Nunca serei a favor de sair cortando a cabeça de quem quer que seja. Criar um aparato para fazer isso mais rápido então...não contem comigo. Mas, dia 14 de julho está chegando e é comum algumas pessoas dizerem que não há o que comemorar. Não concordo. Bem, é verdade que festa é comigo mesmo. No caso da Revolução Francesa, porém, acho que existem razões mais concretas. Está correta a observação de que ainda estamos longe dos ideias de “liberdade, igualidade, fraternidade”, mas mesmo considerando terrível esta história de guilhotina, se a gente relembra que a ideia era igualar a forma de morrer de qualquer um (sem distinção de nível social ou econômico) havia por trás uma tentativa de direitos iguais até na morte. Além do mais, será sempre um exemplo de que nenhum poder é para sempre e que o povo tem força de transformar o que parecia imutável.
Não dá para dizer que ter escrito a Declaração dos Direitos Humanos é inútil. Podemos até discutir se são ou não cumpridos mas é preciso partir deste fato para chegar a esta conclusão. Voltaire Schilling, historiador e meu professor do segundo grau, afirma que “os ideais que serviram de pano de fundo à Revolução francesa mudaram de vez a forma de encarar a educação. É a partir dela que um ensino público que dê as mesmas oportunidades a todos é estabelecido”. Quem não concorda que isso é um bom motivo para pelo menos tomar um vinho neste dia? Eu sei. Dá pena da Maria Antonieta. Ainda mais depois do filme que mostra que o Luis XVI não dava a mínima para ela, mas chegaram a sugerir a ele que colocasse fogo no povo. Ele achou que não devia e acabou com a cabeça cortada.
Talvez, estar agora escrevendo neste blog se deva há muitas cabeças cortadas. Afinal, desde então, “a livre comunicação dos pensamentos e opiniões é um dos direitos mais preciosos do homem; todo o cidadão pode, pois, falar, escrever e imprimir livremente; salvo a responsabilidade do abuso dessa liberdade nos casos determinados pela lei". Bem, mas é justamente por causa disso tudo e por ter aprendido desde pequena a cantar “Allons enfant de la patrie, le jour de gloire est arrivé” que não vou ficar aqui tentando impor a minha opinião. Sei que, nesta quinta-feira, vou estar na atividade proposta pela Arte na Corte, na Santa Terezinha, 59, às 21h. Quem estiver a fim, faça a sua reserva por aqui.
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