"O teatrólogo brasileiro Augusto Boal, o filho do Padeiro como se intitula em sua autobiografia Hamlet e o filho do padeiro: memórias imaginadas, estava entre os indicados ao Prêmio Nobel da Paz 2008. Boal não levou o prêmio, entregue a um finlandês, mas cabe aqui destacar a relevância do seu trabalho, bem como a influência no que desenvolvo nas aulas de artes com jovens.
Augusto Boal é um dos mais importantes criadores de teatro de sua época e a sua maior criação, o Teatro do Oprimido, é realizado em mais de 70 países por centenas de grupos em diversas áreas como educação, movimentos sociais e entidades socioculturais. Os grupos de Teatro do Oprimido ajudam milhões de pessoas a afirmarem sua cidadania em suas lutas contra o racismo, o sexismo e todas as formas de desrespeitos aos inalienáveis direitos humanos. Um teatro estruturado na relação dialógica, proposta por Paulo Freire na sua Pedagogia do Oprimido, a qual Boal se inspirou.
Tenho trabalhado nesta linha com os jovens da periferia da cidade. Utilizando desta potente ferramenta para conscientização de todos que a praticam. Considero minhas aulas como pequenos CTOs - Centros do Teatro do Oprimido. Onde procuro desenvolver caminhos para a transformação da realidade dos alunos, a partir da restauração de suas capacidades estéticas na melhor compreensão das relações que estabelecem socialmente. É um processo lento, respeitando individualidades nos coletivos, que vem apresentando resultados e se multiplicando.
Recentemente, Boal disse que não tinha expectativa em ganhar o prêmio, mas anda extremamente feliz porque recebeu apoio para nomeação de diferentes pessoas dos cinco continentes. Ainda neste ano o dramaturgo recebeu o prêmio da Fundação Príncipe Claus para a Cultura e o Desenvolvimento, entregue pela Família Real holandesa. No Brasil, não é tão reconhecido quanto no exterior, como
O fato de Augusto Boal ter sido nomeado candidato já justifica a importância humanística do seu trabalho nos tempos líquidos em que vivemos. Repleto de violência sensacionalista, de falsidades ideológicas, da negligência com a cultura e com quem a faz. Em seu livro Teatro do Oprimido, de 1973, já dizia o que hoje representa sua condição: Tenho sincero respeito por aqueles artistas que dedicam suas vidas exclusivamente à arte - é seu direito ou condição! -, mas prefiro aqueles que dedicam sua arte à vida. Assim o filho do padeiro segue, através do seu teatro, provocando reflexão sobre o humano que ainda há em nós."
Este artigo foi publicado no Jornal Vale dos Sinos desta quarta dia 15 (dia do professor). Reproduzo aqui, pois, vejo que muitas pessoas desconhecem ou não tem o devido respeito pelo trabalho de Augusto Boal
Helena adorei ver meu artigo no teu blog.
ReplyDeletePrecisamos divulgar amais o trabalho deste cidadão brasileiro entre nossos contemporâneos. Como o espaço do jornal é pequeno cortei algumas partes em que falava da comparação de Boal com Brecht e Stanislavski, claro para os dias de hoje. Na Europa se fala muito nesta comparação e com fundamentos e argumentos indiscutíveis. Acredito que as indicações para o Nobel devem ter sido mais dos outros continentes, como a África onde está seu foco maior no momento.
valeu.
Márcio
O prazer é todo meu. Só não vou colocar TODOS os teus artigos de uma vez só aqui para que tu não domines o meu blog. He,he,he. Mas, aos poucos, vou fazer questão de publicá-los. Assim, faço das tuas, minhas palavras e saio no lucro!
ReplyDeleteOi, Helena!
ReplyDeleteAdorei conhecer teu blogue e teus textos. Gostei muito do estilo "da casa", o teu jeito de escrever é como o teu jeito de falar: delicioso!
Um abraço!
não tou entendendo...
ReplyDeleteno meu blog a atualização do teu blog consta como algoque começa assim:
"Acho que está na hora de mais um comentário sobre o andamento do mestrado. Seguimos fazendo a maior força para não perdermos nosso "
não achei isso!!
tou adorando o pavis
bjus
Parabéns
ReplyDeletegostei muito.
carla
http://www.arte-e-ponto.blogspot.com