Wednesday, October 29, 2008

Le rendez-vous cinema

 

Cinema, francês, comidas e vinhos? Morri e fui para o céu? Não, ainda não. Mesmo, assim, não dava para resistir ao convite da Aliança Francesa para “Le rendez-vous cinema”. O filme era “Questão de Gosto”, de Bernard Raap, e mesmo que não tivesse absolutamente naaaada a ver com a minha pesquisa de mestrado em teatro sobre crítica, assim que li o título, fui atraída. Bem, saber que era uma sessão comentada com Philippe Rémondeau e com a mediação do diretor Cristophe Benest também ajudou.

 

No momento, era o mais perto do Chez Philippe que eu podia chegar e quase que isso não acontece, pois, já de cara fomos avisados que ele se atrasara. O que, no entanto, não fez nenhuma diferença, pois, ver o filme no escuro e em silêncio com ele do lado não ia tornar o filme mais interessante do que já é. Talvez, eu pudesse olhar para ele com um olhar de fome cada vez que aparece uma das cenas maravilhosas de comida, mas, sem luz, acredito que pouco adiantaria.

 

O filme é instigante. Com um roteiro desconstruído (linguagem dos pós-dramáticos) cuja primeira cena é o final e já nos avisa de antemão que não será feliz. Eu, que não leio nem caixinha de DVD para não saber os detalhes, não me importei. De qualquer forma, o filme prende e a história vai sendo contada aos poucos. O trabalho dos atores Bernard Giraudeau, Charles Berling, Florence Thomassin, Jean-Pierre Leaud, Jean-Pierre Lorit é muito bom e a relação que se estabelece entre os dois principais é curiosa, bizarra até. Ao mesmo tempo familiar. Sim, porque embora a história vá evoluindo para situações patológicas, trata-se de uma relação de poder, de trabalho, de patrão e empregado. De humilhação, de assédio moral e estas coisas que não são tão desconhecidas assim.

 

Lá pelas tantas, enquanto me perguntava como alguém poderia suportar tanta maluquice, lembrei de um dos meus empregos na virada do milênio (ano de produção do filme, aliás) em que a relação entre eu e meu chefe (um ex caso de amor) também descambou de modo muito esquisito. Pensava nas vezes em que ele me “obrigava” a ir trabalhar nos sábados para realizar reuniões estratégicas para a empresa, garantindo que desta forma me transformaria em sócia, para depois me deixar todo o sábado pela manhã absolutamente sozinha e aparecer, próximo ao meio-dia, com o maior sorriso, me chamando pelo apelido que me criara e dizendo que, infelizmente, tinha ficado preso em uma situação inesperada. Fato que se repetiu por muitos meses e eu continuava indo trabalhar aos sábados contrariada.  E, aproveitando o filme, vou empregar um verbo francês que aprendemos lá na Aliança na aula de sábado de manhã (sim, agora, este é muito melhor aproveitado): subir = suportar alguma coisa dolorosa sem querer.

 

Importante frisar, porém, que eu não tinha as vantagens que o cara do filme teve: o alto salário, as regalias. Aliás, na descrição do filme diz: “o que no início era uma relação profissional acaba por tornar-se muito perigosa para ambos”, eu discordo. Acho que nem, no início pareceu apenas uma relação profissional. Adoro cinema por isso. As coisas vão sendo ditas aos poucos, mas, já estão lá. É um olhar, um jeito de andar, uma frase aparentemente casual. Muitas vezes até o figurino ou um objeto qualquer vão dando indícios do que irá acontecer depois. De qualquer forma, mesmo neste filme em que a cena final já apareceu, e inclui uma camisa encharcada de sangue, ainda queremos saber o que aconteceu até chegar ali. E quando sabemos, não decepciona. Ao contrário, dá vontade de saber mais. É aquele tipo de filme que não termina com os créditos, que podemos aprofundar com as discussões. Importante observar o ritmo deste filme, pois, os franceses têm sua fama de fazer cinema lento e, muitas vezes, sem final, como muitos de nós, brasileiros, costumamos dizer. Não é este o caso.

