No dia 02 de maio, veio a falecer aos 78 anos, o diretor, dramaturgo e teórico Augusto Boal, vítima de insuficiência respiratória, sofria de leucemia e estava internado desde o dia 28 de abril.
O filho do Padeiro, como se intitulou em sua autobiografia Hamlet e o filho do padeiro, criador do Teatro do Oprimido, esteve entre os indicados ao Prêmio Nobel da Paz 2008. Não ganhou, mas no mesmo ano recebeu o prêmio da Fundação Príncipe Claus para a Cultura e o Desenvolvimento, entregue pela Família Real holandesa. No Brasil, nunca foi tão difundido quanto no exterior,
Augusto Boal foi um dos mais importantes criadores de teatro do século e o seu método de trabalho é realizado em mais de setenta países, em diversas áreas como educação e movimentos sociais. Os grupos de Teatro do Oprimido ajudam milhões de pessoas ao redor do mundo a afirmarem sua cidadania nas lutas contra todo desrespeito aos Direitos Humanos.
Uma das modalidades de Teatro do Oprimido mais utilizadas, segundo a Professora Drª Sílvia Balestreri, incentivadora da criação do CTO-Rio, é o Teatro-Fórum. Veículo de ativação e mobilização não apenas na hora de ser apresentado e de se convidar a platéia a intervir na cena, quando ela toma lugar dos protagonistas para propor alternativas à situação mostrada, mas também no processo de criação e montagem de peças, pois há confrontos com questões que reviram qualquer possibilidade de postura cristalizada.
Para se ter uma idéia da relevância de seu trabalho, Boal lembra que trinta dias após a tragédia das torres gêmeas do World Trade Center começou uma oficina no Teatro Laboratório do Oprimido
O embaixador do teatro pela UNESCO Augusto Boal inventava o futuro, por que via mais além. No discurso de homenagem ao dia do teatro Boal disse: Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!
Márcio Silveira dos Santos
Mestrando do Programa de Pós-graduação
Publicado originalmente no Jornal Vale dos Sinos em 06 de Maio de 2009.
Sinceramente, Helena, a morte de Boal significa uma enorme perda, não só para o Brasil, como para o mundo todo! Espero que, agora, Boal seja mais valorizado em seu país e que suas ideias estejam sempre vivas em nós, teatreiros amantes da nossa arte! Acredito que é essa a homenagem que ele gostaria que prestassemos a ele...
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