Quanto mais coisas acontecem, menos tempo sobra para escrever sobre elas. De qualquer forma, não gosto de deixar o blog tão desatualizado, então, acabo me cobrando uma paradinha por aqui para registrar algumas coisas.
Estive em Montevideo apresentando meu trabalho no V Colóquio internacional de teatro. Eu e um bom grupo da pós-graduação da UFRGS. Ou seja, éramos plateia de nós mesmos. Pelo menos, tínhamos esta impressão. No entanto, teve um dia que fui a uma sorveteria na extensa rua 18 de julho e uma pessoa veio falar comigo dizendo que havia assistido a minha mesa sobre Novas Tecnologias em cena e havia gostado muito. Comentou que era da Bahia e que lá havia uma pessoa que falava sobre a crítica na dança. Aconteceu isso com outras pessoas também. Claro, pelo fato de não as conhecer não havia registrado suas fisionomias, mas, elas estavam lá e pelo jeito tiveram interesse no que eu disse.
Foi um momento tão bom para mim, pois, era apenas a segunda vez em que fazia este tipo de apresentação. A primeira foi na Jornada da UDESC e agora já era em outro país e no Solis, um templo do teatro internacional. Coisa boa!
Confesso que do conteúdo de todas as ponencias do colóquio não ficou registrado muita coisa. Muitas informações e a dispersão própria de uma viagem tornaram isso menos importante. Se valeu a pena? Muito. Foram dias extremamente interessantes, de muitas conversas, muitos passeios, muita comida. Algo que ajuda a tomar fôlego para o trabalho que ainda tenho pela frente antes da minha defesa e que me garante que este caminho de discussão dos temas teatrais quero, realmente, percorrer.
Ri muito. Emocionei-me algumas vezes. Senti medo em outras. Afinal, voltamos justamente na segunda-feira, quando Porto Alegre passava por um “Tsunami.” Dias condensados de atividades, novidades, experiências, pensamentos e reflexões. A convivência com os colegas também foi bacana, mesmo que tenha feito lembrar a frase de um texto do meu irmão sobre os amigos: “não me contentaste sempre, mas isso também nem eu”. Uma única frase repleta de verdade. São assim as relações.
O contato com outra língua, outros costumes, outras comidas, outras paisagens enriquece nossa percepção e isso é algo que sempre valorizei. Adoro viajar e, felizmente, gosto de voltar também. Assim, estou sempre feliz. Estava lá, enquanto percorria as ruas da capital uruguaia e estou aqui cercada das coisas que me são familiares. É outro tipo de satisfação, mas, nem por isso menor.
Foi o mestrado que me trouxe a oportunidade de conhecer estas pessoas que têm afinidades comigo. Foi o mestrado que me deu a oportunidade de viajar agora para Montevideo. Dá trabalho? Claro. Faz a gente sentir uma insegurança que achávamos que já estava completamente superada? Não tenho dúvidas. Mas, também, traz vantagens que não imaginávamos que teríamos enquanto respondíamos aquelas questões da prova.
Um novo Edital está aberto www.ppgac.ufrgs.br
Quem sabe você também não se aventura?
· * Expressão utilizada para indicar algo bacana, agradável.
No comments:
Post a Comment