 

Mas, apesar da presença simpática do Philippe (sim, ele apareceu!) e das coisas curiosas e inteligentes que ele falou sobre culinária, o tema do filme era para uma discussão com psiquiatras e psicanalistas de plantão. Um chef, por mais brilhante que fosse, pouco poderia fazer para explicar aquela relação de dependência doentia que se estabeleceu entre os dois atores principais, mesmo que eles tenham passado quase todo o filme entre uma refeição e outra. Como dizia a chamada do email que recebi convidando: “Goûter n’est pas jouer”! (Provar não é jogar). Agora, verdade seja dita: saímos todos com vontade de jantar. Infelizmente, ainda não foi desta vez que fui parar no Chez Philippe, mas, estou chegando perto...

 
 

Tuesday, October 28, 2008

Teatro quase à força


Fui assistir O Médico à Força, depois de um Domingo de eleição e horas ininterruptas de chuva. Havia escutado alguns comentários não muito bons. Mas, minha irmã me convidou e ela quase nunca vai ao teatro, então, quem sou eu para dizer que não?

Na entrada, sou recebida com as boas-vindas da diretora Margarida Peixoto e na bilheteria ganho o desconto da “classe”. Isso é motivo de satisfação para mim, amante do teatro e dos atores que sou. Em seguida, recebo o programa. Ficamos lendo, minha irmã (professora de francês) e eu, sobre Molière, o autor do texto de 1666, “uma das peças que têm a medicina como alvo principal do riso”. Para mim, que fui assessora de imprensa da Associação Médica do Rio Grande do Sul antes dos anos 90, isso não me surpreende. É uma classe que merece todo o meu respeito, mas, que, convenhamos, é capaz de provocar todas as reações humanas: da ira ao riso. 

Bem, o primeiro impacto é do cenário de Elcio Rossini. Grandes fotos coloridas em painéis separados em formato triangular que se revezam. Interessante. Inteligente. Esteticamente eficiente. Logo no início, Anna Fuão e Marcelo Adams no palco. A primeira, minha colega de faculdade e o segundo, um ator cujo trabalho, até hoje, sempre me agradou. Anna não é ela. É o seu personagem. Inclusive no seu rosto que, mesmo sem máscara, apresenta feições que não é daquela moça de olhos claros que sentava na mesma sala de aula que eu. Atriz. Ponto. Marcelo Adams não poderia ficar atrás. Tem uma presença cênica que admiro. Um jeito de dizer o texto que me atrai. E canta! Bem, por sinal. O último trabalho que vi dele foi Édipo e agora lá está ele vivendo Sganarelo, um lenhador. Para que outras vidas se temos o teatro? E se vamos falar do elenco, todos me convencem, todos me divertem. 

Falei que o texto era de 1666? Segue atual. Por isso, Molière é tão montado. Por isso, chegou aos nossos dias pós internet, pós-dramático, sem as Leis de Incentivo, sem o marketing. Coisa de gênio. Gosto das “confusões verbais” que ele cria, como diz o programa. Não sei se precisava inspirar-se na estética da produtora brasileira Atlântida para me apresentar o que vi. Não li o texto original. Mas, acredito na escolha da Cia. De Teatro ao Quadrado.

Algum “porém”? Quase sempre. Neste caso, em algum momento, sem que eu saiba identificar por quê, algo acontece em cena que me dispersa, me traz aquela sensação incômoda de querer saber quanto tempo falta, estas coisas que não deveriam acontecer em um bom espetáculo. No entanto, como disse, pode ter sido algo daquele dia, ou melhor, daqueles dias, de chuva, chuva, chuva. Felizmente, aceitei o convite de minha irmã, pois, se tivesse dado ouvidos aos comentários, teria ficado em casa sem dar boas risadas e ver um bom espetáculo. 

Thursday, October 23, 2008

Sexy and the city. Where?


