Estou vivendo uma crise lingüística. Por um lado, mergulhada em textos para o mestrado onde há maioria das palavras é no nível de “hermenêutica” e “epifania”. Por outro lado, recebendo aqui em casa um Canadense que aprendeu português em um ano. Fala bem para o pouco tempo. Juro! Mas, não posso dizer “eu tava lá”, nem “péra aí”. É claro que ele não entende. E não tiro a razão dele, mas, aposto como vocês não fazem a mínima idéia de quantas palavras abreviadas ou metafóricas ou gírias vocês usam em apenas um dia. Aliás, estou adorando esta percepção, mas, é claro que, junto com as sete resenhas que estou fazendo, está um pouco cansativo.
Hoje, por exemplo, percebi que ainda pouco sei do Charles Fréderick e amanhã faz uma semana que ele dorme e acorda na minha casa. Um fracasso para uma jornalista. Não é que a gente não tenha conversado, mas, vai uma meia hora para explicar o que é “torcer”, não a roupa, mas, para o Inter, meu time e uma referência para o caminho dele até a casa. E o pior é que mesmo que eu o desobedecesse e puxasse o meu francês (ops, já vejo ele me imaginando, agarrando um francês pelos cabelos) tem palavras que eu também não sei na língua dele. Bom, mas tudo isso vai parecer que estou reclamando e, na verdade, estou feliz que ele esteja por aqui. Ele é muito simpático e para ele, tudo está bom (acho que já disse isso antes). Ah, mas, eu ainda não disse que o som da palavra ruim não existe em francês e ele não sabe dizer! Quero ver a hora que aprender. Confesso que não estou fazendo força para ensinar. Por falar nisso, os mais velhos devem lembrar de um quadro cômico em que a personagem era uma americana que pedia explicações sobre o significado das palavras e alguém malandro sempre dizia uma baixaria ou algo nada a ver e ela saia pelos cantos dizendo errado e o bordão: "brasileiro é tão bonzinho"...É quase assim.
Mas, o que eu queria mesmo com este texto era chamar a atenção para este lance da língua que a gente fala. Acho bacana a gente se dar conta de que aprender uma língua é muito, mas, muito mais do que decorar um dicionário. Por falar nisso, é melhor eu ir fazer meus temas de francês para amanhã, língua que eu passei anos aprendendo e que tantas vezes quando ouço no cinema ou lá nos DVDs da faculdade não consigo entender. Muito rápido, palavras estranhas... Então, quem sou eu para não ter paciência com o meu hóspede? Até o início de julho ele vai ter pegado o ritmo (e inclusive entendido esta frase). Agora, tem coisas que são mesmo universais. A boa música, por exemplo. Fomos ontem no Ocidente ouvir o pessoal da Roda viva tocar e cantar Chico Buarque. Tinha mais duas bandas juntas, é verdade. Carne de panela e Tribo Brasil, me disseram. Ótimo som. O canadense que o diga. Não está acostumado a músicos ao vivo e ao ouvir “Ela é carioca” e outras coisas lindas queria mesmo era dançar. E esta língua eu entendo.
Hoje, por exemplo, percebi que ainda pouco sei do Charles Fréderick e amanhã faz uma semana que ele dorme e acorda na minha casa. Um fracasso para uma jornalista. Não é que a gente não tenha conversado, mas, vai uma meia hora para explicar o que é “torcer”, não a roupa, mas, para o Inter, meu time e uma referência para o caminho dele até a casa. E o pior é que mesmo que eu o desobedecesse e puxasse o meu francês (ops, já vejo ele me imaginando, agarrando um francês pelos cabelos) tem palavras que eu também não sei na língua dele. Bom, mas tudo isso vai parecer que estou reclamando e, na verdade, estou feliz que ele esteja por aqui. Ele é muito simpático e para ele, tudo está bom (acho que já disse isso antes). Ah, mas, eu ainda não disse que o som da palavra ruim não existe em francês e ele não sabe dizer! Quero ver a hora que aprender. Confesso que não estou fazendo força para ensinar. Por falar nisso, os mais velhos devem lembrar de um quadro cômico em que a personagem era uma americana que pedia explicações sobre o significado das palavras e alguém malandro sempre dizia uma baixaria ou algo nada a ver e ela saia pelos cantos dizendo errado e o bordão: "brasileiro é tão bonzinho"...É quase assim.
Mas, o que eu queria mesmo com este texto era chamar a atenção para este lance da língua que a gente fala. Acho bacana a gente se dar conta de que aprender uma língua é muito, mas, muito mais do que decorar um dicionário. Por falar nisso, é melhor eu ir fazer meus temas de francês para amanhã, língua que eu passei anos aprendendo e que tantas vezes quando ouço no cinema ou lá nos DVDs da faculdade não consigo entender. Muito rápido, palavras estranhas... Então, quem sou eu para não ter paciência com o meu hóspede? Até o início de julho ele vai ter pegado o ritmo (e inclusive entendido esta frase). Agora, tem coisas que são mesmo universais. A boa música, por exemplo. Fomos ontem no Ocidente ouvir o pessoal da Roda viva tocar e cantar Chico Buarque. Tinha mais duas bandas juntas, é verdade. Carne de panela e Tribo Brasil, me disseram. Ótimo som. O canadense que o diga. Não está acostumado a músicos ao vivo e ao ouvir “Ela é carioca” e outras coisas lindas queria mesmo era dançar. E esta língua eu entendo.
Foi nos palcos da vida que nos encontramos. Temos amigos em comum, mas não havíamos ainda nos aproximado. Mas a paixão pelo mesmo tema, sim, esta revelou nossa sintonia. Passei por aqui para te dizer: estou-junto. Parabéns pelos teus textos, idéias, opiniões e criatividade. Este é apenas o primeiro ato do espetáculo que se inicia do lado esquerdo do peito. Um beijo.
ReplyDeleteNewton Silva