Friday, October 26, 2007

Viagem ao Templo budista

A viagem a Três Coroas começa muito antes da chegada no templo. Inicia quando o professor começa a dar dicas sobre o que levar: água ou suco, lanche para a tarde, um casaco. "Porque lá vai esfriar", dizia ele. Sua preocupação com o nosso bem estar já é um afeto. Depois, na praça, somos recebidos pela camisa do André! Sim, porque um grande elefante em tons rosa seco e vinho chama mais a atenção do que sua fisionomia sorridente. Lista de chamada. Sinal de organização. Entramos na Van. A trilha sonora é uma mistura de músicas new ages, mantras, entre outras melodias que relaxam e vão acentuando a paisagem verde que vai se revelando aos nossos olhos. Mal chegamos e já começamos a sentir que o "passeio" tem o seu propósito. O professor distribui a todos a programação. Um texto bem estruturado e apresentado, incluindo uma imagem budista. Vamos para a sala de vídeo onde Lucélia Santos com seu olhar de "Escrava Isaura" nos recebe com a história do lugar e os princípios do budismo. Hora de adaptar. O sol nos orienta para mudarmos nossas atividades. Vamos direto para o templo. Tiramos os sapatos. Cores vibrantes, imagens enigmáticas e objetos que nos indicam reflexão, cuidado, atenção. Silêncio. Hora da meditação. Como explicar para alguém que não pratica yoga o prazer que é ficar sem se mover, sem dizer nada e, pelo menos, tentando não pensar em nada? É uma sensação deliciosa. Ficar observando a mente, no início, agitada e impaciente, ir serenando, dando espaço para o vazio, para o momento presente. Só ele. Sem preocupações, sem lembranças. Quem diria que eu, tão expansiva, tão multimídia, descobriria nesta prática, uma das coisas mais agradáveis para fazer na vida? Vamos para a Estupas. Alguém pergunta o que é. Não se preocupem. Vocês vão saber quando chegarem lá. Começamos a tomar conhecimento dos ensinamentos de Budha. Não são coisas para se aprenderem apenas em uma tarde, mas, com certeza, vale a pena começar um dia. Diferente do professor que acha que tudo que está ali já está introjetado em cada um de nós, eu me questionei a cada afirmação. Minha mente, crítica, não tinha certeza se sou capaz de "abster-me do que não me for dado". Lembrava das brigas com minha irmã por pegar suas roupas emprestadas. Nem de que posso "abster-me de substâncias que perturbam a mente". Deixar de tomar meu vinho? Essa é difícil! Bem, mas, o importante é estar ali, refletindo sobre estas coisas, me dando este momento. Intervalo. Vamos às compras. A disposição artigos budistas, é claro! Assim, podemos exercer nossa tendência consumista sem culpa. E, cá entre nós, tem coisas lindas. Assim, mesmo que vocês queiram se despir de coisas materiais, levem um dinheirinho para trazer algo bonito para casa e que lembrem os bons momentos da viagem. Bem, sobre o resto da programação, não vou entrar em detalhes para que aqueles que ainda não tenham ido possam ter o prazer do inesperado. O que posso dizer é que fui relaxando, fui ficando centrada em quem eu sou, nas coisas que ainda gostaria de aprender sobre mim. Pintando ao som das bandeiras que acumulam milhares de mantras era como se eu ouvisse vozes orando por mim e por todos os seres da terra... Mas, nem tudo foi absolutamente perfeito. Queria que todos esquecessem o calor, os mosquitos, a fome e mergulhassem em si mesmos. Mas, isso é uma das coisas que preciso trabalhar em mim: parar de querer as coisas do MEU jeito!De qualquer forma, voltei relaxada e feliz por ter me dado este tempo para mim.

1 comment:

  1. Olá, vim parar no teu blog lendo os posts do Pedro sobre sua tour pelo velho mundo.
    A muito tempo estou planejando esta viajem ao templo de Três Coroas e agora que li este teu post a vontade aumentou mais ainda...
    Preciso urgente arrumar tempo para ir lá. Vou pegar o carro e subir o morro para tentar me conhecer melhor.
    Muito legal teus posts... preciso voltar aqui com mais tempo para ler tudo!
    Bjo

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