Monday, January 19, 2009

A curiosa e o curioso


Neste fim-de-semana fui convidada mais uma vez para ir ao cinema por uma amiga que não via desde o meu aniversário em outubro. Minha vida tem sido assim com o mestrado. Como todo mundo que se envolve intensamente com alguma coisa, vejo mais os colegas do que os meus amigos mais antigos. Mas, o presente de Natal dela já estava aqui há algum tempo e eu havia comprado pensando exatamente na cara que ela faria ao abrir aquele livro sobre a Marilyn Monroe. Uma edição “classuda”. Capa dura, lindas fotos, papel grosso e brilhante e em inglês. Uma língua que ela aprendeu a dominar. Então, estava na hora de ir encontrá-la e ver o Brad Pitt não ia me fazer mal.
Sabia muito pouco do que se tratava e confesso que aquela idéia de que o protagonista nascia velho e ia rejuvenescendo não fazia muito a minha cabeça. Sou daquelas que o realismo incomoda e o surrealismo perturba. Fazer o que? Mas, estava curiosa, o que, sem dúvida, parecia perfeitamente adequado, considerando o título do filme: O curioso caso de Benjamin Button, um longa (mais de duas horas, diga-se de passagem), baseado no conto escrito pelo famoso escritor norte americano F. Scott Fitzgerald.

No início, ao ver aquela figura grotesca do nenê enrugado, senti uma mistura de asco com vontade de rir. Bizarro. Para dizer o mínimo. Mas, aos poucos, fui sendo transportada para dentro de uma história de generosidade, compaixão, aceitação do outro e tantos outros sentimentos que estão fazendo falta e que estavam ali, agora, todos ao mesmo tempo. Fui sugada pelo trabalho maravilhoso dos atores e nem sei dizer quantas vezes me emocionei ao ponto das lágrimas encherem os meus olhos e lá ficarem. 

A narrativa continuava estranha. Era difícil prever o rumo dos acontecimentos e isso é mais uma razão para que o filme me agrade. Certo. Sabia que Benjamin estava remoçando, mas, quais seriam as conseqüências disso? No entanto, esta preocupação corria paralela a outras bem mais relevantes. Aquelas que me faziam pensar no que significa envelhecer. E as velhas, mas, não menos preocupantes questões: De onde viemos? Para onde vamos? Sim. Nessa história que me causou estranhamento, havia uma discussão profunda sobre a velhice, a beleza, a morte, os desejos, os sonhos. Era uma história de amor, de ódio, de euforia e de dor, de felicidade, de perda e de escolhas. Serviu para mim como uma lembrança de que a vida é um ciclo. Nascemos e vamos morrer. Mas, esta ordem ela não é um equívoco. Quem somos nós para pensar em interferir?

Uma das falas (e tinham muitas) que me impressionou foi quando foi dito que “devemos nos orgulhar do que fizemos na vida quando olharmos para trás. E se isso não acontecer, devemos ter força para criar um novo caminho”.

No meio disso tudo, a beleza exuberante... pensaram que eu ia falar do Brad Pitt? Não. Da Cate Blanchett. Ela estava extraordinariamente linda. Dançando então...parece um anjo ou uma deusa. Nunca tinha pensado nestes dois juntos. Aliás, não consigo pensar o Brad com ninguém e, no fim, me rendo as mulheres que aparecem com ele, seja nas telas ou na vida real.

Bem, mas, não vejo a hora de trocar idéias com outras pessoas que tenham assistido o filme que, aliás, estou recomendando. Preciso amadurecer mais as idéias e isso fica mais fácil ouvindo a opinião alheia. Talvez, nem devesse estar escrevendo nada, mas, era o único assunto que me interessava no momento.

PS: Não posso deixar de comentar a beleza...Não, não vou falar do Brad agora. É da fotografia deste filme! 
PS2: Valeu à pena ver a cara da minha amiga ao abrir o pacote do presente de natal dela! 

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