Publico aqui dois textos que não são meus. Um, foi publicado no blog do Julio Conte. O outro, é do meu primo Rogério Menegassi. Duas pessoas bem intencionadas. Dois pontos de vista. Uma conclusão: a sua.
TERÇA-FEIRA, 16 DE AGOSTO DE 2011
FREE JEANS NA BODY ONE
O diabo mora nos detalhes. Ás vezes as grandes coisas se revelam em pequenas situações. São conteúdos menores mas que revelam uma forma arbitraria. Difícil dimensionar, e sempre se corre o risco de parecer ridículo com se estivéssemos brigando por centavos na caixa do supermercado.Porém, como vários pensadores importantes da nossa civilização já escreveram, quando se concede no detalhe se concede na essência. Existe um belo poema de Bertold Brecht e outro de Maiakovski sobre o assunto. Uma vez que se permite o abuso ele toma proporções inimagináveis. Tal qual a teoria do Caos, um pequeno erro no input gera uma diferença astronômica no output. Quero contar para vocês uma situação pequena em seu conteúdo, mas bem grave em sua forma porque esta recheada de arbitrariedade e arrogância. Fui tirado da aula de Ginastica Funcional na Academia Body One porque estava vestindo um bermudão jeans. Diga-se de passagem que era feito de um tecido elástico especial para usar em atividades físicas. No entanto fui barrado. Motivo: estava usando uma bermuda de brim azul catalogada como “jeans”. E “jeans” é proibida “em todas as academias” segundo o professor de Funcional, o personal que me orienta e a supervisora geral da academia Gabryelle Sperotto que em sua sabedoria apenas argumentava que nenhuma academia permite fazer ginastica usando “jeans”. Diga-se de passagem que para mim, jeans é uma calça e não uma bermuda. Só mais um detalhe. Em nenhum momento, em mais de dois anos pagando e frequentando a Body One, fui informado de tal proibição. Pelo contrário, nestes dois anos assisti na charmosa Body One um desfile de modelitos de todos os tipos, masculinos e femininos, e especialmente de bermudas, sendo uma grande maioria de algodão tipo jeans mas de outras cores. Com agravante, muitas delas com aqueles bolsões no lado da perna, especialmente feitos para se agarrar em barras entre aparelhos. Mas é claro, que apesar de tal risco, como derrubar uma barra de ferro sobre alguém, o fato de não ser azul, portanto não é “jeans”, não cria impedimento e isso segue acontecendo. Cabe ressaltar que argumentei como o professor que permaneceu submetido a regra absurda, ao orientar e a supervisora Gabryelle Sperotto que, como de resto, permaneceu em sua fortaleza dogmática. Reitero que apesar do fato ser de repercussão mínima, subjaz, com soe acontecer, um boa dose de cegueira e altas pitadas de autoritarismo. Por isso estou lançando a campanha “free jeans na Body One”. Quem achar que vale a pena, mande um email marcelle@bodyoneclub.com.br dizendo: FREE JEANS NA BODY ONE.
