos “personagens” existem em mim? Mas Zapata me puxa de volta para outro pensamento relevante. “O teatro não é só um exemplo, mas uma forma de vida.” Ele exemplifica com as consequências da montagem do seu grupo do espetáculo Galileu Galileu, apresentado em 1965, que acabou provocando a invasão do escritório pelo exército. O que me faz compreender melhor o que ele quer dizer com “atitude Brecht”, pois não se trata de fazer de conta, mas de introjetar os preceitos do dramaturgo alemão e agir. Ao falar do próprio grupo ele comenta os diferentes processos coletivos, a necessidade de beber de diversas fontes, de dialogar com o tempo do seu país, um tempo de violência, de corrupção que faz com que ele tenha dificuldade de falar sobre o assunto. “Não sou ator, mas teria que utilizar as técnicas de Brecht em meu próprio corpo para fazer do meu país”. E ainda sobre o fato de não atuar, Zapata conta que, em 1950, foi convidado para observar o teatro em Pequim e que, em um determinado momento, disseram a ele que poderia mostrar seus personagens. Ao explicar que não fazia isso, foi interpelado: “e como você ensina o que não sabe?”. Aspecto curioso para mostrar as diferenças do teatro oriental, no qual os mestres modelam seus atores e entregam seus personagens aos seus discípulos. Dito isso, ele relata os caminhos percorridos pelo grupo que presenciou um momento histórico de um país em convulsão, com mortos, executados. Uma realidade que exigiu dos atores uma presença diferente em cena e para isso eles recorreram às artes marciais, as danças orientais, aos personal trainners gerando uma confluência, uma energia diferente do cotidiano, fazendo os atores reconhecer os próprios corpos e colocando-os à disposição. A violência política mexendo com os pressupostos do trabalho do grupo, criando importantes desafios, tentando responder a pergunta: o que o teatro pode fazer nesse momento? Zapata comenta a importância do teatro do seu grupo atrelada ao surgimento da comissão da verdade em busca de justiça, devolvendo um olhar para eles como cidadãos, questionando como a violência os afetava, buscando sentido e pertinência ao trabalho. Ele explica que Brecht sempre foi uma influência constante, mas não a única. Para encerrar mostra em vídeo cenas de alguns espetáculos e não esconde os erros cometidos pelo grupo em alguns momentos, levando para determinados locais propostas que frustram as expectativas. “Pensamos estar sendo muito inovadores, mas devemos, antes de tudo, escutar a comunidade”.
A manhã termina e eu saio satisfeita por constatar mais uma vez a importância dessa arte que tanto me atrai, refletindo sobre o equívoco daqueles que pensam que dramaturgia é apenas o que está nas telas da TV e que para ser ator basta fazer caras e bocas. Esse pensamento vai totalmente ao encontro da placa (segurada por um ator na foto mostrada desde o início no telão), com a frase: “A burguesia quer do artista uma arte que corteje e adule o seu gosto medíocre”. 

Monday, May 13, 2013

Yoga: um vício irresistível



Exercitar o corpo ou a mente? Em um determinado momento tive que optar pelo segundo.  Vivemos uma sociedade que acha isso muito normal e se falar que o que deixei de fazer foi o yoga, muita gente acharia que a escolha tinha que ser mesmo essa. Não me questionei mais. Simplesmente parei.  Foi graças à indicação de uma amiga que acabei nas mãos de uma nova professora. Jornalista, professora de yoga e que mora e atende na minha rua. Se eu tivesse sonhado não ia ser tão perfeito. Ah, além do preço da aula ser bem menos do que qualquer um possa imaginar. Então, mesmo que eu estivesse às vésperas de uma importante viagem, querendo economizar todo e qualquer tostão, resolvi experimentar. Lembro-me de tentar saber quem me daria aula. Olhei informações que a própria professora escrevera em um espaço virtual, vi fotos e conclui que, no mínimo, era uma pessoa que tinha cuidado com o corpo humano.  
Bastou uma única aula para eu saber que queria voltar a praticar. Por quê? O que essas posturas têm de especial para mim? Bem, para quem lidou com ansiedade durante grande parte da vida, foi na yoga que encontrei um lugar, que não era “somente” um estado de espírito, mas uma calma mental que antes de fazer yoga eu nem sabia que existia. Quem me conhece sabe que eu gosto de falar muito e posso garantir que guardo dentro de mim muito mais a dizer. Que minha mente é agitada. Até hoje me surpreendo como sou capaz de passar de um pensamento a outro em segundos.  O que as pessoas não imaginam é o grande prazer que eu sinto quando tudo isso se acalma. Quando o melhor lugar do mundo é naquele tapetinho, respirando profundamente, de olhos fechados. Quando não sinto falta de nada. Quem não viciaria em viver esse momento perfeito pelo menos uma vez por semana? Sim, eu sinto dor, às vezes. Calor, quase sempre. Vontade de sair daquela posição em todas as aulas. Não, eu não emagreci fazendo yoga. Mas eu me sinto no domínio dos meus movimentos. Claro que queria poder fazer mais. Mas o meu corpo tem uma história.
Lembro que ando fiz reeducação postural descobri que tentava ignorar meu corpo da cintura para baixo devido aos comentários negativos que sempre havia recebido. Então, não se trata só de abrir e fechar as pernas, sentar ou levantar, mas de “reescrever essas linhas” e isso, na yoga, acontece sem pressa. E o mais importante para mim nem são os aspectos físicos, mas essa harmonia interna que vai surgindo sem que a gente perceba. Esse lugar dentro de nós para o qual podemos sempre voltar quando o lado de fora está agressivo demais, violento demais, triste demais. Além disso, ele se reflete nas nossas ações externas, na nossa forma de encarar os outros, os fatos. E não é algo forçado, fabricado. É intuitivo, natural, espontâneo. E não tem nenhum dogma por trás, nenhuma obrigação. Ao contrário, tudo busca o respeito ao nosso corpo, a nós mesmos. E se somar a tudo isso, uma pessoa doce, afetiva, cuidadosa, que nunca se coloca como dona da verdade, que tem a honestidade de se questionar sobre a sua própria prática, sobre a sua competência como professora, que te recebe com um chazinho e te cobre com uma cobertinha na hora do relaxamento, daí, é simplesmente irresistível.