Friday, June 26, 2009

Michael Jackson e Farrat: as lembranças que mexem com minha cabeça


Estou na loucura de escrever meu trabalho de pesquisa do mestrado em artes cênicas para apresentar na qualificação em agosto. Motivada, é verdade, mas, com muito conteúdo para organizar e regras da ABNT para seguir. De qualquer forma, sempre disse que se a gente não pára, a vida pára a gente e foi o que aconteceu com a morte de dois ícones da minha vida: Michael Jackson e Farrah Fawcett. Quando tento ligar um ao outro apenas uma coisa me vem à cabeça: estrelas! De primeira grandeza. E é claro que eles foram muito importantes, fizeram transformações em suas épocas, alimentaram sonhos, etc, etc. Mas, como todos e cada um, o que penso é nas coisas que surgem na MINHA lembrança...

Na minha infância e início da adolescência, veraneava em Tramandaí, na Colônia de Férias da UFRGS. Eram dias mágicos de dezembro. Brincadeiras, o mar e uma certa liberdade. Roupas novas costuradas pela minha mãe... Comidinhas diferentes e gente! Gente estranha, gente nova, gente divertida. Como passávamos o Natal lá, eram organizadas algumas apresentações e um ano eu lembro de me apresentar dançando uma música de Michael Jackson. Calma... Não era nada parecido com o Thriller. Algo lento, romântico que a Marília Bressani havia escolhido. Ensaiamos bastante e na noite de Natal ficamos lá diante de um monte de outras pessoas. Até hoje, me lembro que errei uns passos. Tímida, me perturbei com a idéia de estar diante de tanta gente. Mas, foi tão bom. Hoje, não tenho dúvida de que de alguma forma, voltei à universidade de teatro por causa desta coisa que significava ser artista, com A maiúsculo como foi este cara que, em algum momento de ruptura entre o interno e o externo se perdeu e não teve mais volta.

Já Farrah é mais complicado. Teve época em que ela me incomodava. No auge da sua fama, ela vivia no imaginário dos rapazes. Lembro de ver suas fotos espalhadas por todo lugar, mas, não sei por que, lembro mais precisamente de um vizinho, chamado Paulo que não faço a menor idéia de onde esteja, mas, que tinha um enorme pôster dela no seu apartamento. Talvez, eu lembre porque, naquela época, não era tão comum uma mulher entrar no quarto de um homem. Então, o que, provavelmente, ficou registrado na minha memória foi esta transgressão, a taquicardia do meu coração ao entrar em um espaço masculino e lá, atrás da porta, dar de cara com um gigantesco pôster da eterna Pantera. Como concorrer com alguém assim?

Bem, poderia continuar escrevendo durante horas sobre os dois. São muitas informações, realizações e lembranças. Cheguei a ouvir a voz de um amigo engraçadinho dizendo: “nem a vida de Michael Jackson passou em branco”. Quantas piadas foram feitas em torno desta história bizarra de transformação deste artista... Difícil compreender. Isso sem falar em tantas acusações que recaíram sobre ele, a tal ponto de ficar, realmente, difícil acreditar em sua inocência. Mas, quer saber? Neste momento, não me importa. Afinal, alguém duvida do seu talento e da sua importância para a música do mundo? Qualquer pessoa que conheça um pouco da vida dos artistas sabe que levar uma vida prosaica quando se é único é totalmente impossível. Espero que outros ídolos surjam para que, no futuro, os jovens de amanhã tenham lembranças como as minhas.

Wednesday, June 24, 2009


Adicionar vídeoJornalistas promovem manifestação pelo diploma em Porto Alegre

Monday, June 22, 2009

Manifestação em Porto Alegre

Indignação cresce de norte a sul: novos protestos convocados para segunda-feira

Estudantes de Jornalismo de diversas cidades do país organizam novas manifestações de desagravo à decisão do STF que aboliu a obrigatoriedade da formação universitária para a profissão de jornalista. Os atos estão marcados para esta segunda-feira, dia 22, em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Teresina e Caxias do Sul. Serão simultâneos, a partir das 10h. Em Porto Alegre, haverá manifestação na quarta. A FENAJ, os Sindicatos de Jornalistas e o Fórum Nacional de Professores de Jornalismo se engajaram na mobilização e estão convocando profissionais e professores a participarem ativamente. Também conclamam demais segmentos profissionais, movimentos sociais, parlamentares, autoridades a comparecerem às atividades, levando às ruas o apoio e preocupações que já vêm externando aos jornalistas. Conforme os Diretórios Acadêmicos dos Cursos de Jornalismo que lideram a organização, serão promovidas passeatas que culminarão com atos e a orientação é para que todos participantes vistam preto, usem nariz de palhaço, levem apitos e empunhem colheres de pau, além de faixas e banners da campanha pela valorização da formação e profissão de jornalista. As manifestações serão simultâneas em todas estas cidades, a partir das 10h desta segunda-feira. Já em Porto Alegre, o Sindicato está convocando mais um ato para quarta-feira.


