Sunday, December 19, 2010

Uma festa para nem o avarento botar defeito

A partir de agora só quero ir a casamento de artistas. Bem, melhor não ser tão categórica. Afinal, além de ser uma cerimônia interessante, uma boa festa tem o seu valor. Ainda lembro quando em plena adolescência questionava arduamente esta tradição. Além de não ser educada na igreja católica, era tempo de Malu Mulher, início do divórcio no Brasil...Hoje, vou as lágrimas. Feliz porque tenho amigos que acreditam ter encontrado o amor de suas vidas e querem compartilhar isso comigo. Assim, quando recebi o convite não tive dúvidas de que lá estaria. Não tive preocupações com roupa. Não é todo dia que tenho a chance de usar um modelito mais sofisticado. Não sabia se usaria preto ou vermelho, mas depois de não ter sido aprovada no processo de seleção do doutorado, tive certeza: precisava da cor que contribui para confiança em si mesmo e para uma atitude otimista diante da vida que, aliás, é minha cor favorita. E, embora eu não seja dessas que fiquem falando que existem coisas que são femininas e outras masculinas, me traí perguntando a uma colega a cor da roupa dela. Duvido que algum homem tenha este tipo de curiosidade.

A noite estava quente. Difícil ficar arrumada com uma temperatura daquelas. Ainda mais que eu, que nunca me maquio, resolvi pagar por este serviço. Na igreja, linda por sinal, a temperatura estava bem agradável. Como chegamos cedo, logo estávamos ansiosos. Entre os convidados, vários atores e atrizes. Muitos, inclusive, concorrendo ao Prêmio Açorianos que seria entregue justamente naquela noite. Quando o noivo começou a entrar com os padrinhos foi um festival de gente bem vestida, o que não costuma ser tão comum assim em casamentos. E se vocês pensam que já viram muitas entradas de noivas e que são todas iguais, é porque não viram Ariane Guerra. Tudo bem, o vestido era branco, cauda, ela tinha véu. Mas ao contrário de todas as noivas que já havia visto, ela entrou como uma rainha cumprimentando seus súditos. A cerimônia foi rápida, mas infelizmente pouco escutamos do que o padre dizia. Um sotaque diferente, um problema no som, o eco da igreja e não dava para compreender os “chistes” do padre. No ar, misturadas às músicas tradicionais de casamento, as composições do próprio noivo.

De lá, depois do sim, para o local da festa. As surpresas já começavam na entrada do local. Tenho uma tia que mora em frente há anos. Costumo passar pela casa seguido, mas nunca tinha imaginado que era um ambiente de festa tão incrível. Vários ambientes. Todos decorados. Recebíamos uma definição de que mesa devíamos sentar, com números de cena. Logo começamos a ser atendidos pelos garçons que distribuíam coquetéis e salgadinhos, enquanto conversávamos. Em seguida, fomos chamados para um brinde e a apresentação de um vídeo. Exibição de fotos nos telões não é mais novidade nestes eventos. No entanto, quando estas fotos são de duas pessoas que conhecemos e queremos bem, nunca é demais. Porém, a melhor parte estava por vir. Uma espécie de desenho animado contando como eles se conheceram. Um jeito divertido e criativo de mostrar como o relacionamento começou. Como se já não bastasse, os colegas atores do grupo Farsa ajudaram o recém marido Marcos Chaves a cantar para a sua excelentíssima esposa.

Bem, e agora falta falar da comida. Além de um cardápio variado e delicioso, uma apresentação de encher os olhos. Esbarrei com Daniel Colin, o mais recente diretor gaúcho premiado admirando a mesa de doces antes mesmo de ter jantado. Depois dizem que homens não gostam de doces...Vai ver até se perguntam sobre a cor dos ternos e eu é que não sei! Sai da festa pouco depois de ver o vencedor do prêmio de melhor espetáculo (por Wonderland e o que Michael Jackson encontrou por lá) aceitar o desafio de repetir uma coreografia no telão, enquanto aparecia vários “perfect”, “excellent”. Apesar destes “elogios” imagino que tenha sido difícil para ele tentar estar em dois lugares ao mesmo tempo. Mas se ele queria estar entre gente divertida e fazer a festa no meio de artistas, nenhum lugar seria melhor do que esse casamento. Nisso até o avarento concordaria.

PS: Na saída, a lembrancinha era um doce de pelotas e uma micro-rapadura lembrando que estávamos presenciando a união de um pelotense com uma cearense, com uma mensagem que prova que inteligência e afeto podem estar juntos.

1 comment:

  1. Lindo o relato Helena!
    Foi realmente muito emocionante ver os nossos lindões, lindos e arrasando. Tudo milimetricamente pensado para causar este impacto que tu descreves. Arrasaram na produção de tudo. Encantaram. Até um longo me convenceram a colocar, hahaha! E valeu cada minuto, e eles devem estar felizes e morrendo de calor (felizes tb) na nuestra Buenos Aires querida. Muitas felicidades a eles!

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