Sunday, October 30, 2011

“Onde o verde é mais rosa”

Antes de mais nada, preciso dizer que nunca entendi estas pessoas que viajam querendo encontrar exatamente as mesmas coisas que têm em casa. Dito isso, estou de volta da praia do Rosa. A primeira vez que estive aqui foi em para uma reunião  com meu orientador, Edélcio Mostaço, em Floripa. Fiz uma confusão com praias e acabamos lá, eu e minha irmã. Dessa vez, não foi por o acaso. Agora já sabia que teria que passar trabalho até chegar na praia. Pelo menos, desta vez, fomos de avião. Santos Dumont sabia o que estava fazendo.
A praia do Rosa é cheia de pousadas. Na nossa, a primeira impressão é que é realmente pequena. Tem cozinha, mas a cama é dessas que a gente sobe uma escadinha e tem  colchões no chão do “segundo andar”. Sem guarda-roupa. Saímos para ir a praia. O dia esta emburrado e foi estressante não saber onde íamos. Sobe morro, desce morro, chegamos a um caminho estreito onde um urubu comia um bicho morto. Quem me conhece sabe que tenho ojeriza a estas coisas. Passei, praticamente, de olhos fechados. Na praia, absolutamente, ninguém. Nós e os cachorros. Cruzam de um lado a outro com a gente. Se paramos, eles param. Se ficam adiantados, eles esperam. Seria divertido, se não fosse meio assustador.
Eram quase quatro horas quando achamos onde tomar um café e comer algo. Felizmente, não demorou muito para que começássemos a nos localizar. Apesar do pouco movimento, os carros andam em velocidade. Não combinam com a energia do lugar. Muitos fucas, tratados aqui como as vacas na Índia. Bem que o trânsito podia ser só de bicicletas. Um suco de fruta, uma casquinha de siri e ouvir uma conversa entre um brasileiro e um americano e já estamos mais relaxadas. Um vinho, uma massa feita por mim, um chocolate e nem estranhamos o novo quarto. Manhã seguinte começa com céu azul e sol. No caminho, agora, aparece um gambá. Pior do que com o bicho morto. Só consegui passar de mãos dadas com a minha irmã. Acho bonito, quero fotografar, mas tenho fobia, que chega quando quer, porque quer. Encontramos uma pousada na beira da praia aberta com café da manhã. Delícia. Na praia, leituras e o sono que compartilhamos com não mais de 20 pessoas em toda orla. À tarde, caminhadas. Outra receita de massa e vinho e o sono vem.
Acordamos sabendo que era dia de mudança de hotel. Sol. Céu Azul. Na praia, me sinto uma encantadora de cães. Eles vão chegando e ficando em volta até que começam a brigar entre eles e nós viramos reféns. Vou em direção a água absurdamente gelada para me livrar deles. Eles vão atrás. Cão de praia é outra coisa. Estes aqui adoram turistas novos e não estão nem aí para a placa que cita a lei proibindo-os na praia. No novo hotel a decoração tem um aspecto meio africano. Finalmente, descolamos um peixinho para comer e salada. Acho que minha reeducação alimentar está funcionando. Fico mais feliz com as rodelas de tomate e a cenoura do que com as batatas fritas! Vida mansa. Alguma falta de conforto, mas logo penso que, para mim isso tudo é temporário, para as pessoas aqui é a vida delas. Eu se sofresse de depressão iria mudar radicalmente a minha. Experimentar coisas novas. Uma vez disse para o meu sobrinho, que queria fazer uma chamada de agência de viagens tipo: “A vida não tem mais sentido? Pegue uma estrada e siga em frente”. Pegamos dias espetaculares. Vamos a praia por trilhas. Minha irmã se sentindo a Alice do país das maravilhas e eu o Tarzan. Na areia, sinto algo na mão e era um caranguejo dando uma voltinha. Entro na água gelada tentando molhar os pés que estão doloridos por causa das caminhadas, influenciada pelo filme Origem em que Darwin ia consultar James Gully para fazer uma espécie de hidroterapia. Não fazia ideia de que além de um gênio, com ideias revolucionárias, ele era tão doente.
Nossa viagem de volta começa com o tempo nublado mas com algumas surpresas. Da praia do Rosa a Garopaba conseguimos um transporte. O cara que nos conduz é o dono. Largou a faculdade, foi morar nos EUA, ganhou dinheiro. Voltou, não se adaptou mais a sua cidade, Porto Alegre, e decidiu morar em Santa Catarina. A conversa lembra bastante a inquietude do meu sobrinho. Chegamos a Floripa e almoçamos no mercado. Tento um reencontro com o Edélcio que está em voltas com o seu cachorro que não está bem. Saímos em busca de um café e de uma sobremesa. Estamos novamente andando sem saber exatamente o destino. O vento e a chuva atrapalham. Não há muito a fazer até pegar o avião de volta. De novo um voo internacional, a caminho de Buenos Aires! Pura provocação para minha irmã. Não deu para ficar escondida. E, cá entre nós, as pessoas querem igualar tudo e todos mas haja coragem para ser responsável pela vida de todas aquelas pessoas. Desço sem nem saber o nome do piloto.



