Há alguns dias venho pensando que não poderia ficar mais alguns dias em Blumenau, onde vou para participar da III Jornada de Estudos Teatrais, pois queria estar em Porto Alegre para o jogo do Brasil. Tudo bem... Santa Catarina também é o Brasil, mas eu queria estar próxima dos amigos. Para festejar, realmente, preciso compartilhar minha alegria.
Ontem, falava com um amigo meu já apostando que passaríamos por este jogo. Fiquei assim. Mal acostumada. Nascida em 62, guardei a memória das Copas que vencemos, até mesmo a de 70, ainda está firme em minha memória (e olha que são poucas coisas que permanecem por lá).
O jogo começa. Estou sozinha assistindo. Começo a vibrar, me empolgar, fico tensa e penso: que bom que ainda sinto tudo isso pelo futebol. Porque, afinal, a gente precisa de algumas coisas que sejam assim pouco racionais, mais por instinto, por prazer. No meio do campo, a situação não era fácil. Um início nervoso fazia eles cometerem muitas faltas. Ambos os times.
Não demorou muito para que o Galvão começasse a falar que aquilo era “teatro”. Enquanto isso eu divagava...No teatro também os atores e diretores muitas vezes tentam algo que não funciona, que parece que vai ser muito interessante e não dá em nada. No entanto, acho que existe uma coisa pior que é apresentar o espetáculo para pouca plateia.
Nas minhas poucas experiências, isso não chegava a acontecer porque trazíamos amigos e parentes para ver as nossas peças e acabávamos com um público bem razoável. Mas nunca entrei em temporada. Espetáculo quando “compete” com um dia de chuva ou frio intenso ou até mesmo um jogo de futebol, em geral, perde. No futebol, eu que moro perto do Internacional, vejo que o mesmo não ocorre. Diminui, é claro. Porém, resta ainda uma bela multidão. Em Copa do Mundo,então...
Só que não havia exatamente jogadas. A bola andava e parava. Falta, trancaço, tombos, só faltaram beliscões. Aos poucos, foi dando uma melhorada e, de repente, lá estava o nosso gol. Alívio. Entretanto, ainda havia muito de jogo e não estava uma partida nada fácil e assim foi até o final do primeiro tempo.
Como além de gostar de futebol, também sou responsável pela cozinha, não vi o gol da Holanda. Muito menos me dei conta que havia sido contra. Se soubesse, já teria ficado sem esperanças. Antes mesmo do lance ridículo do Felipe Melo de pisar na perna do adversário e acabar sendo expulso. Creio até que este sentimento atravessou o oceano e chegou a África, pois o time ficou apático. Estava empatado, com apenas um golzinho e parecia que perdia de goleada nos últimos instantes do segundo tempo.
Claro que como boa brasileira, acostumada com o inusitado no café da manhã, achei que ainda haveria alguma jogada genial que nos levaria para a prorrogação e de lá para uma vitória. É, mas aquele tempo em que boas chances caiam do céu nas pernas do zagueiro do Brasil ficou no passado. Então, perdemos de um jeito feio. Nem a atuação incrível do Robinho conseguiu salvar o espetáculo. Por isso, assim que passar este sentimento de frustração, sou capaz de torcer para a Holanda, pois só me resta agora ter perdido para o campeão da Copa do Mundo de 2010 e, é claro, esperar a de 2014. Enquanto isso, vou para Blumenau ver um pouco do teatro em que não se pode ser expulso e nem se pisa no adversário.
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