Meu gato machucou a pata. Nem percebi. Minha mãe me mostrou que ele não estava colocando a pata no chão no dia da festa dos meus colegas de mestrado. Era uma quarta-feira. Comentei: "se até sexta ele ainda estiver assim, levo no veterinário." Claro que isso implica em tempo e dinheiro. Duas coisas que não andam sobrando muito ultimamente. Cumpri a promessa. Sexta-feira levei o bichano para consultar em um dos lugares indicados por minha irmã. Obscecada por gatos. A veterinária disse que ele devia ter feito uma pequena fratura. Pediu para o gato ficar para ser anestesiado, pois, só assim, colocariam a pata no lugar. As atendentes diziam: "teu filho isso, teu filho aquilo" e eu, discordando internamente, pensava: não tenho filho gato! Mas, confesso que fiquei ressentida de chegar com o bicho e sair sem ele. Ficaram de me ligar quando ele estivesse bem. Esqueceram. Quando liguei, ele já estava acordado e entalado! Fui buscar. Começava, então, a saga para mantê-lo preso em casa. Acostumado que está de subir os telhados. De tala e tudo, ele queria. Então, corri para comprar o colar elisabetano. Algo que eu adoraria usar se a moda voltasse. Acho chiquérrimo. Nos bichos, sempre me deu dó. Pronto. Esbarrando em todos os cantos, ele não tinha mais segurança para sair porta a fora. Começava o meu remorso. Coitado do bicho. Pata entalada e aquela coisa ridícula e incômoda no pescoço. Mas, cada vez, que pensava em dar mole, ele subia muro acima com pata ruim e tudo. E assim passaram-se dois dias. No Domingo, meu sobrinho veterinário que trabalha com exames clínicos, disse: "está muito inchado. Assim, não dá para ficar." Soltou um pouco e disse que eu deveria voltar ao veterinário. No dia seguinte, fui recebida com: "ainda bem que tu vieste. não pode ficar assim". Tala tirada, pata livre. Era hora de esperar que desinchasse. Estava mais grave do que antes. Resolvi partir para uma segunda opinião. Pediram radiografia. Bem, era um bom sinal. Meu sobrinho havia dito que era necessário. Só que a "lindinha" pediu a radiografia da pata errada e no lugar que a fizeram, vários quarteirões de distância percorridos de carro com o gato miando, cumpriram a ordem. Foi a própria que vendo o resultado: nenhuma alteração óssea, se questionou: será que está certo? Não, não estava. Estaca zero. Dia seguinte, nova radiografia. Mais R$ 50,00. Preciso dizer que não deu em nada o meu questionamento sobre se seria eu que teria que pagar novamente? Mesmo diagnóstico. Medicação pedida pelo tele-veterinário para uma suposta inflamação (não faço isso nem pela minha beleza). Mais dois dias e o gato parece melhor. Mas, continua indócil para ir muro acima. Também pudera! Eu, por outro lado, estou exausta...Não só porque me preocupo com o bichano, mas, por que me apavora pensar que não é diferente quando é com gente. Ok. Acho que um antigo amigo meu (com quem não me encontro mais) tinha razão: sou mimada! Afinal, o que seria de mim se esbarrasse com a dura realidade das nossas crianças? Faltariam lágrimas, isso é certo!
PS: Escrevo isso enquanto não sei por onde ele anda. Alguém deixou a porta aberta e ele se foi. Meus olhos estão inchados, é claro!
No comments:
Post a Comment