Monday, October 24, 2011

Francês: uma língua quase materna


Podia começar este texto de muitas maneiras mas decidi que seria falando da minha primeira professora de francês: minha mãe. Afinal, eu não teria ido ao Congresso de Professores de Francês em Curitiba se não fosse ela. Aliás, graças ao meu pai também tendo em vista que fomos apresentar Le Jeux Boole. Já no primeiro dia, foi interessante ver tanta gente reunida. Rever tantas pessoas.

A programação incluía várias palestras e muitos ateliers e oficinas. Demais até, eu diria o que acabou fazendo com que não houvesse público para tudo. De qualquer forma, é sempre um prazer ouvir tantas pessoas falando em francês no Brasil e ver tantos educadores desta língua reunidos. Por falar nisso, é interessante destacar a palestra de Christian Puren sobre que falou sobre uma aprendizagem da língua francesa associada à vida, as ações políticas e sociais. Não basta ficar apenas dizendo quem somos ou perguntando quem são os outros. Precisamos criar uma comunicação ativa. Ele aproveitou para dar o endereço www.christianpuren.com e dizer que disponibiliza todos os seus textos para serem distribuídos até nas praças. Vale à pena dar uma olhada.
Pode parecer bobagem, mas um bom evento também passa por um bom coffe-break. E este se superou. A empresa Amábile ofereceu todos os dias coisas saborosas e saudáveis para um grande público. Fartura e qualidade fizeram dos intervalos momentos de descontração e de contatos.

A vontade de fugir da programação para ver a cidade era grande. Curitiba tem muitos atrativos. Vários pontos turísticos, parques. As pessoas são amáveis na hora de dar informações nas ruas. Caminhar em uma cidade desconhecida é sempre um prazer. Porém, as calçadas irregulares acabaram impedindo longos passeios a pé. Felizmente, os táxis são baratos e o ônibus turístico com mais de 20 pontos de visitação é uma ótima pedida.
Sem muito tempo para fazer turismo, devido a intenção de aproveitarmos nossa estada fazermos contatos com os órgãos de educação do Paraná, fomos a Secretaria de Educação do Município, falar com Rosangela Gasparim. E bastou que nossa amiga Rosa Graça, vice-presidente da Associação dos professores de francês, perguntasse se havíamos ido na Secretaria do estado para que minha mãe decidisse não perder esta chance. Mesmo chegando sem nenhum agendamento, acabamos sendo extremamente bem recebidas por Lucilene Tavares Rocha e Eliane Benatto e as perspectivas de que possamos realizar oficinas no estado do Paraná estão próximas de se concretizarem.

