Wednesday, April 16, 2008

Cuidado com aquilo que você deseja

Cuidado com aquilo que você deseja. Quem será que criou esta frase? Está na bíblia? Não faço a menor idéia. Meus conhecimentos religiosos não chegam a tanto. Bem, mas, eu passei quase toda a minha vida (até agora) dizendo que achava um absurdo os homens que se aproximavam de mim, me seduziam, faziam parte da minha vida, simplesmente, desaparecerem. Assim, um dia, sem dizer nada. Costumava dizer que bastava uma frase: “não estou mais a fim”, mas, acabava chegando a aceitar uma única palavra: “acabou”. Não adiantava.

Tentei algumas vezes até já ir dizendo isso de cara (o que era meio assustador e neurótico, sem dúvida), explicava que eu ia aceitar numa boa, que não queria e nem tinha o poder de forçar ninguém a ficar comigo e tal..., mas, não adiantava. E assim foi, por anos e anos. Homens pelos quais me apaixonei, com os quais fazia planos de viagens românticas, jantares a luz de velas, desaparecendo feito fumaça. E, eu, ficando lá, sofrida, magoada, cheia de dúvidas, de perguntas sobre o que, afinal, eu havia feito de errado, o que teria dito ou não dito. Aquele horror de pensamentos circulantes sem chegar a resposta alguma. Aliás, toda vez que ia mais fundo em busca de respostas, acabava sendo recebida agressivamente, o que abalava ainda o meu ego.

O tempo foi passando e, depois de muitos anos de terapia, incansáveis conversas com as amigas, eu comecei a parar de fazer isso. Fingia aceitar uma falta de razão para aquele sumiço, sobrevivia a ele e ia vivendo até o próximo. Não foram poucas as lágrimas que derramei tentando compreender onde eu havia errado e porque nenhum homem se dignava pelo menos a me dizer adeus. Em toda a minha longa vida amorosa (me apaixonei com 10 anos e estou com 45), lembro de apenas uma exceção e foi preciso que o cara em questão tivesse 10 anos a mais do que eu para ter a maturidade de não temer meus olhos lacrimejantes ou mesmo meus argumentos para mantê-lo ao meu lado. Lembro, inclusive, que nem cheguei a fazer nenhuma reação que justificasse a atitude ou “a falta de” dos outros. Ele disse algo como: “Eu vejo que tu gostas mais de mim do que eu de ti...” e por aí foi. Bastou para que ficássemos amigos e apesar de eu ter perdido o contato com ele muito tempo depois, não tenho a menor mágoa nenhuma lembrança de sofrimento. E eu bem que gostava dele!

Bom, mas, estou justamente, voltando a encarar um outro momento como esse. Que desta vez foi dividido em duas etapas. Primeiro, ele sumiu. Depois, reapareceu e, daí, disse agora que para ser meu amigo. No início, nem sabia se eu queria isso. Me deixar levar, me aproximar de alguém que pode se escafeder a qualquer minuto e eu ficar ali, achando que ele foi abdjuzido? Não era uma idéia muito atraente. Mas, de mansinho, ele foi se aproximando e me desarmando tanto e de tal forma que hoje se ele desaparecesse de novo eu saberia por que: acho que não vou conseguir ser só amiga e nem estou pronta para entender o “acabou”.

PS: Este é apenas um texto para o blog, caso a pessoa em questão o leia, ignore as últimas linhas. Quero uma explicação bem boa e cheia de afeto!

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