Fui assistir O Médico à Força, depois de um Domingo de eleição e horas ininterruptas de chuva. Havia escutado alguns comentários não muito bons. Mas, minha irmã me convidou e ela quase nunca vai ao teatro, então, quem sou eu para dizer que não?
Bem, o primeiro impacto é do cenário de Elcio Rossini. Grandes fotos coloridas em painéis separados em formato triangular que se revezam. Interessante. Inteligente. Esteticamente eficiente. Logo no início, Anna Fuão e Marcelo Adams no palco. A primeira, minha colega de faculdade e o segundo, um ator cujo trabalho, até hoje, sempre me agradou. Anna não é ela. É o seu personagem. Inclusive no seu rosto que, mesmo sem máscara, apresenta feições que não é daquela moça de olhos claros que sentava na mesma sala de aula que eu. Atriz. Ponto. Marcelo Adams não poderia ficar atrás. Tem uma presença cênica que admiro. Um jeito de dizer o texto que me atrai. E canta! Bem, por sinal. O último trabalho que vi dele foi Édipo e agora lá está ele vivendo Sganarelo, um lenhador. Para que outras vidas se temos o teatro? E se vamos falar do elenco, todos me convencem, todos me divertem.
Falei que o texto era de 1666? Segue atual. Por isso, Molière é tão montado. Por isso, chegou aos nossos dias pós internet, pós-dramático, sem as Leis de Incentivo, sem o marketing. Coisa de gênio. Gosto das “confusões verbais” que ele cria, como diz o programa. Não sei se precisava inspirar-se na estética da produtora brasileira Atlântida para me apresentar o que vi. Não li o texto original. Mas, acredito na escolha da Cia. De Teatro ao Quadrado.
eu cheguei a escrever um parágrafo sobre esse negócio da atlântida mas depois tirei... o kill diria que eu tenho essa mania de forçar o texto ao seu formato e não o formato ao texto, mas enfim...
ReplyDeletede fato, eu não vi a chanchada em nada ali além das músicas. mas há aí, a meu ver, algo bem interessante. as músicas não se relacionam com o espetáculo simbolicamente falando com nada. não têm nada a ver! mas agradam. não é legal ouví-las ali no meio das cenas? eu gostei! e achei ótimo gostar de algo sobre o qual não tenha encontrado nenhuma relação constextual.
que bom que vc colocou isso lá.
adorei ter te conhecido, mocinha!
bjus