Véspera do começo da Copa, a televisão pifa e somos informados que não terá conserto. Com esta sorte, melhor mesmo não ter recursos para ir a África, pois poderia acabar sendo atropelada por uma girafa. Exageros à parte, poderia, pelo menos, acabar como o professor Ruy Carlos Ostermann tendo que ser “resgatado” no caminho, pois suas pernas “semi-congeladas” não obedeciam ao comando de seguir em frente. Sem uma tv descente, decidi ao menos tornar agradável o ambiente. Como aqui a temperatura estava amena, optei por ficar na rua. Isso, porém, significava usar apenas o recurso da antena para obter uma boa imagem. Várias tentativas infrutíferas... O jogo já ia começar quando ainda havia uma sombra para cada jogador. Minha irmã disse que estava assistindo a Ghostwisper uma série que costumamos ver sobre espíritos que aparecem na Terra. Bem que teriam sido úteis, principalmente, naquele primeiro tempo.
Aquela conversa toda de que a Coréia não ganhava há séculos de um time Ocidental, que éramos melhores, que iríamos fazer muitos gols, não me agradou. Minha experiência em outras Copas, mesmo muito bem sucedidas como a de 70 quando tinha seis anos, já me fizeram entender que em disputas como esta todo adversário merece respeito. Nunca se sabe se por uma questão de justiça divina não seja justamente aquele o dia do time adversário sair vencedor. Os primeiros minutos até que foram animadores, mas, logo em seguida, lembrava minha mãe dizendo coisas como “só vejo camisas vermelhas em campo”. Desta vez, ela só vinha espiar o jogo. Preferiu seguir suas atividades cotidianas, sabendo que não seria interrompida por nenhuma ligação pelo menos durante aqueles 90 minutos.
Confesso que na possibilidade de uma goleada, acabo com pena do time contrário. Acho humilhante. Gosto de uma vitória, claro! Mas não vejo porque dar aqueles “balaios” de mais de cinco gols. Uns 3X0 tá de bom tamanho. Só que o tempo foi passando e nada. Depois da discussão que tive com mais duas mulheres da família que insistiam em dizer que agora não tem mais a menor graça, pois só vale a grana que os jogadores recebem e eu contrapondo dizendo que sim, eles eram hiper bem pagos e, por isso mesmo, tinham que eu queria vê-los fazendo um bom “serviço”, comecei a pensar em quanto a exposição na mídia (talvez, até mais do que o dinheiro) estava afetando o desempenho dos jogadores. Em uma situação em que até os botões do casaco do Dunga até as cores da bola são motivos para discussão, tinha a impressão de que os jogadores não queriam arriscar a sua imagem e que ficavam deixando um para o outro as tentativas. Tipo...só chuto se tiver certeza de que vou acertar. Terminar o primeiro tempo 0 x 0 já era todo o mérito que a Coréia poderia merecer. Estava na hora de acontecer alguma coisa. Logo no início do segundo tempo, veio então o nosso gol. Maicon marca. Ufa! Demorou um pouco mais para o segundo. Parece que as emoções do dia eram para Yum Nam que chorou compulsivamente na hora do hino da Coreia e que fez o gol do time aos 44 minutos do segundo tempo.
Como sempre acontece com o futebol, as opiniões divergem. Ninguém morreu de amores pelo jogo de ontem, mas vi comentaristas dizendo que foi assim com todo mundo (menos a Alemanha) na estreia e que considerando todas as circunstâncias nem foi tão ruim assim. Em contrapartida, tem gente que diz que foi o pior jogo da copa até agora. Pelas outras copas que já assisti, nada quer dizer nada. O que vai decidir mesmo será aqueles últimos minutos da última partida que eu desejo que seja do Brasil contra qualquer outro time que faça por merecer para ir até a final.
Todo mundo de blog novooooooo eeebaaaa
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