Friday, March 07, 2008

Trotes

Sim, eu sou universitária. Desde 2001, diga-se de passagem. Fiquei lá fazendo cadeiras do curso de teatro em todos os horários que eu podia. Como diz meu professor Sergio Silva, fiz todas as disciplinas eletivas possíveis. Por isso mesmo vou me dar ao direito de falar, ou melhor, escrever sobre os trotes. Como é que este pessoal que está entrando agora na faculdade ainda vem com esta coisa boba de ir pedir dinheiro nas ruas e sinaleiras? Chegam todos pintados, sujos, gosmentos e com aqueles sorrisos de quem acabou de conquistar algo. E, na verdade, conquistaram mesmo. Sem dúvida que é um momento importante e pode ser explorado. Mas, para fazer algo de bom pelo coletivo. Não é mais novidade transformar o trote em arrecadação de roupas, leite e tantas outras coisas para as zilhões de pessoas necessitadas que andam por aí. Dinheiro? Sou totalmente contra. Chego a ficar com raiva. Algo que não é da minha natureza. Em geral, eles até falam que é para uma festinha e tal. Tirando a cara de pau que é preciso para fazer isso e que me gera certa admiração, acho de última. E agora é época. Felizmente, vai passar. Depois de ser achacada por alguns por aí, esta semana, sai com os meus pais e ia caminhando na frente quando dois caras vinham pedindo um troco em um copinho de plástico. Não disse nada, mas, eles passaram reto. Foram falar, é claro, com os meus pais.Tenham dó. Sou tranquila com guardadores de carro. Em geral, contribuo. No entanto, cada dia mais, acho que temos que colaborar com entidades, organizações, asilos e tantos outros espaços que batalham com parcos recursos dia-a-dia para diminuir a penúria em que vivem tantas pessoas. Na rua, acho melhor não. Para universitários? Que profissionais serão estes que não percebem o ridículo desta ação? Isso tem que acabar. Vou fazer uma campanha a favor do trote solidário. Que os estudantes façam qualquer coisa pelo próximo, pelo meio-ambiente, sei lá, mas, não me venham com essa de pedir um troquinho. Sou contra!

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