Há quem diga que devamos esperar para escrever sobre o que acaba de ser visto. Não discordo e nem concordo com esta opinião, mas, simplesmente, não pretendo respeitá-la. Acabo de voltar da comemoração de encerramento de uma temporada do espetáculo “Tá e aí?” (acredito que serão muitas) e confesso que não vou dormir direito enquanto não registrar minhas impressões. Fui assistir algo que levava o nome de duas pessoas muito queridas para mim: Julio Conte e Ian Ramil. Um, embora de tempo na terra semelhante ao meu, anos luz no caminho que eu acabaria escolhendo tardiamente: o teatro. Outro, colega de sala de aula onde demonstrava um talento e uma competência que não passa despercebida. Ou seja, a expectativa era grande. Por razões estritamente particulares, o ânimo não era dos melhores. Mas, lá me fui. Teatro praticamente cheio. Logo de cara a relação palco e platéia se estabelece e começam os jogos. Ian não está em cena.
Para quem fez práticas teatrais não são novidades totais, mas, a maneira como vão se apresentando impressiona profundamente. Exatamente por reconhecê-las é que é possível saber o grau de complexidade de algo que parece banal. Improvisar é uma das premissas de quem faz teatro, mas, como exercício testa o ator. Rapidez no raciocínio, disponibilidade, coragem de encarar cada desafio. Tudo está lá. O prazer é intenso. A risada vem fácil. O que acontece faz pensar: não é exatamente isso o teatro? Tendo como mestre primeiro Zé Adão, sendo aluna do DAD desde 2001 e hoje teórica do mestrado de artes cênicas, o espetáculo Tá e Aí condensa tudo e me traz à tona o fascínio completo e absoluto pelo teatro.
O teatro precisa de mais gente assim que se doe pela arte, que se libere do ego, sem preocupações com a permanência e que, por isso mesmo, seja eterno se não historicamente em nossas memórias. Graças a pessoas assim e a um teatro como este sei que esta arte terá vida longa.
Fiquem atentos a próxima temporada na Álvaro Moreira: 14/21/28/ de abril e 5 de maio.
Créditos:
Direção: Clube da Patifaria.
Jogadores: Eduardo Mendonça, Ian Ramil, Leonardo Barison, Rafael Pimenta e Vicente Vargas.
Mediação: Júlio Conte.
Anfitrião: Mauricião.
Luz e som: Gabriel Lagoas.
Oh, Helena, que beleza estas palavras. Emocionante, sensível e delicada. Obrigado.
ReplyDeleteHelena! muito obrigado pelas palavras! to distante da cidade, mas que bom que tem a internet hehe. o julio disse tudo, todos ficamos muito felizes com a critica e publicamos no blog, ok?
ReplyDeletebeijo!