Também sem termos programado, acabamos participando do jantar de confraternização. Um bairro de gastronomia chamado Santa Felicidade não parece perfeito? Exatamente como o espumante, a comida e a sobremesa servidos durante a noite, onde o pecado da gula foi, totalmente, justificado. Além disso, tivemos mais tempo para ficar entre amigos como Adriana Correa que morou, inclusive na França, para aprofundar sua formação, e seu marido Hilton, ambos sempre muito gentis e divertidos.
Se houve alguma frustração? Sim. Tinha esperança de encontrar Walter Lima Torres, com formação na Sorbonne que, além de ter feito parte da minha banca de mestrado em Artes Cênicas, foi o professor que, com sua generosidade com seus alunos, deu forte incentivo a toda minha turma com suas aulas. Mas, sua ausência na cidade onde mora e trabalha tinha uma forte justificativa: sua participação no 5º Festival de Teatro de Campo Grande. Quanto a minha mãe e eu, embora não tenhamos saído do Brasil, nos sentimos aumentando nossos conhecimentos sobre a cultura francesa.

Wednesday, October 12, 2011

Alimentando corpo e alma

Para quem gosta de cozinhar não é novidade que comida e arte estão relacionadas. A instalação coreográfica do Grupo Terpsi, chamada Casa das Especiarias, surge para, entre outras coisas, confirmar isso. Acho que gostaria de ter sido surpreendida pela proposta, mas o privilégio de ter na família a bailarina Angela Spiazzi, fez com que eu já entrasse sabendo um pouco mais do que se tratava. O que não tirou, porém, nada do prazer de ser uma das 12 pessoas a mesa.
De prato na mão (uma das exigências para participar do evento), olho as fotos na parede e a provocante frase: “o prato que te alimenta é o mesmo que compõe a cena.” A prima nos recebe com um figurino que se assemelha ao das garçonetes. Somos gentilmente conduzidos aos nossos lugares. Aos poucos, no local à meia-luz, vou observando os detalhes do cenário. Panos transparentes nos separam do local onde estão preparando a nossa refeição e de onde os bailarinos fazem as performances. Uma prateleira, cheia de utensílios de cozinha compõem o ambiente.
Se eu sempre achei guarda-chuva um elemento extremamente cênico, o grupo me convence de que pratos também são. Como extensão de seus corpos, eles se movimentam de forma inusitada, poética e divertida. Enquanto isso, nós já estamos com nossos copos de espumante e vamos provando a entrada, o prato principal e a sobremesa, elaborados pela chef Denise Fontoura.
A trilha sonora é calma e profunda. Ao mesmo tempo em que harmoniza o ambiente, instiga, casa com cada braço, cada perna. Imagens e frases são projetadas e se mesclam à pele dos atores e já não sabemos mais o que é o que. No contraste, entramos em contato com ervas como alecrim, canela, erva-doce. Especiarias que nos remetem diretamente à terra, à natureza. Tudo isso atiça também a memória. Lembro do filme Como água para chocolate, onde a experiência gastronômica produzia as mais profundas emoções. E como fazia no cinema, sabendo que ainda haveria mais duas sessões e que os cardápios seriam diferentes, surge a vontade de ficar por lá, mesmo depois dos aplausos para usufruir novamente de todas as sensações que a apresentação provoca.
Acompanhamos os gestos dos bailarinos-atores para recompor a “cena”, incluindo a coreógrafa varrendo o espaço que dali a pouco já vai estar recebendo mais um grupo seleto que vai assistir este novo trabalho do Terpsi que acredito seja uma das propostas mais leves que Carlota Albuquerque já criou, fazendo com que a pimenta se faça presente apenas no cartaz do espetáculo ou, talvez, na minha comida.