Fui devolver o filme O criado que havia tirado na locadora devido a disciplina que faço no mestrado sobre a Dramaturgia do Século XX. Olhando o folheto de divulgação, vi que o filme Sex and the city estava na lista de filmes disponíveis e trouxe para casa. Cheguei a pensar em ir ao cinema assistir, mas, o tempo passou. Despretenciosamente, comecei a assistir. Não cheguei a ser graaande fã da série. Um amigo meu achava que eu iria gostar e me indicou há bastante tempo atrás. Só fui ver as reprises. Ele estava certo. Já o filme pensei que ia ser besteira. Aquela história daquelas mulheres. buscando o amor, a Carrie eternamente apaixonada pelo Big que tinha outras e nunca estava disponível... Eu conheço esta história. Não preciso ver na tv. Falso. Acaba sendo emocionante até. Afinal, se fazem um filme sobre algo que me é tão familiar é, no mínimo, interessante. E foi assim que fui vendo o filme. 

Não dou bola para grifes. Reconheço a beleza, mas, em questão de moda, muitas vezes, a esquisitisse anda junto. Então, não ligo se a bolsa é Louis Vitton (talvez, até me darem uma!) e tenho pavor destas griffes por mais chiques que sejam que colocam as iniciais do bambambam no produto. Um horror! Bem, mas, como já disse, não é isso que me impressiona no filme. É que se trata das relações, do amor, da paixão, do perdão e de sexo, é claro. Não podemos esquecer que Samantha faz parte deste relacionamento. 

Outra coisa que me emociona, as lágrimas até, é amizade destas mulheres. Este amor incondicional que resiste a tudo, ao tempo, à distância, as mancadas e, principalmente: a inveja. Elas são bonitas, inteligentes, tem desejos e buscam um amor. É claro que damos um jeito de nos identificarmos. Principalmente as que seguem só. Bateu saudades das minhas amigas. Bateu vontade de estar vivendo uma paixão. Bateu saudade...

Monday, October 20, 2008

O que faz você feliz?


Nunca fui contra propagandas. Todo comunicador convive dois anos com pessoas que estudam para aprender a fazê-las. Assim, aprecio espaços comerciais inteligentes, divertidos e emocionantes. Emocionantes sim. Acho possível um comercial trazer este sentimento.  Mas, como todo mundo, quando o comercial é bacana, esqueço o que estava anunciando. Uma pena...comercialmente falando! Bem, mas, no título ponho a frase de um que me chama, particularmente, a atenção e que repete esta frase: “o que faz você feliz?”* e abre para as muitas possibilidades. Bem, eu já há algum tempo acredito que felicidade, esta permanente, não existe. E repetindo algo bastante batido, ouso dizer: o que existe são momentos felizes. Como passei hoje.

Fui ao litoral a trabalho. Estou fazendo um vídeo sobre o trabalho dos meus pais, no qual já estou engajada há algum tempo, os Jogos Boole (www.jogosboole.com.br). Fui gravar o depoimento de uma professora que decidiu alfabetizar seus alunos utilizando este projeto criado pelo meu pai para desenvolver o raciocínio lógico. Enquanto ela falava, pensava nos longos anos do meu pai tentando explicar sua idéia, parecendo meio louco, insistindo em uma idéia que a maioria das pessoas não conseguia entender e acabava ridicularizando suas atitudes intempestivas que visavam à divulgação do que ele havia descoberto. Hoje, esta idéia se espalha por aí, nas escolas e chega em vários lugares do país, inclusive, em escolas pequenas, mas, com professores dedicados como a professora Vera Traut de Santo Antônio da Patrulha da escola Padre Réus onde estive hoje.

Minha próxima parada era Osório. Falar com outra professora, a Elena Chemale, também entusiasta dos Jogos Boole. Esta foi uma das primeiras a entender a proposta e vibrar com as possibilidades de trabalhar com o material em sala de aula. É assim até hoje, mais de 20 anos depois. Vera Traut, por exemplo, foi sua aluna. Foi muito bom vê-la dando seu depoimento também, falando sobre como o jogo pode ser sempre utilizado em situações difíceis, com crianças desinteressadas que logo se entusiasmam com o trabalho.