PORTO ALEGRE (RS)DIA 24/06, quarta-feiraHORÁRIO: 13hCONCENTRAÇÃO: Esquina Democrática

Friday, June 19, 2009

Mais sobre o diploma

Da minha pergunta sobre o por quê e para quê da lei contra o diploma de jornalista, recebi uma resposta de Fabricio Muriana, Editor da Revista Bacante (www.bacante.com.br) que publico aqui:

Oi Helena
Fiquei com vontade de responder, mas achei que a Ivana Bentes já fez bem melhor do que qualquer palavra que pudesse te mandar sobre o assunto.
http://www.trezentos.blog.br/?p=1839

Leiam este texto, pois, não tenho a menor intenção de ser dona da verdade! Temos mesmo que refletir.

Fim do Fim do diploma de jornalista. Para quê? Por quê?

“Olá, colega”. Disse-me hoje, por email, meu sobrinho, ironizando o fim da exigência do diploma de jornalista. Como a questão é sensível para mim, falei que estava atrás do meu título de mestre em Artes Cênicas, caso ele quisesse me acompanhar. Confesso que não consigo compreender quem tirará vantagem desta decisão. Duvido muito que seja o público, a população em geral.

Há uns 20 anos atrás, mais ou menos, tive uma carta minha publicada na Zero Hora justamente sobre o mesmo tema. Alguém, importante na época tinha escrito sobre esta mesma idéia de acabar com o diploma. Naquela ocasião, eu brigava por um espaço no mercado e não via nos jornais anúncios para jornalistas trabalharem nos principais veículos de comunicação e retruquei: para que permitir que mais pessoas possam concorrer a estas vagas? Não seria mais lógico escolher entre os formados primeiro para depois abrir vaga para prováveis talentos de nascença? Continuo pensando a mesma coisa. Não que eu não acredite que exista gente com dom para a comunicação e que até possa não precisar passar pela faculdade, mas, eu aprendi bastante por lá. Não é mesmo, Carlos Kober? Mas, o que me perturba, realmente, é que por que este critério foi válido somente para o jornalismo?

Tenho uma tia que, sem dúvida, poderia ter o título de veterinária, pois, há mais de 20 anos cuida de uma quantidade absurda de cachorros, preocupando-se e tratando de suas doenças. Outra tia passou mais de 10 anos cuidando diariamente do marido com um problema de saúde que comprometia sua fala, seu caminhar, seu raciocínio. Tudo. Daria o título de enfermeira para ela sem vacilar. Minha mãe trabalhou pela Associação dos Professores de francês do Rio Grande do Sul e recebeu o reconhecimento do Governo daquele país com as Palmas Acadêmicas, mas, quando começara a chamá-la de relações públicas, o Sindicato a advertiu.Como todo mundo, sei de gente com diploma que não é bom profissional. Assim, como conheço outros que têm a carteira de motorista, mas, não dirigem.

Mas, não consigo deixar de me perguntar a quem servirá esta mudança? Afinal, aqui no sul, se considerarmos o número de jornalistas que se formam todos os anos e os poucos veículos existentes, precisamos saber para onde irão todos os outros. Passado todos estes anos, diria que já não tenho a mesma audácia daqueles tempos, mas, isto não quer dizer que possa deixar passar em silêncio esta notícia. A afirmação do Ministro Cezar Peluzo (ZH, p.19 – 18/06) de que “não existe no exercício do jornalismo nenhum risco que decorra do desconhecimento de alguma verdade científica”, é, no mínimo, preocupante. Até parece que as palavras não têm a força que tem.

Disse ontem a alguns amigos que só não iria dormir chorando porque não estou em uma faculdade particular de jornalismo agora pagando um valor que me permitiria ir para a Europa ou comprar um carro novo. Mas, além de todas as conseqüências que este fato ainda pode trazer para todos, não vou dizer que as horas que dediquei ao estudo das Leis da Comunicação, da ética do jornalista, não me pareçam agora tempo perdido. Como alguém pode imaginar que exercer a profissão de jornalista não exija um saber prévio? Um compromisso desenvolvido e firmado com o público?

Como falei no início, não há como negar que não conseguiria ser imparcial em uma questão tão nevrálgica para mim, mas, será que todos não precisam refletir sobre esta decisão? Acabo de lembrar o mestre Marques Leonam que tanto me ensinou durante os anos de faculdade... E agora uma lei vem dizer que não é preciso nenhuma técnica? E o pior ainda são os argumentos: “trata-se de uma lei pela liberdade de expressão”. Dá para acreditar? Mesmo eu que sou otimista e crédula por natureza, não creio. E o que me entristece agora é que isso não fez e não fará a menor diferença, pois, quem sou eu para questionar uma decisão do Supremo Tribunal Federal? Uma jornalista.