Monday, October 10, 2011

Uma goleada de presente

Uma goleada de presente
Não consigo entender porque tantos profissionais, como os professores, médicos, sem falar nos atores, precisam brigar para ganhar um salário mais decente, enquanto jogadores de futebol ganham milhões. Dito isso, começo a contar como foi o início das comemorações do meu aniversário no Beira Rio. Como tenho uma tia fanática pelo Internacional, meu time, pedi a ela como presente ir a um jogo. Quando contei para o meu sobrinho que iria, ele me perguntou contra quem iriam jogar, ao que eu respondi: “e eu sei lá?” Mas não é que eu não goste de futebol. Só não tenho acompanhado mais. Afinal, é um esporte para ser compartilhado e como meu irmão nunca se interessou muito e meu pai só via pela tv e faltam figuras masculinas a minha volta, há anos não ia a um estádio. Da última vez, tinha sido com a mesma tia. Lembro que, acostumada a ver futebol pela tv, fiquei distraída com a amplitude do lugar, as propagandas, as pessoas em volta. Desconcentrava dos jogadores.
Desta vez já não estranhei tanto. E, embora, talvez, não seja tão claro para mim a famosa regra de impedimento, não costumo errar nos meus comentários. Seguido digo exatamente a mesma coisa que aqueles que ganham (quase) bem para fazer isso. Enquanto aguardava minha tia e meu primo chegarem olhava as pessoas em volta e havia uma energia interessante. Todos com roupas na cor vermelha, que é a minha favorita, geravam uma harmonia, um sentimento de grupo, de uniformidade tranquilizadora. Entramos. Logo estávamos bem acomodados em cadeiras cobertas. Antes do jogo, o hino brasileiro. Depois, o hino do Rio Grande do Sul. Este sim cantado pelo público. Um coral de vozes que emociona antes mesmo da bola rolar.
O Internacional domina a partida já nos primeiros momentos. Começa a fazer várias tentativas de gol. As pessoas aplaudem, vaiam, cantam. Eu junto. Xingam o juiz de uma maneira...Profissão estranha essa. Uma multidão descontente com o teu trabalho...Deve ser horrível. Eu teria pesadelos. Eles devem usar parte do salário com terapeutas. Importante função também dos que atendem os jogadores machucados. Antes tinham que correr com uma maca para o meio do campo. Agora, entram um carrinho e traz o jogador para fora se for preciso. Todos sabemos o quanto pode custar a parada de um deles. Toda logística de um jogo é impressionante. Os fotógrafos e jornalistas em volta do campo. Os vendedores de bebidas e comidas que têm um tempo exato para repassarem seus produtos sem bloquear a visão da torcida. São muitas pessoas envolvidas. Na minha frente, uma senhora de mãos enrugadas, boné e colar de pérolas (que pareciam verdadeiras) levanta a cada lance importante e faz comentários com a torcedora do lado sobre o jogo. Atrás de mim, um cara grita palavrões terríveis, furioso. Assusta. Não acredito que ele seja diferente no trânsito, no dia-a-dia, nem mesmo com a própria mãe.
No campo, o Vasco não existe. O jogo segue cheio de lances do Internacional a gol sem nenhum resultado mas que geram muitos aplausos. Minha tia comenta a necessidade do time fazer um gol citando o pai (meu avô) que sempre dizia: “quem não faz, leva”. Fora do campo, observo o aquecimento de alguns jogadores. Fico exausta. É muita coisa para quem nem sabe se vai entrar. Quando o jogo começa a perder ritmo, a torcida se manifesta. Alguns pulam e gritam o jogo todo. Usando a melodia dos Mamonas Assassinas, uma parte de torcedores vai puxando a outra até que muitas vozes se unam causando um forte sentimento comum. Assim termina o primeiro tempo.
No segundo tempo, um amigo do meu primo vem sentar conosco. Não demora muito para fazermos o primeiro gol. Gritamos, cantamos, trocamos abraços, mas sabemos que não basta. A torcida volta a empurrar o time que faz o segundo gol. O terceiro sai já bem no final. Um outro amigo do meu primo já havia até ido embora. Na minha primeira forma de comemorar meu aniversário mais de 23 mil pessoas queriam o mesmo que eu: a vitória. Conseguimos. Saímos felizes. Aliviados. Do lado de fora um lindo por-do-sol tornava o céu vermelho.