Dois momentos, portanto, bem bacanas. Mas, ainda faltava o melhor. Como poderia ir até tão próximo ao mar e não ir lá dar uma olhadinha? Sou fanática pela praia, sua amplitude. O mar tem algo de transcendental para mim. Ah, e preciso dizer que o dia estava absolutamente perfeito? Um céu azul de brigadeiro, como dizia minha vó, enquanto eu pensava no doce (chocolate com leite condensado) e ela se referia a patente mais alta das Forças Aéreas. E como fui com um músico, cantor e compositor, infelizmente, ainda não reconhecido, na última hora, passei a mão no meu violão. Pronto. Céu, sol, sul, água e cor e uma boa música para completar. 

Ainda bem que, hoje, não deixo um momento assim passar em vão. Percebo, imediatamente, que se trata de um momento feliz e faço as pazes com as forças criadoras do universo, esqueço o trânsito, as caras feias, as contas no banco e me deixo levar pelo barulho do vento. Vento....muito vento que espero tenha levado a todos aqueles que fazem parte das minhas relações as energias positivas que mandei hoje. Um dia em que, sem dúvida, eu fui feliz!

* Dei uma pesquisada na "minha bíblia"; o Google. O comercial é do Pão de Açúcar.

Thursday, October 16, 2008

O filho do padeiro não ganhou o Nobel


Márcio Silveira dos Santos

 

     "O teatrólogo brasileiro Augusto Boal, o filho do Padeiro como se intitula em sua autobiografia Hamlet e o filho do padeiro: memórias imaginadas, estava entre os indicados ao Prêmio Nobel da Paz 2008. Boal não levou o prêmio, entregue a um finlandês, mas cabe aqui destacar a relevância do seu trabalho, bem como a influência no que desenvolvo nas aulas de artes com jovens.

     Augusto Boal é um dos mais importantes criadores de teatro de sua época e a sua maior criação, o Teatro do Oprimido, é realizado em mais de 70 países por centenas de grupos em diversas áreas como educação, movimentos sociais e entidades socioculturais. Os grupos de Teatro do Oprimido ajudam milhões de pessoas a afirmarem sua cidadania em suas lutas contra o racismo, o sexismo e todas as formas de desrespeitos aos inalienáveis direitos humanos. Um teatro estruturado na relação dialógica, proposta por Paulo Freire na sua Pedagogia do Oprimido, a qual Boal se inspirou.

      Tenho trabalhado nesta linha com os jovens da periferia da cidade. Utilizando desta potente ferramenta para conscientização de todos que a praticam. Considero minhas aulas como pequenos CTOs - Centros do Teatro do Oprimido. Onde procuro desenvolver caminhos para a transformação da realidade dos alunos, a partir da restauração de suas capacidades estéticas na melhor compreensão das relações que estabelecem socialmente. É um processo lento, respeitando individualidades nos coletivos, que vem apresentando resultados e se multiplicando.

     Recentemente, Boal disse que não tinha expectativa em ganhar o prêmio, mas anda extremamente feliz porque recebeu apoio para nomeação de diferentes pessoas dos cinco continentes. Ainda neste ano o dramaturgo recebeu o prêmio da Fundação Príncipe Claus para a Cultura e o Desenvolvimento, entregue pela Família Real holandesa. No Brasil, não é tão reconhecido quanto no exterior, como em Nova York, onde existe o dia do Teatro do Oprimido, proclamado pela Prefeitura local.

      O fato de Augusto Boal ter sido nomeado candidato já justifica a importância humanística do seu trabalho nos tempos líquidos em que vivemos. Repleto de violência sensacionalista, de falsidades ideológicas, da negligência com a cultura e com quem a faz. Em seu livro Teatro do Oprimido, de 1973, já dizia o que hoje representa sua condição: Tenho sincero respeito por aqueles artistas que dedicam suas vidas exclusivamente à arte - é seu direito ou condição! -, mas prefiro aqueles que dedicam sua arte à vida. Assim o filho do padeiro segue, através do seu teatro, provocando reflexão sobre o humano que ainda há em nós."