O diabo mora nos detalhes. Ás vezes as grandes coisas se revelam em pequenas situações. São conteúdos menores mas que revelam uma forma arbitraria. Difícil dimensionar, e sempre se corre o risco de parecer ridículo com se estivéssemos brigando por centavos na caixa do supermercado.Porém, como vários pensadores importantes da nossa civilização já escreveram, quando se concede no detalhe se concede na essência. Existe um belo poema de Bertold Brecht e outro de Maiakovski sobre o assunto. Uma vez que se permite o abuso ele toma proporções inimagináveis. Tal qual a teoria do Caos, um pequeno erro no input gera uma diferença astronômica no output. Quero contar para vocês uma situação pequena em seu conteúdo, mas bem grave em sua forma porque esta recheada de arbitrariedade e arrogância. Fui tirado da aula de Ginastica Funcional na Academia Body One porque estava vestindo um bermudão jeans. Diga-se de passagem que era feito de um tecido elástico especial para usar em atividades físicas. No entanto fui barrado. Motivo: estava usando uma bermuda de brim azul catalogada como “jeans”. E “jeans” é proibida “em todas as academias” segundo o professor de Funcional, o personal que me orienta e a supervisora geral da academia Gabryelle Sperotto que em sua sabedoria apenas argumentava que nenhuma academia permite fazer ginastica usando “jeans”. Diga-se de passagem que para mim, jeans é uma calça e não uma bermuda. Só mais um detalhe. Em nenhum momento, em mais de dois anos pagando e frequentando a Body One, fui informado de tal proibição. Pelo contrário, nestes dois anos assisti na charmosa Body One um desfile de modelitos de todos os tipos, masculinos e femininos, e especialmente de bermudas, sendo uma grande maioria de algodão tipo jeans mas de outras cores. Com agravante, muitas delas com aqueles bolsões no lado da perna, especialmente feitos para se agarrar em barras entre aparelhos. Mas é claro, que apesar de tal risco, como derrubar uma barra de ferro sobre alguém, o fato de não ser azul, portanto não é “jeans”, não cria impedimento e isso segue acontecendo. Cabe ressaltar que argumentei como o professor que permaneceu submetido a regra absurda, ao orientar e a supervisora Gabryelle Sperotto que, como de resto, permaneceu em sua fortaleza dogmática. Reitero que apesar do fato ser de repercussão mínima, subjaz, com soe acontecer, um boa dose de cegueira e altas pitadas de autoritarismo. Por isso estou lançando a campanha “free jeans na Body One”. Quem achar que vale a pena, mande um email marcelle@bodyoneclub.com.br dizendo: FREE JEANS NA BODY ONE.
Agradeço o apoio porque com escrevi em outro post citando Brutus: "sic semper tyrannis"
Prezado Júlio Conte
Tomei conhecimento de sua campanha FREE JEANS NA BODY ONE.
Meu nome é Rogério Menegassi, sou Presidente da Associação das Academias do RS - ACAD-RS,
Presidente da Associação dos Grupos de Corrida - AGCRS, Proprietário de uma Academia e Profissional de Ed.Física.
Trabalho em academia desde 1984, ou seja, há 27 anos; atualmente estou com 47 anos.
Concordo com você quando falas que "quando se concede no detalhe se concede na essência".
Sou exatamente assim, brigo pela essência, pela teoria, pelo justo, correto e honesto, independente do "tamanho do valor".
Em pleno século 21, de total globalização, onde o cliente, mais do que nunca, tem sempre razão.
Onde o atendimento, o respeito ao cliente, a exigência de qualidade em todos os níveis da organização e
onde a oferta dos serviços e produtos é muito grande, não podemos deixar que pequenos abusos tomem proporções inimagináveis
como você mesmo disse.
Porém, como também gosto do contraponto - do contraditório,
gostaria de emitir a minha opinião, não como empresário e proprietário de um estabelecimento, no caso, uma academia,
mas como Professor e Profissional de Ed. Física.
Como Professor, aprendemos na Faculdade, entre tantas outras coisas, que existem vestimentas apropriadas para a prática da atividade física. Que nossa função como Professores é orientar, corrigir, motivar e estabelecer regras para o bom funcionamento e por que não dizer, para ajudarmos os nossos alunos (não nossos clientes) a atingirem os seus objetivos.
Na minha opinião, o uso de roupas não confeccionadas para a prática da atividade física não devem ser motivo de campanhas,
explico porque. FREE JEANS, levará aos seus adeptos a também exigirem FREE PANTS JEANS, ou falando no bom português,
até porque também valorizo muito a nossa língua e não gosto dessa ideia de americanizarmos o nosso idioma,
havendo sucesso na sua campanha, logo logo, os alunos estarão exigindo frequentar e treinar nas academias de calça de brim,
pois se pode bermuda, porque não calça? E se pode calça de brim, porque não calça de tergal? E se pode calça de tergal porque não sapato? E se pode sapato, também poderia chinelo, correto? Veja que uma simples campanha desencadearia uma grande revolução na moda, levando os estilistas a fazerem vestidos longos, com paetês e lantejoulas para malhar.
Assim como os advogados não podem frequentar um tribunal sem vestir terno e gravata, bem como os médicos devem usar luvas cirúrgicas, também devemos respeitar as normas do bom senso que dizem que para malhar em uma academia deve-se estar vestindo: tênis, calção e camiseta; roupas leves e confortáveis para a execução do movimento e transpiração.
