Monday, August 03, 2009

De espírito nu e coração aberto


Fui assistir a uma palestra em um centro espírita. Lá pelas tantas, notei que o palestrante estava com a braguilha aberta. Em seguida, percebi que outras pessoas também já tinham reparado. Não conheço bem o lugar. Muito menos as pessoas que são responsáveis pelas atividades, mas, cheguei a pensar em avisar o que estava ao lado daquele que falava só por imaginar como ele se sentiria quando percebesse.

Terminada a exposição, uma das pessoas na sala foi até ele e cochichou no seu ouvido. Ele sorriu. Agradeceu e vi que por baixo da mesa ele fechava a calça. Fiquei só imaginando como ele deve ter ficado constrangido. É um cara que fala bem. Estava explicando uma das parábolas de Cristo, bem complicada até. Mas, saber que fazia isso com a calça aberta não deve ter lhe deixado muito feliz. Mas, enquanto pensava que devia avisá-lo, ao mesmo tempo, dizia para mim mesma: que bobagem, que diferença isso faz? Não estamos aqui falando de desprendimento corporal? J

Depois disso, mil coisas me surgiram na cabeça. Naturalmente, relacionadas ao meu momento. Afinal, hoje, entreguei meu texto para a qualificação no mestrado. A próxima etapa é ficar diante de uma banca e explicar o que afinal de contas eu estou pesquisando e querendo com a minha pesquisa. Quanto ao conteúdo, acho que está bastante bom. Muita coisa ainda por fazer. Mas, acredito que esteja interessante. O problema é que quando pensamos em expor (e falo aqui no plural, pois, vejo que com os outros colegas acontece a mesma coisa) parece bem mais complicado.

Porém, comecei a pensar que eu poderia ser cega e ter que fazer esta exposição. Poderia ter que usar cadeira de rodas para chegar à sala. Poderia ter uma cicatriz ou uma queimadura no rosto, por exemplo. Ou me faltar um dedo da mão... Poderia ser vesga. Poderia ser gaga. E, se inventassem que deveríamos estar nus para a apresentação? Maluquice? E se o Zé Celso fosse o coordenador do pós? Bem, acho que já deu para ter uma idéia de quantas coisas poderiam dificultar bem mais.

No entanto, não tenho nenhum destes problemas. Tudo que vou ter que me preocupar é em saber do que estou falando. Bem, e para me ajudar a ter mais confiança pode ser bom vestir uma roupa bonitinha e não muito chamativa para não tirar o foco (nada de vermelho, snif, snif). Ah, e limpar o nariz e fechar as calças pode causar uma boa impressão também!

Conclusão: Nada de drama. O momento é bom! Favorável! Tudo dará certo! Aliás, tendo em vista que não terei que enfrentar nenhuma das coisas que falei acima para me atrapalhar, já deu.

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