O futebol tem sido a menor das minhas preocupações. Acompanho à distância as manchetes dos jornais. E assim, sabia que meu time vinha bem, mas não tão bem. Precisou ele chegar a final da Libertadores e com vantagem para que eu desse alguma atenção. É claro que morar um pouco além do Estádio do Inter também interfere. Há as preocupações com o trânsito. Eu, porém, nunca me importei. Se está congestionado, vou na manha, observando o movimento daqueles que torcem, como eu, pelo time vermelho.
No rádio, à tarde, acompanhava o rebuliço. Atropelamentos. Fraudes com as carteiras dos sócios. O lado negro da força.
Não me preparei para assistir a decisão. Não coloquei na agenda, mas já que estava em casa na hora, por que não? Assim, encarei o primeiro tempo, mal acreditando no gol do Chivas. Difícil imaginar que, com tantas vantagens, corríamos o risco de perder. Não precisou de muito do segundo tempo para o primeiro gol do meu time. Mas senti uma taquicardia com algumas jogadas do adversário e achei graça de ver que o futebol ainda mexe assim comigo.
Claro, porém, que não sou só eu. Enquanto eu via o jogo aqui sozinha, uma multidão no estádio movia os braços, torcendo, participando do jogo. É ótimo ver este clima de união, de integração, de festa. Todos fazem uma paródia da música dos Mamonas assassinas os torcedores cantavam. É interessante ver que há gente que veio para fazer história. Como estes meninos que tiveram suas carreiras tão drasticamente terminadas, mas que permanecem até hoje na memória das pessoas e surgem em momentos de comemoração. Assim também como o Falcão para o Inter, o Pelé para o Brasil, o Galvão para a TV brasileira. Como Sóbis, Leandro e Giuliano hoje. Este último fazendo um gol quando a conquista já parecia garantida.
Se bem que em futebol, com a minha experiência de quase meio século, enquanto não apitam o fim, eu não garanto nada. Existem coisas estranhas que podem acontecer este esporte. Tinga não deve ter imaginado que seria fotografado para eternidade com uma faixa na cabeça. As faltas foram duras, aliás, e concordo com o comentário de Galvão que tem que ser meio besta para não querer considerar as imagens da tv para julgar as ações dos jogadores. Os socos dados nas costas de Solbis pelo jogador do time adversário tinham que ser punidos. Felizmente, como tudo acabou bem, a gente vai esquecendo, mas poderia ter sido diferente, como foi o final da Copa que ainda tem um certo gosto de ressaca.
Como colorada, fiquei orgulhosa de ver Pelé de casaco vermelho entregando o Troféu ao meu time. Não ia perder o sono se ele não tivesse ganho, mas vou custar a dormir agora que ganhou. Não só pela excitação da vitória, mas por causa dos fogos de artifício e dos buzinaços na vizinhança.
Rumo a Abu Dhabi.
Yaba-daba-du!
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