No caso específico da aula de Ginástica Funcional, o maior impedimento, para qualquer aluno usar um bermudão, seja ele de jeans ou de algodão, azul ou vermelho, é o fato do professor não conseguir ver a perfeita execução do movimento. Diferentemente de uma caminhada na esteira, em uma aula de Ginástica Funcional os exercícios exigem maior concentração, cuidado na execução e muita atenção do professor, pois são exercícios onde o aluno executa movimentos em desequilíbrio, utilizando muitas vezes o peso do seu próprio corpo. Sabendo do sucesso de seu blog, de sua Profissão e de suas peças e textos, gostaria de lhe sugerir uma outra campanha. O que mais mata no Mundo e no Brasil também, são as Doenças Cardiovasculares. No Mundo a cada dois segundos e no Brasil a cada três minutos uma pessoa morre de problemas do coração. Entre os fatores de risco como: hereditariedade, obesidade, hipertensão, diabetes, tabagismo, está o SEDENTARISMO. Por que não juntar nossas forças e o seu grande sucesso e começarmos essa campanha? A Associação Brasileira de Academias estima que no máximo 4% da população faça atividade física orientada. A prática regular de exercícios reduz a principal causa de morte. Muito mais que acidentes de trânsito, que a violência, que a AIDS ou as guerras. Por dia, quase 500 pessoas morrem no Brasil por problemas de coração.
Alimentação saudável e atividade física regular salvariam milhares de vidas por ano. O que achas? Vamos nessa? Campanha:
Viva Mais e Melhor - Faça Atividade Física Orientada!
Forte Abraço
Rogério Menegassi - Presidente ACAD-RS
acadrs@acadrs.com.br
A tempo: Jeans é um tipo de tecido, que pode ser calça, bermuda ou até jaqueta.
Significado de Jeans
apos. e s.m. (pal. ing.) (Tecido) de algodão sarjado de trama cerrada, muito resistente, usado especialmente para roupas esporte e de trabalho. / &151; S.m.sing. e pl.. Calças feitas desse tecido ou de brim ou de zuarte; blue-jeans.
Caro Professor,
ReplyDeleterespeito a sua opinião, e fiquei admirado com seu curriculo, realmente impressionante. Do mesmo modo, concordo que para praticar esporte temos que ter as vestimentas adequadas, mas tens que concordar que você não viu roupa que eu estava usando, nem sabe que eu frequentara, com a mesmo vestimenta e sem nenhum problema, a aula de Funcional no período da manhã dois dias antes do evento relatado. Sendo assim, a tua argumentação, consistente em tese, não se aplicaria aos eventos que se sucederam. Não é difícil de entender que um médico não vai tratar um paciente a não ser que o veja. Nem um advogado vai dar um parecer sem ler os autos. Claro que a minha manifestação tem muito de desabafo, mas qualquer pessoa pode entender se verificar as incongruências. E para finalizar, A Laura Schirmer, por parte de Body One, me ligou em nome da academia e prestou os esclarecimentos necessários e fez o necessário pedido de desculpas e, eu acatei. Do mesmo modo, que tanto eu, quanto ela pudemos escutar as argumentação e ponderações de parte a parte.
Agradeço a tua preocupação com a saúde e com o português e saiba que também é a minha. Fato que poderia se verificar pela minha obra no âmbito da literatura dramática e da psicanálise, sendo assim, neste ponto talvez estejamos mais de acordo do que supões a nossa vã filosofia. Mas acima de tudo o bem maior que a saúde é a verdade.
Cordialmente
Júlio Conte
Mais uma coisa, caro professor, se a questão é técnica, ou seja, a dificuldade de mobilidade, então esta deveria ser a restrição e não, como tu mesmo concorda, o fato de ser jeans.
ReplyDeleteO argumento de que cada ambiente tem suas roupas é obvio demais para ser discutido, e sim a aplicação e justificativa da proibição que como mencionei acima, tu mesmo concorda.
Minha unica questão remanece. Você escreveu "valorizo muito a nossa língua e não gosto dessa ideia de americanizarmos o nosso idioma" ora se é assim, quem sabe se possa fazer uma campanha para mudar o nome estrangeiro da maioria das academias de Porto Alegre?