Não há como falar de um evento, sem comentar tudo que envolve participarmos dele. A viagem, as companhias, a cidade, os almoços e jantares. Até mesmo o hotel e o café da manhã. Devo dizer que vir de Porto Alegre à Blumenau de ônibus não foi tão fácil quando eu imaginara. A estrada continua muito ruim, o motorista corria horrores e nós, sem querer, é claro, escolhemos os lugares em cima das rodas. Ou seja, sacolejamos toda a noite. A gente bem que tentou dormir e, em alguns momentos, o cansaço até ajudou, mas não rendeu um bom descanso. Longe disso. Assim, chegamos aqui todos meio quebrados. Eu, agradecendo por não ter que fazer minha comunicação logo de cara, como alguns colegas. Mas um banho depois, roupas limpas, um excelente café da manhã (regado a muitas risadas devido a temas nada acadêmicos), já estava disposta a assistir aos outros. É sempre bom estar reunido com pessoas com as quais temos algo em comum, ainda mais quando é o teatro. Melhor ainda quando começamos a encontrar outras caras conhecidas, além de nós mesmos. Eu, que até o ano passado nunca tinha me apresentado academicamente, agora, já começo a me sentir em casa. Além do mais, acabei vendo a apresentação de uma diretora de uma Universidade Argentina que falava justamente sobre crítica teatral e chegava na virtualidade. Porém, não obtendo os mesmos resultados que eu. Assim, eu estava interessada em contatá-la e ela, em receber informações sobre a minha pesquisa. Estava estabelecido o meu primeiro contato internacional. Bem, não estou considerando aqui os emails trocados com Pierre Lévy que, apesar de aberto aos meus questionamentos, acabou não dando resultados efetivos, justamente porque perdi as oportunidades de encontrá-lo nos eventos de Porto Alegre e Passo Fundo.
Bem, mas resumindo, o dia foi muito produtivo e a noite, bem, a noite fica mais difícil de explicar. Andávamos pelas ruas a procura de um lugar para jantar e depois de algumas escolhas e desistências, acabamos no bar típico da cidade, onde encontramos vários outros participantes do evento. Alunos, mestres, quase mestres, doutores, palestrantes nacionais e estrangeiros, todos em uma grande mesa. Depois de uma longa espera (pelo menos a fome me fez perceber assim) pizza e vinho foram uma excelente pedida. Porém, a parte que não é simples de colocar em palavras é a volta ao hotel. Vai ser preciso uma boa dose de imaginação. Junte várias pessoas do teatro, vindas de áreas diferentes, experiências de vida diversas e com habilidades múltiplas, e dará para ter uma pequena ideia do grupo, andando pelas ruas, inventando performances, orquestra de narizes (?) e outras mais. A expressão chorar de tanto rir para mim, na companhia destas pessoas, tem sido um fato cotidiano. Uma boa prévia para o sono, quase desmaio, da primeira noite na Jornada Latino-americana de estudos teatrais em Blumenau.
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