Uma goleada de presente

Não consigo entender porque tantos profissionais, como os professores, médicos, sem falar nos atores, precisam brigar para ganhar um salário mais decente, enquanto jogadores de futebol ganham milhões. Dito isso, começo a contar como foi o início das comemorações do meu aniversário no Beira Rio. Como tenho uma tia fanática pelo Internacional, meu time, pedi a ela como presente ir a um jogo. Quando contei para o meu sobrinho que iria, ele me perguntou contra quem iriam jogar, ao que eu respondi: “e eu sei lá?” Mas não é que eu não goste de futebol. Só não tenho acompanhado mais. Afinal, é um esporte para ser compartilhado e como meu irmão nunca se interessou muito e meu pai só via pela tv e faltam figuras masculinas a minha volta, há anos não ia a um estádio. Da última vez, tinha sido com a mesma tia. Lembro que, acostumada a ver futebol pela tv, fiquei distraída com a amplitude do lugar, as propagandas, as pessoas em volta. Desconcentrava dos jogadores.
Desta vez já não estranhei tanto. E, embora, talvez, não seja tão claro para mim a famosa regra de impedimento, não costumo errar nos meus comentários. Seguido digo exatamente a mesma coisa que aqueles que ganham (quase) bem para fazer isso. Enquanto aguardava minha tia e meu primo chegarem olhava as pessoas em volta e havia uma energia interessante. Todos com roupas na cor vermelha, que é a minha favorita, geravam uma harmonia, um sentimento de grupo, de uniformidade tranquilizadora. Entramos. Logo estávamos bem acomodados em cadeiras cobertas. Antes do jogo, o hino brasileiro. Depois, o hino do Rio Grande do Sul. Este sim cantado pelo público. Um coral de vozes que emociona antes mesmo da bola rolar.
O Internacional domina a partida já nos primeiros momentos. Começa a fazer várias tentativas de gol. As pessoas aplaudem, vaiam, cantam. Eu junto. Xingam o juiz de uma maneira...Profissão estranha essa. Uma multidão descontente com o teu trabalho...Deve ser horrível. Eu teria pesadelos. Eles devem usar parte do salário com terapeutas. Importante função também dos que atendem os jogadores machucados. Antes tinham que correr com uma maca para o meio do campo. Agora, entram um carrinho e traz o jogador para fora se for preciso. Todos sabemos o quanto pode custar a parada de um deles. Toda logística de um jogo é impressionante. Os fotógrafos e jornalistas em volta do campo. Os vendedores de bebidas e comidas que têm um tempo exato para repassarem seus produtos sem bloquear a visão da torcida. São muitas pessoas envolvidas. Na minha frente, uma senhora de mãos enrugadas, boné e colar de pérolas (que pareciam verdadeiras) levanta a cada lance importante e faz comentários com a torcedora do lado sobre o jogo. Atrás de mim, um cara grita palavrões terríveis, furioso. Assusta. Não acredito que ele seja diferente no trânsito, no dia-a-dia, nem mesmo com a própria mãe.
No campo, o Vasco não existe. O jogo segue cheio de lances do Internacional a gol sem nenhum resultado mas que geram muitos aplausos. Minha tia comenta a necessidade do time fazer um gol citando o pai (meu avô) que sempre dizia: “quem não faz, leva”. Fora do campo, observo o aquecimento de alguns jogadores. Fico exausta. É muita coisa para quem nem sabe se vai entrar. Quando o jogo começa a perder ritmo, a torcida se manifesta. Alguns pulam e gritam o jogo todo. Usando a melodia dos Mamonas Assassinas, uma parte de torcedores vai puxando a outra até que muitas vozes se unam causando um forte sentimento comum. Assim termina o primeiro tempo.
No segundo tempo, um amigo do meu primo vem sentar conosco. Não demora muito para fazermos o primeiro gol. Gritamos, cantamos, trocamos abraços, mas sabemos que não basta. A torcida volta a empurrar o time que faz o segundo gol. O terceiro sai já bem no final. Um outro amigo do meu primo já havia até ido embora. Na minha primeira forma de comemorar meu aniversário mais de 23 mil pessoas queriam o mesmo que eu: a vitória. Conseguimos. Saímos felizes. Aliviados. Do lado de fora um lindo por-do-sol tornava o céu vermelho.