Quanto tempo depois de ver um espetáculo a gente ainda pode comentar? Fui assistir ao espetáculo “A” nas segundas-dramáticas do Departamento de Artes Dramáticas, na General Vitorino. É aberto ao público. Apareçam por lá, às 18h. Em geral, é coisa boa. E foi assim.
Entrei lá à tarde e as vi preparando o cenário. Não era sofisticado, mas, já causava certo impacto. No entanto, é quando elas encenam que aqueles panos e balões fazem sentido. A energia daqueles corpos esbarra nos tecidos e se reflete no público. Teve discussão depois. Justamente com o meu orientador, Edélcio Mostaço. Foi ele que me fez perceber que aquele tema que, para mim não causou surpresa, ainda podia provocar tanto estranhamento, principalmente, nos homens.
A peça fala do universo feminino. Bem, o assunto desperta o meu interesse há vários anos. Já li muito. Discuti muito e elas estavam ali falando de maternidade, de violência no casamento e por aí vai. Então, o que realmente me deixou de boca aberta era a forma como elas resolveram trazer tudo isso à tona. Não havia homens em cena. Eram apenas três mulheres. No entanto, elas contracenavam com seus machos invisíveis e reagiam a eles de forma intensa, natural e verdadeira.
Ontem ainda, alguém me perguntou: tu és atriz? Sempre respondo: faço teatro. Porque sei o quanto é difícil chegar aquele resultado ali que vi no palco. Tem gente que acha que fazer teatro é fazer caras e bocas e até é, mas, as caras e bocas tem que acontecer no tempo exato e do jeito certo. E foi isso que vi. Havia teatralidade, é claro! Mas, ao mesmo tempo tudo aquilo podia estar acontecendo na sala da casa da gente. Tinha uma proposta lúdica, mas, que nem por isso era leve ou divertida. Lembra um pouco aquela música do boi da cara preta que “pega esta criança que tem medo de careta”. Ou seja, mais assusta do que faz rir.
Minha colega de mestrado, Maria Amélia Netto, foi a última a fazer o seu monólogo e isso me gerou forte expectativa, pois, as anteriores haviam sido incríveis. Mas, o bom é isso. As três têm o mesmo nível de atuação: alto, eu diria, e isso só pode dar bom resultado. Luciana Holanda, Marina Monteiro e Maria Amélia são dirigidas por Cleistenes Grött e Meire Silva. Elas partiram do texto de Dario Fo e Franca Rame, mas, fizeram entrevistas com muitas mulheres, saíram a campo para elaborar a peça e introduziram coisas que fizeram o espetáculo se tornar bem interessante mesmo para mim que por ter nascido feminina sabia exatamente do que elas estavam falando desde que Rita Lee cantava: “mulher é bixo esquisito, todo mês sangra!” Mas, vejam, isso não diminui em nada este espetáculo que é sensível e contundente ao mesmo tempo.
A peça fala do universo feminino. Bem, o assunto desperta o meu interesse há vários anos. Já li muito. Discuti muito e elas estavam ali falando de maternidade, de violência no casamento e por aí vai. Então, o que realmente me deixou de boca aberta era a forma como elas resolveram trazer tudo isso à tona. Não havia homens em cena. Eram apenas três mulheres. No entanto, elas contracenavam com seus machos invisíveis e reagiam a eles de forma intensa, natural e verdadeira.
Ontem ainda, alguém me perguntou: tu és atriz? Sempre respondo: faço teatro. Porque sei o quanto é difícil chegar aquele resultado ali que vi no palco. Tem gente que acha que fazer teatro é fazer caras e bocas e até é, mas, as caras e bocas tem que acontecer no tempo exato e do jeito certo. E foi isso que vi. Havia teatralidade, é claro! Mas, ao mesmo tempo tudo aquilo podia estar acontecendo na sala da casa da gente. Tinha uma proposta lúdica, mas, que nem por isso era leve ou divertida. Lembra um pouco aquela música do boi da cara preta que “pega esta criança que tem medo de careta”. Ou seja, mais assusta do que faz rir.
Minha colega de mestrado, Maria Amélia Netto, foi a última a fazer o seu monólogo e isso me gerou forte expectativa, pois, as anteriores haviam sido incríveis. Mas, o bom é isso. As três têm o mesmo nível de atuação: alto, eu diria, e isso só pode dar bom resultado. Luciana Holanda, Marina Monteiro e Maria Amélia são dirigidas por Cleistenes Grött e Meire Silva. Elas partiram do texto de Dario Fo e Franca Rame, mas, fizeram entrevistas com muitas mulheres, saíram a campo para elaborar a peça e introduziram coisas que fizeram o espetáculo se tornar bem interessante mesmo para mim que por ter nascido feminina sabia exatamente do que elas estavam falando desde que Rita Lee cantava: “mulher é bixo esquisito, todo mês sangra!” Mas, vejam, isso não diminui em nada este espetáculo que é sensível e contundente ao mesmo tempo.
Mandou bem!!!
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