Wednesday, June 10, 2009

Ausência

Não vou abandonar meu blog. Já nem escrevo mais em meus diários. Este é o meu espaço para soltar minhas idéias. Mas, é que vivo em adaptação de tempo. Andava exausta. Mil implicações. Emoções diversas. Preocupações múltiplas. De repente, alguém de perto comenta: "admiro esta tua coragem de te envolver sempre em coisas novas e desafiantes." Não é que é mesmo? Sou eu que escolho este ritmo. Meio sem perceber, é claro! E depois me queixo da ansiedade, da exaustão. Mas, realmente, é muito melhor do que a mesmice. E essa? Não tem lugar em minha vida que, apesar do ritmo frenético, tem sido quase só de momentos interessantes e que me dão prazer. O resto? Eu descarto! Hoje, preenchi um cadastro. A menina me perguntou só o dia e o mês do meu aniversário. Eu disse a data completa. Ela se surpreendeu: "agora, eu sei a tua idade". Ao que eu respondi: Mas, eu tenho orgulho da minha idade! Lá vou eu fazendo coisas pela primeira vez a caminho dos 47! Quem diria...

Saturday, June 06, 2009

Um silêncio que diz muito


Ontem à noite fui assistir a pré-estréia de Retratos do Silêncio, um espetáculo com a Direção do meu amigo Nilton Filho. Mas, não pensem que é por causa desta relação, da qual tanto me orgulho, que vou falar bem. Acontece que toda vez que vou assistir a algum trabalho feito por ele fico impressionada com a qualidade, o apuro, o capricho. Depois de muito estudar teatro, de tomar contato com propostas audaciosas como as de Zé Celso Martinez Correa (isso para citar apenas um brasileiro), entre tantas outras provocações do teatro contemporâneo, Nilton aposta no teatro bem feito com aquilo que é mais básico: um texto e o trabalho dos atores. Isso não quer dizer, porém, que ele não dê a mais absoluta atenção ao figurino e ao cenário. Coisas que, cá para nós, ajudam sim, a compor um personagem. Vemos isso neste espetáculo com muita clareza. Perucas, brincos, cintos, laços de fita e tantas outras coisas que nos convencem de que aquelas pessoas estão ali, quase reais. Há ainda a música ao vivo, o que torna uma noite fria de inverno em um ambiente aconchegante, mesmo que em alguns momentos tenha encoberto um pouco a fala de alguns dos atores. O cenário também é algo que compõe a cena. Aquele pequeno palco do confortável teatro Nilton Filho é transformado diante de nossos olhos em uma gigantesca sala de uma mansão. É a poltrona no meio do espaço, a estátua, os espelhos...Tudo isso mais a atuação firme e autêntica dos principais personagens, incluindo as duas crianças no palco e somos levados para dentro de uma história de relações humanas, de vínculos entre aqueles que se amam nesta e na outra vida. É...estamos falando de vida além da morte. É disso que o espetáculo trata, mas, não pense que vai tentar catequizar você. De forma alguma. Vai levá-lo para dentro de uma história que revela as possibilidades da existência. Pelo menos, fez isso comigo. Ao ponto de quando disseram o sobrenome da personagem eu me surpreendesse pensando: mas, é o meu sobrenome! Para só depois pensar que deve ter sido até uma homenagem do meu amigo diretor e do responsável pelo texto, Hyro Mattos, a nossa família. Afinal, neste tempo em que nos conhecemos, eles estiveram presentes em dois momentos de partida de duas pessoas muito importantes para nós: meu pai e meu irmão. Ou seja, não há porque esconder, o teatro de Nilton Filho é especial para mim, mas, quem for ver descobrirá que é especial para qualquer um.

PS: Hyro Mattos já está em cena quando o público começa a entrar. Inicialmente, eu não reconheci. Esta é a magia do teatro. Ontem, até mesmo para mim, ele era Vitor, o dono da propriedade.


Ficha Técnica:
Texto: Hyro Mattos
Direção: Nilton Filho
Assistente de Direção: Hyro Mattos
Elenco: Hyro Mattos - Eduarda Meneghetti - Gisele Faerman - Jacqueline Severo - Júlia Pilotti - Júlio Morales - Lee Costa - Mariana Azevedo
Participação Especial: Antônio Carlos Castilhos
Trilha sonora: Rafael Ruschel Greco e Karine Isquierdo
Cenografia e Iluminação: Nilton Filho e Hyro Mattos
Cenotécnico: Hyro Mattos
Figurinos e Cabelos: Nilton Filho
Operação de luz: Kaká Medina
Operador de Retroprojetor: Rebecca Pegado
Fotos: Nilton Filho
Bilheteria: Sueli Ribeiro
Divulgação e Assessoria de Imprensa: Silvia Abreu
Produção: Teatro Nilton Filho
Realização: Cia. de Teatro Construção

Serviço:
O Quê: “Retratos do Silêncio”, de Hyro Mattos. Espetáculo teatral com a Cia. de Teatro Construção. Direção de Nilton Filho
Quando: De 13 de junho a 02 de agosto, sábados e domingos, 20h
Onde: Teatro Nilton Filho (Rua Grão Pará, 179, bairro Menino Deus), Porto Alegre
Quanto: R$ 30,00. Desconto de 30% para sócios do Clube do Assinante ZH (+ 1 acompanhante), 50% idosos, estudantes e classe artística.
Duração: 1h10min
Censura: 12 anos
Observação: ambiente climatizado, 70 lugares (numerados)
Reservas e informações: (51) Fone: (51) 3233.0449 / (51) 3028.3663