Hoje me lembrei de um versinho que li em um álbum de fotografias que ganhei quando tinha uns 10, 12 anos. Acho que dizia algo mais ou menos assim: "O que é a vida, se não um sonho? Neste álbum ficará seu doce passado risonho. Passado guardado, eternamente, pelas suas fotos...." e por aí ia embora, certamente, inserindo uma palavra que rimasse. Era destes versos antigos que tinham que ter rima. Nada das inconcretudes do pós-moderno, nem das inconsistências do contemporâneo, mas, talvez, por isso mesmo ainda me venha a mente agora. Depois de todos estes anos, não acho que o meu passado seja doce, muito menos risonho, mas, concordo que esteja guardado.
Não sou destas pessoas que ficam olhando para trás, embora sofra com todas as rupturas e mais ainda quando penso que algo chegou ao fim. Tenho muita dificuldade de aceitar que as coisas terminam. Em geral, fico apegada a elas durante um bom tempo. Tempo suficiente, às vezes, para que elas até renasçam.
Foram fotos que, novamente, me levaram a esta reflexão. Fotos que trouxeram lágrimas aos meus olhos, como há tempos não acontecia. Por quê? Porque elas mais uma vez me tiram a ilusão. Derrubam alguns sonhos e, mesmo que não signifiquem a eternidade como no meu versinho, representam o hoje e o sentimento daquele que me tem (mesmo sem querer). E não é como eu queria. Sabia que podia ser assim, mas, gostava de imaginar que podia não ser. Mas, as fotos são concretas. São fatos que vão contra os meus desejos. Não são o futuro, é verdade. E, hoje, só hoje, preciso continuar acreditando que este ainda vai ser como eu queria. Não sou eu nas fotos e isso me obriga a tomar uma nova rota, mas, antes preciso tomar fôlego. Não ser correspondida? Não pode ser por toda a vida (precisava desta rima).
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