Eu acredito em milagres porque eles acontecem comigo. Estava
na fila para subir na Torre Eiffel e uma senhora e uma criança de uns seis anos
falavam em francês sobre de onde vinham todas as pessoas que estavam ali,
fazendo uma lista de diversos países. Eu me meti na conversa e citei o Brasil.
Começamos a conversar. O menino, muito sorridente e esperto, dizia que não
precisaria de bilhete pois tinha uma “chave” e mostrava a sua pequena torre
dourada em um chaveiro. Eu, já cansada por ter ido a pé do centro até lá,
comentei sobre a energia do menino e disse que deveria ser a torre que lhe dava
esse poder. Ele achou engraçado e fingia que ia me dar a torre e pegava de
volta. Entramos no elevador e não nos vimos mais. Amaguei numa fila por um bom
tempo pois tinha comprado o bilhete para a parte mais alta (e menor). Não
fiquei muito tempo lá em cima pois já eram quatro horas da tarde e eu estava
sem comer nem beber nada e o corpo dava indícios de exaustão. Saí procurando
uma estação de metrô e, no caminho, encontrei um restaurante. Lembrei que minha
mãe sempre sugere que se faça uma parada para recuperar as forças quando o
caminho é longo e resolvi comer ali. Uma multidão passava pela minha frente a
cada instante em direção a torre. Não demorou muito, surge a minha frente a
mesma senhora e o menino, procurando um lugar para beber algo. O menino me
vendo diz para a senhora que quer se sentar ali. Ficam os dois ao meu lado e
começamos a conversar sobre as nossas viagens já que ela havia vindo do
interior com o menino e também fazia programas turísticos. É ela que me ajuda
depois a encontrar a estação e pegar o primeiro RER da minha viagem e chegar em
pouco tempo ao meu destino. Bem, quem já esteve por lá sabe a gigantesca
quantidade de pessoas que circula por ali e sendo o lugar mais visitado do mundo
é o pior para marcar um encontro. O
propósito? Será sempre um mistério, mas, para mim, não deixa de ser um milagre.
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