E agora? Me pediram para escrever o que achei da palestra e do seminário de Bárbara Heliodora. Eu? Uma tarefa nada simples, mas, justifica-se, afinal, sou jornalista e meu mestrado em teatro é sobre crítica, ou seja, não a conhecia, mas, nossos caminhos começaram a se entrecruzar. Seria isso, então, a "crítica da crítica"? Está bem. Não é bem assim.
Ia começar pelo que dizia a divulgação do evento,mas, seguindo uma das "dicas" de Bárbara (na verdade, originária de alguém citado por ela), vou começar pelo melhor 2º argumento para terminar com o 1º.
Tenho que confessar que já conhecia, praticamente, todo conteúdo da palestra do primeiro dia. Pesquisei sobre ela. Meu projeto de mestrado me levou até lá. Encontrei o texto que dá origem a sua apresentação. Então, não houve surpresas? Não é bem assim. Como nas peças de Shakespeare (o autor que mais mereceu sua atenção) já sabia o final, mas, valeu a pena. Jamais a tinha visto pessoalmente. Fiz um esforço para identificá-la no café, antes do evento. É sempre uma satisfação estar perto de pessoas inteligentes e que tem as mesmas paixões. No caso, o jornalismo e o teatro. Claro, isso só comprova que ela tem razão quando diz que quem gosta de suas críticas, em geral, é porque pensa da mesma maneira. Somos todos muito narcizistas. O que nos agrada são as semelhanças, apesar dos ditados e da química entre os amantes que, às vezes, insistem em contrariar este paradigma.
No entanto, desconsiderando isso, quem será capaz de negar que ela é uma mulher arguta e que diz o que pensa? Não a revelia, mas, embasada em muitos estudos. Movida por muita curiosidade e, embora ela não tenha salientado isso, de muita paciência. Sim, porque, afinal, todos sabemos que deve ser duro ter que frequentar tanto teatro, assistir a tantos espetáculos e, não esqueçam que quem escreve também fez disso uma paixão.
Entretanto, não ousaria traçar nenhuma comparação, mesmo que rasteira, entre nós. Porque Bárbara está anos-luz do conhecimento que eu gostaria de ter. Talvez, por isso mesmo as pessoas façam perguntas a ela como se as fizessem as bruxas de Machbeth. E pior...ela faz uma pausa, um meio sorriso e responde, mostrando que gosta mesmo de compartilhar aquilo que aprendeu.
É claro que como platéia, eu queria mais, que sei o quanto ela teria a dizer sobre os textos sobre os quais mal conseguimos falar (Vestido de Noiva e Beijo no Asfalto de Nelson Rodrigues), mas, de qualquer forma como havia prometido voltar ao ponto forte disso tudo, entendi porque no cartaz sobre o seu curso dizia " temida e respeitada" (coisas que parecem inconciliáveis). Na verdade, apenas uma característica de Bárbara provoca tais reações antagônicas: o seu profundo, intenso conhecimento sobre teatro!
Parabéns pelo blog, querida.
ReplyDeleteAdorei.
Já coloquei ele na minha lista de blogs preferidos e criei um link para o teu lá no meu.
Beijão.