Márcio Silveira dos Santos é professor

Este artigo foi publicado no Jornal Vale dos Sinos desta quarta dia 15 (dia do professor). Reproduzo aqui, pois, vejo que muitas pessoas desconhecem ou não tem o devido respeito pelo trabalho de Augusto Boal

Friday, October 10, 2008

"Le malade imaginaire" *


Véspera do meu aniversário. Fui a Aliança Francesa fazer um curso de “Initiation au thêatre” com uma francesa chamada Camille Lacôme que iria propor uma prática segundo o método de Augusto Boal. Achei que era uma chance imperdível para alguém que quer justamente ir estudar teatro na França no futuro. Algo próximo do paraíso já que juntará minhas duas grandes paixões. Ah, detalhe: de graça! 

Comentei com a minha mãe francófona e ela disse que faria parte das comemorações. Mas, o dia passou correndo e eu não sabia se estaria com disposição (ou coragem?) de ir até lá. Bem, mas, lá cheguei. Mal nos apresentamos e partimos para os exercícios. Todos que já conhecia. Práticas de desinibição. Caminhar pela sala, dizer o nome, olhar nos olhos uns dos outros. Como acontece no teatro... em pouco tempo éramos cúmplices. Mesmo com a falta de surpresa nas propostas, estava plenamente consciente da importância de estar fazendo uma aula totalmente em francês. A professora não fala português e os demais tinham essa obrigação, apesar de um certo desencanto quando perguntei a uma das participantes quanto tempo duraria a aula em francês e ela, imediatamente, me respondeu em português. Ora, ora.

 

Bem, mesmo naquela sala de aula, ainda de forma insipiente, fui me divertindo com os exercícios. Fechar os olhos e se deixar conduzir. Demonstrar tristeza, alegria, raiva. Passando de uma emoção a outra (como se faz na vida). Era hora de parecer doente? Fácil. Enquanto alguns colegas, como tantas vezes eu fiz, abusavam da palavra, eu trabalhava minha “maladie” interiormente. Até morri hoje. Assim, meu aniversário amanhã vai ter mesmo cara de renascimento.

 

O melhor, no entanto, estava para o final. Terminada a aula, sai comentando com duas colegas que aquelas que tinham feito o exercício anterior só podiam ter morado na França. Dava para perceber pela pronúncia, pelo jeito engraçado de não terminar as frases e por certa “rabugice” que é tão divertida nos franceses. “Je m’en fou!”, diziam elas várias vezes. Divertidas. Fizeram eu me sentir um pouco neste país que eu tanto admiro. 

Bem, as meninas que saiam comigo confirmaram: elas haviam vivido um ano ou mais por lá. É...o curso da Aliança Francesa é muito bom, mas, acho que para se ter fluência em uma língua nada como pisar em solo estrangeiro. Bom, mas, de forma totalmente inesperada elas resolveram me dizer: “mas, tu és atriz, não é?” E eu respondi que era jornalista, que fazia o mestrado em teatro, mas, estudava teoria, mas que, sim, já havia feito práticas de teatro. Elas insistiram: Com certeza, tu és atriz! O que poderia ser melhor do que isso? Que presente! Afinal, neste exercício que as impressionou, tudo que eu disse foi: “non, je ne peux pas t’aider parce que je suis malade aussi” (eu não posso te ajudar porque eu também estou doente).  No entanto, vou aceitar o elogio porque meus estudos indicam que o que importa não são as palavras que saem da boca do ator, mas, a expressividade que transpassa para o público. Ao que parece  gemi e suspirei corretamente até a minha morte!

* Le malade imaginaire: O doente imaginário é a última comédia escrita por Molière.  Representada no Teatro do Palais-Royal em 10 de fevereiro de 1673.